0.6 - Chest wide open (Not bulletproof)

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Now you know


Sirius Black sabia que muitas coisas haviam mudado após o sexo em cima do piano. A mais nítida era ele. Sirius perdera as contas de quantas vezes se apaixonou e permitiu que fosse consumido por sentimentos intensos e entorpecentes. Contudo, aquela entrega com Marlene era diferente. Já tivera conversas profundas antes, que também acabaram em sexo. Mas nada havia sido como aquilo.

Era como se um peso tivesse sido retirado dos ombros de Sirius quando Marlene pediu todas aquelas desculpas. Ela não era culpada por nada, mas o desespero em seus pedidos lhe atingiu em cheio no coração e, por um instante, o Black se sentiu capaz de perdoar, algo que nunca antes havia considerado. Enquanto recebia os beijos e as súplicas de Marlene, o Black considerou perdoar a si mesmo e aos pais, mesmo que um pedido formal nunca tivesse saído dos lábios deles e nunca nem fosse sair - o inferno certamente congelaria antes que Walburga ou Orion Black se desculpassem por qualquer coisa.

Sirius Black se sentia entregue de uma forma inédita que, ao invés de assustá-lo, o deixava excitado. Nunca imaginou que a dinâmica de sua vida amorosa, já tão conhecida, pudesse ganhar uma nova faceta. Era semelhante ao que ele já conhecia, é claro. Contudo, mais profunda, perigosa e, por isso, tão excitante.

Por outro lado, o Black não era o único a se sentir diferente, o que ficara bem nítido na saída apressada da McKinnon do apartamento dele após James retornar - absolutamente bêbado e com toda certeza sequer capaz de ter registrado a presença de Marlene lá antes de apagar em seu quarto.

As desculpas esfarrapadas de que não queria atrapalhar o Potter não convenceram a Sirius, afinal, a mulher não havia se importado com aquilo ao foder com o Black no piano da sala, produzindo uma sinfonia nada harmoniosa. Marlene McKinnon não estava se importando com nada, ao menos não até Sirius dizer que estava fodidamente apaixonado por ela.

Ele sabia que aquela havia sido a virada de chave para a loira. Apesar disso, não se arrependia. Esperava que isso fosse assustá-la, mas não seria justo consigo mesmo esconder seus sentimentos. Marlene deveria saber com quem estaria lidando e Sirius não tinha intenção alguma de mudar ou tentar reprimir quem era. Nunca havia sido diferente em relacionamentos e agora, sentindo que se tratava de uma situação inusitada, não conseguia dar um passo para trás. Para Sirius Black, só existia seguir em frente. Tudo ou nada. Poderia estar morrendo de medo de nunca mais ver a McKinnon, mas arriscaria todas as fichas. Porque era assim que ele era e sempre seria. Não havia como ser menos do que aquilo.

Ele torcia para que tivesse tomado a decisão certa e que, de todas as vezes que fora muito precipitado, aquela não fosse uma delas. Porém, era inevitável não sentir o gosto amargo da dúvida e do arrependimento ao ter suas mensagens ignoradas por Marlene. Ele tentava se convencer de que ela estava fazendo o que o próprio havia recomendado: descansar, relembrar a energia do show e, naturalmente, sentir necessidade de repetir a dose (do show e do sexo com ele, Sirius esperava).

O Black estava tentando não importunar o descanso de Marlene, entretanto, no domingo à noite, quando já havia decidido que a visitaria no bar na segunda-feira - e em todos os outros dias que fossem necessários -, que Sirius decidiu que Marlene precisava ver o impacto que haviam causado com o show de sexta-feira.

Gastou toda sua lábia tentando convencer James, que estava de plantão na delegacia no domingo, a verificar o endereço de Lily Evans - colega de quarto de Marlene -, o que não seria difícil, já que a ruiva preenchera a papelada para começar a trabalhar como nova repórter policial, com visitas regulares à James - o que tirou todo seu sono e sua paz.

Bulletproof | BlackinnonOnde histórias criam vida. Descubra agora