Dia 4: Parquinho depois dos trinta pode parecer vergonhoso

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A noite passada foi tranquila e calma, até as uma da manhã, o quarto era tomado por risadas de Erwin e resmungos e chiados anasalados de Levi.

Agora são quase oito da manhã, Levi acaba de sair do banho usando uma gola alta preta e calça rasgada, ele acorda Erwin. Ontem a noite os dois chegaram em um acordo. Ontem, Smith decidiu o que iriam fazer, hoje seria Levi, seguindo assim até o dia que fossem embora.

Não sabe se dizer ao certo de como eles chegaram nesse consenso, já que Levi é... é o Levi.

Levi quer ir à biblioteca e visitar a cidade. Ele nunca esteve nos Estados Unidos, então quer aproveitar o melhor que a grande cidade pode proporcionar.

— Acorda logo, Erwin! - esbraveja Levi

Erwin acorda calmamente, fazendo Levi resmungar. O rapaz entende e vai direto para o banheiro. Depois de todos os eventos e reuniões, e agora esses dias convivendo com ele, mesmo que involuntariamente, você entende o que ele quer dizer com apenas um olhar.

Depois de alguns minutos, Erwin volta para o quarto usando calça jeans e camiseta social branca. Está impecável, assim como Levi.

— Vamos logo. - ordena Levi

Os garotos descem até a garagem, onde o carro está estacionado. Levi quem vai dirigir hoje e Erwin nem se esforça em não irritar o moreno.

— Consegue alcançar os pedais? - diz Erwin, entrando no carro

— Quem vai dirigir hoje sou eu, eu posso muito bem abrir a porta do carro e te jogar no meio da estrada.

— Você não faria isso, Ackerman.

— Está realmente disposto a morder a língua, Erwin? - arqueia uma das sobrancelhas, fazendo Smith sorrir duvidoso

— Talvez, se for por um bom motivo... - Erwin o encara, Levi toma atenção a frente

...

Eles estão na biblioteca, Levi está olhando alguns livros de suspense, enquanto Erwin o acompanha pelo olhar.

Ele não é grande fã de livros, apesar de ler alguns. - obrigados por Hange - Já Levi, tem afinidade pela literatura, mas não é sempre que lê, pois seu trabalho normalmente não lhe permite.

— Encontrou alguma coisa? - pergunta Erwin, encostado em uma estante

— Não. - coloca as mãos no bolso, andando até a parte de fora do edifício

— Onde vamos agora? - Erwin aparece ao seu lado

— Eu não sei, estava pensando em olhar o bairro. - diz, indiferente

Os dois andam juntos pelas ruas da cidade, algumas piadas são feitas por lado de Erwin, que são respondidas por xingamentos e olhares tortos de Levi.

Eles sempre se deram bem. Mesmo distantes, existia um troca de mensagens por eles, mesmo que raras. Em eventos da empresa, eles conversavam e criaram um vínculo "profissional".

Erwin está sentado em um banco de praça, vendo Levi voltar de uma cafeteria com dois expressos na mão. Entregou um à ele e sentou ao seu lado.

— Eu acho que podemos voltar pro hotel. - diz Levi, bebendo um gole do café

— Quero fazer uma coisa antes. - diz sugestivo, olhando mais a frente na praça

— O que? - arqueia uma das sobrancelhas

— Termine o café primeiro.

Ackerman termina a bebida e joga na lixeira ao lado, Erwin faz o mesmo. Pega o moreno pelo braço e o arrasta até um parquinho que tinha mais a frente.

— Qual é o seu problema, Erwin!? - diz, furioso, seu olhar é imortal e Erwin faz a cara mais inocente do mundo

Levi escuta Erwin murmurar alguma coisa do tipo, "você, você é o meu problema", mas deixa de lado, deve ser só loucura dele.

— O que a gente tá fazendo na frente desse parque? - pergunta, com as mãos nos bolsos

— Você nunca brincou de gangorra... - Levi percebeu onde Erwin queria chegar e negou com a cabeça

— Eu não vou brincar num parquinho! - esbraveja

— E por que não?

— Erwin, nós temos mais de trinta anos! - franze o cenho

— E daí, vamos Levi! - Erwin tira as luvas da mão - Luvas que ele usa para esconder a prótese - puxando Levi pelo braço até o brinquedo

— Sem chances, Erwin. Não vai rolar! - cruza os braços, decidido

...

— Erwin, me bota no chão agora! - esbraveja, dando pulinhos no acento do brinquedo

No fim, Levi cedeu. Erwin decidiu levantar o rapaz no topo do brinquedo e o segurar ali.

— Aproveita, essa é a sensação de ser alto. - ri, Levi o fuzila com os olhos

— Porra, Erwin! - ele desde Levi

— Eu odeio você, Erwin! - limpa as roupas, levemente empoeiradas

— Eu acho que é a coisa que mais escutei desde que cheguei em Nova York.

— Que bom que sabe.

— Vai Levi, não foi tão ruim assim. - veste as luvas, olhando Levi

— Foi... mediano... - Erwin sorri, fazendo Levi entortar o canto da boca, quase como um sorriso

— Isso aí foi um sorriso? - sorri, cutucando o rosto do baixo

— Para, Erwin, você tá parecendo uma criança. - franze o cenho, afastando o rapaz

— Você que é ranzinza.

— Me chama de ranzinza de novo e eu te deixo aqui. - Erwin se cala, Levi ergue as sobrancelhas

...

A lua brilha pela porta do quarto, a noite está fria e ventando. Levi e Erwin estão deitados, conversando sobre hoje. Depois de muito insistir, Levi assume que se divertiu.

— O que você acha de cinema e teatro pra amanhã?

— Dizer que não, muda alguma coisa? - implica Levi

— Não. - Erwin sorri, Levi revira os olhos

— Então eu acho uma ótima ideia! - ironiza

Dizem boa noite um ao outro e não demora muito para dormirem. Já está tarde e o dia havia sido cansativo, amanhã não será diferente, nem depois de amanhã, ou depois de depois.
Durante o tempo que estarão juntos, os dias, talvez noites, não serão nem um pouco tranquilos.


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7 𝐝𝐢𝐚𝐬 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐬𝐞 𝐚𝐩𝐚𝐢𝐱𝐨𝐧𝐚𝐫 | 𝐄𝐫𝐮𝐫𝐢Onde histórias criam vida. Descubra agora