I Could Save You

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Crédito da arte da capa do capítulo para denimcatfish no Twitter
Crédito da arte da capa principal para kalicocal no Twitter

A noite recaia sobre Piltover, mais um dia encerrado, e todos estavam a salvo. Não era todo dia que casos aconteciam na cidade, as patrulhas ocorriam regularmente, enquanto Kiramman se limitava a investigações estagnadas. Vi normalmente saia em patrulha, mas devido ao seu ferimento ela ficou para ajudar a xerife em suas tarefas mais simples.

Não era o trabalho favorito da Zaunita, mas usar as manoplas com os pontos não cicatrizados no braço não parecia uma boa idéia. Normalmente as armas Hextec inflingiam uma pressão constante nos ossos de Vi, e a policial sabia muito bem disso, por isso foi uma discussão de cinco minutos para manter a lutadora na cadeira ao invés de nas ruas.

Caitlyn sempre era a última a ir para a cama, sempre revisava alguma coisa em seu caderno de anotações, mas muitas vezes ela se limitava a admirar a mulher de cabelos coloridos dormindo ao seu lado. Vi parecia imersa em um sono profundo, a coberta pesada estava na metade das costas desnudas e aquele fato só fez a policial rir, era inverno e ainda sim a Zaunita tinha o hábito de apagar na cama após o banho quando estava muito cansada.

Os dedos da Piltovense deslizaram pelos cabelos rosados, afastando-os do rosto de Vi, vendo claramente a cicatriz que lhe adornava a sobrancelha, o lábio superior. Nunca disse, mas aquilo lhe doía, imaginar quanto a Zaunita sofreu em Águamansa, a prisão onde ela passou longos anos de sua vida, não era um fato simples de digerir. Os inumeros traumas que ela ainda carregava, e que a atormentava em forma de pesadelos, era constante e nunca conseguiram fazer com que parassem. E ainda sim, mesmo com o mundo tentando quebrar cada parte de Vi, ela estava ali, com o mesmo coração de ouro de sempre. Um pouco pávio curto, mas era o que fazia a lutadora tão ela.

Kiramman por muitas vezes se perdia traçando as inúmeras marcas de brigas pelo corpo de Vi, desde as mais recentes até as mais antigas. Era um mapa de batalhas vencidas e ainda sim ela empunhava aquelas manoplas pesadas, que massacravam seus ossos sempre que ela usava, cada vez que Vi pressionava e usava o impulso das armas Hextec, a pressão aumentava. Por muitas vezes a policial ajudou a Zaunita colocar os braços no gelo, trocar ataduras entre patrulhas, e qualquer outra coisa que aliviasse sua dor, e apesar de tudo lá estava Vi com seu sorriso convencido dizendo que estava tudo bem.

A Zaunita nunca demonstrou fraqueza.

Os digitos de Caitlyn afastaram os cabelos coloridos da nuca, expondo a tatuagem, o indicador e o dedo médio correndo pelas linhas pretas que desciam por sobre a pele da lutadora, tomando suas costas, as engranagens se ligavam uma a outra, quase como se estivessem compondo uma máquina. As pequenas nuvens provavelmente representavam o vapor que saia do maquinário, e a policial nunca perguntou o significado real, mas gostava de admirar como os desenhos desciam pela musculatura definida, encobrindo algumas cicatrizes, que ela não resistiu em acariciar.

Vi remexeu os ombros com os toques constantes, a voz arrastada de sono denunciando que ela não estava exatamente acordada, mas sabia que Caitlyn ainda não havia se deitado. Se conheciam tão bem que não precisavam de palavras coerentes para se comunicarem.

A Piltovense apenas murmurou algo em resposta, um beijo depositado sobre a nuca desenhada antes de se acomodar no colchão. A luz do abajur estava prestes a se apagar quando o corpo forte procurou pelo conforto de sua companheira, o sorriso surgiu nos lábios da policial quando a escuridão tomou todo o cômodo e os braços envolveram os ombros muito mais largo. Caitlyn sentia o rosto de Vi acomodado contra seu corpo, o braço tatuado largado por sobre o torso magro foi acariciado levemente enquanto a Piltovense se deixava aproveitar aquele momento, brincando com os cabelos rosados.

The Day I Will Die For YouOnde histórias criam vida. Descubra agora