Don't Let Me Go

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Crédito da arte da capa desse capitulo para InkedBadWolf (twitter)

Crédito da arte da capa principal para kalicocal (twitter) 

Muitos dizem que o silêncio é a melhor resposta, e muitas vezes nos conforta, mas o que ninguém te conta é que também pode se tornar o seu pior pesadelo. Para a mente é perigoso, pois o silêncio é preenchido por vozes, lembranças, sentimentos, arrependimentos...

Você tenta se esconder, tenta afogar todos os demônios que te atormentam, mas eles sempre estão ali. Espreitando. Muitas vezes são esses mesmos monstros que surgem, quando se menos espera, para te puxar em um mar de angústia, medo e solidão.

Eram noites como aquela que Caitlyn era pega pelo silêncio ensurdecedor. Sentada na ponta da cama, os lençóis escuros estavam bagunçados, e no lugar onde Vi geralmente estaria dormindo, estava apenas um dos inúmeros travesseiros.

Kiramman não entendia como que em segundos estavam conversando e sorrindo, e no outro estavam em seu quarto discutindo.

No chão estavam ambos os casacos de gala da polícia de Piltover. Um tecido azul escuro, parcialmente comprido, que parava na altura da coxa, e se fechava na diagonal com duas fivelas pequenas e douradas. As bordas eram delineadas pelo tom de ouro, dando um ar mais sofisticado, o símbolo da polícia de Piltover adornava as ombreiras de metal fino onde o cordão preto se prendia, em ambos os lados. Vi o usava apenas caído sobre os ombros por conta do braço imobilizado, e a xerife só conseguia admirar toda a noite como ela ficava bem com o uniforme, especialmente com os cabelos rosa colocados para trás.

Era um sonho.

Que se tornou um pesadelo.

Flashback

" – Se você tem algo a dizer sobre como eu sou, é melhor dizer logo Caitlyn! – A voz de Vi era alta, frustrada, enquanto aqueles olhos acinzentados se estreitavam, o cenho se franzindo, as feições lembrando exatamente a garota que estava presa na solitária.

– Você nunca escuta, Vi! Quantas vezes eu já te disse que essa impulsividade sua vai acabar te matando? – Caitlyn tinha um tom igualmente mais alto do que o de costume, cortante, o sotaque polido apenas somando as íris azuis estreitas que focaram a mulher de cabelos rosados a sua frente, semelhante a defensora que olhava por entre as grades da cela.

– E o que você espera que eu faça? Fique sentada esperando suas ordens, xerife? Oh, desculpe... Senhorita xerife Kiramman. – A lutadora não media as palavras, e nem escondeu quando olhou para o distintivo de xerife nas vestes da mulher a sua frente. Odiava quando a Piltovense usava seu cargo para reprimir suas atitudes. – Eu nunca fiz isso, não vou fazer agora, você gostando ou não.

– Você acha que eu estou dizendo isso como xerife?! Ou é só para me irritar? – A policial retrucou e o clique das fivelas douradas na lateral se abrindo ecoaram pelo cômodo quando puxou com força o próprio casaco, jogando-o sobre a cama. Não queria ser vista como a superior da Zaunita, mas sim como a companheira dela. Aquela discussão era pessoal, e passava bem longe de qualquer relação profissional. – Eu só quero que você pense antes de sair se jogando em cima de uma granada!

– E o que você acha que eu deveria fazer? – Vi repetiu, retirando o casaco, segurando-o entre os dedos. – Se você vai me dizer que eu deveria só assistir você se machucar, você realmente não me conhece, mesmo depois de tantos anos. – E com o tom de voz se abaixando, jogou a jaqueta no chão, um sinal de que estava ofendida pelo fato de sua parceira não lhe compreender. O olhar se abaixou, focando o chão, o cenho levemente franzido, o punho fechado em uma das mãos. Tudo era um sinal de que Vi se sentia chateada, até mesmo decepcionada, incompreendida, e justamente pela pessoa que deveria lhe conhecer melhor que qualquer um. A única pessoa para quem baixou suas defesas.

The Day I Will Die For YouOnde histórias criam vida. Descubra agora