Capitulo 14

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Noah

— Finalmente voltou para cá, achei que fosse passar a noite com a sua nefilim. — Josh revirou os olhos assim que me aproximei dele no balcão do bar.

— Bem que eu queria. — Não deixei que a típica reclamação dele me incomodasse.

— Tem assuntos que são mais importantes que uma boceta.

— Josh — abri o freezer dentro do bar e peguei uma das bolsas de sangue que ficavam ali para servir os vampiros e servi uma dose para mim —, meu irmão, vai a merda! — Levantei o copo como se fosse brindar com ele e tomei o sangue ainda gelado de uma única vez.

— Não pode deixar que uma mulher fique acima do Dark Wings, o nosso moto clube, a nossa irmandade. A proteção que oferecemos aos demais vampiros tem que ser maior do que qualquer coisa.

— Meu irmão — coloquei a mão sobre o ombro dele, apertando-o sem conter a minha força –, o bebê que cresce no ventre dela é mais importante do que qualquer coisa para mim, inclusive do que você. Então, por favor, não me enche o saco. — Soltei o ombro dele e dei uns tapinhas nas suas costas.

— Isso é irresponsável. Essa criança pode ser um monstro.

— Não é o que somos? — desafiei-o com o olhar a dizer que eu estava errado. — Além disso, duvido que agiria diferente, se estivesse no meu lugar.

— Eu não seria tão irresponsável. — Cruzou os braços.

— Mataria um bebê que ainda nem nasceu?

— Mataria.

— Parece que sabemos bem quem é o mostro aqui.

Josh não teve tempo de me contradizer, pois meu celular tocou e me afastei para atender quando vi que era o número da Sina. Estranhei ela me ligar naquele horário, uma vez que estávamos juntos há pouco. Ainda podia sentir o calor delicioso do corpo dela em mim, do seu hálito quente enquanto gemia o meu nome.

— Noah...

— O que foi? — Fiquei tenso ao perceber o desespero no tom de voz dela.

— Me... me ajuda. A Liana...

— O que ela fez?

— Qua-quase me...

— Sina! — Ela parou de responder e não esperei.

Atravessei o salão do bar, corri para a entrada e subi na minha moto, nem me preocupei em colocar o capacete, precisava chegar até Sina o mais rápido possível. Acelerei na direção da rua Baker, a que ficava mais perto da casa dela. Saltei da moto ao estacioná-la diante da casa e escalei a parede externa até a janela. Assim que entrei no quarto, Sina se encolheu, assustada, mas sua expressão se aliviou quando ela percebeu quem era.

Observei-a, envolta pelos sacos vazios do sangue que eu havia trazido, mas ainda parecia pálida.

— O que aconteceu?! — Foi impossível esconder o desespero que afligia o meu rosto.

— A Liana veio até aqui e acabou me mordendo.

— Você estava sem a proteção? Eu disse para não tirar! — Não deveria estar gritando com ela, porém, não consegui evitar. Não reconhecia aquele desespero deixando o meu peito apertado, muito menos sabia como lidar com essa sensação nova e completamente desconfortável.

— Não, eu não tirei... — Se esforçou para falar no mesmo tom que eu, mas ainda estava cansada. O sangue humano certamente não tinha a energia que o sangue dela tinha, e para repor toda a perda, talvez fosse necessário mais do que aquelas bolsas. — Ela queria saber o que tanto atraia você e ficou intrigada com o fato de não sentir o meu cheiro, acabou me mordendo para provar e quando provou...

O Bebê Proibido - Adaptation NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora