Às sete em ponto eu estava em frente a recepção, esperando a informação da nossa mesa.
— Mesa 13, Srta., é a última desse corredor.
— Obrigada.
Emily estava lá, roendo as unhas. Algumas coisas nunca mudam.
— Sue-Susan — Se corrige, levantando. — Boa noite.
Me sento em sua frente, seu vestido marcando suas curvas, as pernas torneadas e os braços indicavam que agora minha ex cuida muito bem do corpo. E se ela já era uma gostosa antes de cuidar, agora sua existência é quase um crime.
— Boa noite. — Respondo e pego seu olhar em meu pescoço, solto um pigarro antes que ela chegue em meu decote. — Vamos comer e então você vai falar ou?
— Vamos conversar sem trocar farpas, tudo bem? Eu prometo que se você me ouvir, depois de hoje pode me ignorar pro resto da vida. Eu jamais insistirei novamente — Começa e então bebe um pouco da água em sua taça.
— Tudo bem. — Levanto a mão, chamando o garçom — Eu só preciso de um pouco de álcool, o que você vai beber?
— Um suco de laranja — Tenho certeza que meu queixo cai e ela sorri sem graça. — Não estou bebendo hoje. — Diz e o garçom vem até nossa mesa.
— Uma garrafa de vinho tinto e um suco de laranja, por favor, amigo — O rapaz concorda e nos deixa. — Não tá bebendo, tem alguma coisa errada? — Pergunto e ela nega.
— Eu reservei a nossa comida, já que as porções são limitadas — Muda de assunto, esticando o cardápio — Espero que seu prato favorito ainda seja lasanha simples. Não tinha muita opção. — Dou risada do cardápio do dia. Terças não são os melhores dias para comer aqui.
— Está ótimo — O garçom nos serve e ela fica tensa por um instante.
— Posso começar ou você prefere ficar bêbada antes? — Brinca eu sorrio.
— Pode começar, estou ouvindo.
— Falando assim, parece que eu preparei um monólogo, mas acho que posso resumir tudo a: me perdoe. — Engulo o vinho com dificuldade, sentindo meu coração batendo forte dentro do peito. — Me perdoe por tudo que eu te causei, acredite, eu me senti péssima todos os dias da minha vida durante esses cinco anos. — Sua voz vacila e ela recorre a água novamente, respirando fundo antes de recomeçar. — Eu fiz tudo errado, deveria ter te escutado quando me alertou sobre a Pilar. Você estava certa e eu não estou aqui tentando te conquistar de volta, mas sinto que preciso do seu perdão pra me sentir um pouquinho menos horrível com tudo que eu causei. — Emily estica o braço, tocando minha mão com cuidado. — Você pode me perdoar, Sue? — Sussurra com os olhos marejados e eu sinto os meus próprios olhos se enchendo também. Puxo minha mão de volta e encosto as costas contra a cadeira macia.
— Sim — Digo, tentando manter minha pose. Quase desmoronando. Bebo o resto da taça em um gole ela me encara preocupada. — É bom chegar em um denominador comum, já que vamos trabalhar juntas até não sei quando.
Ela sorri fraquinho se recompondo e nós comemos em silêncio. Apenas comentando hora ou outra sobre o caso no qual estamos trabalhando.
— Como estão as coisas com a Sra. Dickinson? — Pergunto já no elevador de volta para nossos quartos.
— Bem, ela está na Inglaterra agora, viajando com meu pai. — Começa, ajeitando o cabelo perfeito no espelho. — Nossa relação melhorou muito depois da rea-, — Para no meio da frase e força uma tosse — Depois que eu voltei de Princeton. — Acho estranho, mas seu celular toca no minuto seguinte e ela desliza o dedo para abaixar o volume, ignorando a chamada. ''Olívia'' aparecia na tela. Ok.
— Seu quarto não é no andar de cima? — Pergunto quando ela deixa o elevador comigo.
— Vou esperar você se acomodar, hotéis podem ser perigosos. — Bufo, mas ignoro, caminhando até o quarto 462. — É aqui, boa noite, Emily.
— Sue? — Olho para ela encorajando-a a continuar — Posso te dar um abraço?
— Tá pedindo demais hoje. — Brinco abrindo os braços e ela se acomoda do mesmo jeito de sempre. O encaixe perfeito. Respiro fundo em seu cabelo, tentando capturar aquele cheiro gostoso. E antes que eu pudesse raciocinar, estava com a cabeça em seu pescoço, fungando sem discrição alguma, ela riu e apertou minha cintura. — Porra. — Me afasto sem de fato me afastar, apenas o suficiente para encarar seus lábios de perto.
— Sue. — Sussurrou de olhos fechados e eu coloco o polegar ali para calar sua boca. — Não podemos, você bebeu meia garrafa de vinho sozinha. — Diz contra meu dedo.
— A minha resistência para álcool é a mesma, eu estou tão consciente quanto estava antes da primeira taça. — Ri e ataca meus lábios com fome. Saudade. Empurro a porta e puxo seu corpo para dentro, sem separar nossas bocas, Emily desce as mãos até alcançar o fecho do meu vestido que desliza sem dificuldade.
— Você só melhora, Susan Gilbert — Diz antes de me carregar sem dificuldade até a cama. Me desespero para tirar seu vestido também e ela ajuda, ficando de lingerie. Clássica, renda preta. Salivo com a visão de suas pernas torneadas, a barriga chapada e os seios firmes.
— Olha quem fala.
Emily rasga minha calcinha e eu quase me desfaço ali mesmo. Ela ri e eu reviro os olhos assim que sinto seus dedos me invadindo.
— Assim. — Abafo um gritinho agudo mordendo seu ombro e então me derreto em seus dedos ágeis. — Uau.
Minha respiração ofegante não me atrasa em fazer minha parte, apenas afasto sua calcinha para o lado e beijo sua boca enquanto faço ela chegar lá também.
Caímos exaustas, mais pelo dia de trabalho do que por qualquer outra coisa. Chupo meu dedo melado e Emily arfa levantando e parando no meio das minhas pernas.
Sua língua, macia como sempre, não demora pra me fazer gozar novamente e ela volta a deitar ao meu lado.
Ficamos alguns minutos respirando ofegantes. Nunca me perdi no deserto, mas tenho certeza de que era como se eu estivesse rodando por anos morrendo de sede e finalmente tivesse encontrado água geladinha.
Preciso de muita coragem para dizer:
— Melhor você ir. — Recebo um olhar de cachorro que caiu da mudança e quase mudo de ideia, mas me mantenho firme, puxando o lençol para cima.
— Boa noite, Sue. — Diz depois de colocar o vestido de volta.
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Sex (With My Ex) - Emisue [Shortfic]
FanficSue e Emily namoraram por três anos, planejaram uma vida... até que Sue encontra sua namorada na cama com outra. Cinco anos mais tarde elas são obrigadas a trabalhar juntas e lidar com a mágoa do passado.