Um estranho no meu quarto

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- AAAAAHHHHH!!!

Nunca havia me assustado tanto e me desesperado dessa maneira em todos os meus vinte anos de vida. Me afastei rápido do homem deitado ao meu lado, que sorria suavemente pra mim, e caí da cama pro chão. Meu coração estava saindo pela boca, eu já estava hiperventilando e me tremia por inteira, mal conseguia ficar em pé. Quando percebi que eu nem tinha forças pra me levantar, apenas me arrastei até a parede mais distante da cama, enquanto a figura me observava, um pouco confuso.

- Q-quem... q-quem é.... c-como você... QUEM É VOCÊ?

- Sou eu, Rosalie. Erwin. – Disse, calmamente.

Eu ri, mas um riso mais de desespero do que por achar graça da situação.

- Você tá maluco? C-como você entrou na minha casa?! C-como sabe dos meus desenhos? – De repente, a vergonha tomou conta de mim, e fiquei mais vermelha que um tomate. Alguém sabia dos meus desenhos, provavelmente já havia visto algum. Eu estava muito atordoada, não estava raciocinando direito.

- Eu sempre estive na sua casa. Rosalie, eu sou o Erwin. Erwin Smith. Eu sou seu desenho.

Então, eu parei pra respirar por um segundo ou dois e prestei atenção no rosto do homem deitado na minha cama, coberto com meus lençóis da cintura pra baixo: Inegavelmente, se parecia muito com o rapaz que eu desenhava há meses, mas nada fazia sentido, o que ele falava não fazia sentido: como assim, ele era meu desenho?

Ele riu suave, e levantou:

- Não está me reconhecendo? Não seria possível, foi você quem me criou.

Arregalei os olhos quando o vi de pé em minha frente, e logo tapei meu rosto com as duas mãos.

- V-VOCÊ TÁ PELADO! QUE MERDA É ESSA???

Ouvi passos no quarto, e depois, os passos pararam. Abri um pouco meu olho esquerdo pra observar se aquela figura estava ali, e quando vi, ele estava com um papel na mão. O desenho que eu havia feito na noite anterior.

- Você me desenhou assim, então eu surgi assim.

Meu deus, eu queria que um buraco se abrisse abaixo de mim e eu pudesse sumir por ele. Ele me olhava com curiosidade e confusão, e eu realmente não sabia o que fazer.

A primeira coisa que me veio a cabeça foi o mais urgente: ele ainda estava nu na minha frente, e parecia não se importar, como se isso fosse normal para ele.

Criei forças e coragem e levantei, peguei uma toalha rosa no meu guarda roupa e entreguei a ele, tentando não o olhar.

- O... que eu faço com isso? – Ele perguntou, pegando a toalha da minha mão.

- Você está nu! Está sem roupa e me pergunta o que tem que fazer com a toalha? Se cobrir, é claro!

Ele ficou me observando, com uma expressão neutra.

- Você só pode tá de brincadeira comigo. – falei, mais como um pensamento. Fui novamente até meu guarda-roupas e tirei outra toalha de lá, e voltei até ele. Passei a minha toalha em volta da minha cintura, e depois disse: - Pronto, faz a mesma coisa.

E ele fez. Finamente pude respirar um pouco mais aliviada, estava sendo difícil raciocinar com tudo aquilo descoberto na minha frente. Respirei fundo, e comecei a dar tapas no meu rosto.

- Ei, o que está fazendo?! isso deve doer!

- Eu estou sonhando! – Respondi, e dei outro tapa do lado direito. – Isso não é real, e se eu não estiver dormindo, eu estou ficando louca! – Outro tapa, do lado esquerdo.

O Garoto dos Meus Sonhos - Erwin SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora