20🧧

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Quando acordei fui tomar café com chifuyu, o clima estava esquisito mas eu não me preocupei, provavelmente é coisa da minha cabeça.

- S/n. - ele mumurrou colocando um pouco de cuscuz na boca, pelo jeito que me olhou aposto que está incomodado com alguma coisa. - Smiley te chamou de namorada na frente de todo mundo, quando ia me dizer que estavam juntos? - voltou a atenção ao prato em sua frente, nunca disse nada pra ele pois pensei que era óbvio.

- Não sou exatamente a namorada dele. - enfatizei a penúltima palavra. - Ainda não houve um pedido concreto, mas estamos juntos oficialmente desde o acidente. - respondi e ele me olhou meio que decepcionado.

Eu juro que as vezes eu não o entendo, mesmo que eu tente muito.

- Parece que eu demorei para perceber. Naquela noite vocês já ficavam? - ele perguntou e senti uma onda de vergonha.

Não me arrependo da noite que tive com chifuyu, ele é meu melhor amigo, além de ser alguém que tenho muita confiança. Mas se eu pudesse voltar atrás, mudaria toda aquela noite e nunca me entregaria a ele.

- Sim. - respondi me recompondo, esse não é exatamente um assunto adequado para um café da manhã.

- Eu fui o primeiro, não fui? - o olhei confusa, não podia ser real que ele estivesse fazendo logo essa pergunta. - Digo, em toda a sua vida, eu fui o primeiro. - dessa vez soou como uma afirmação, e realmente era.

- Lava o prato quando terminar. - Disse me levantando e indo até a pia para lavar meu prato, depois quero tomar um banho e ver qual a programação para o dia de hoje.

Chifuyu ficou na cozinha terminando de comer, ele demorava bastante e até parecia que estava comendo pedra.

Fui para meu quarto e me ajeitei para tomar banho. Não falei com nahoya ainda, quando fui embora ontem ele estava meio embriagado.

- Um banho é tudo de bom. - suspirei ao sair do banheiro com a toalha em volta do meu corpo. Me joguei na cama, prefiro ficar de toalha, se eu for sair aí sim visto algo. - Droga. - assim que encarei o teto meu celular tocou.

Era smiley. Quase nunca ele me liga por chamada, sempre manda mensagens com emojis e figurinhas.

- Minha flor? - ele falou e respondi com um oi. - Podemos nos ver hoje? Estou em casa, pode vir aqui? - ouvi a voz de angry ao fundo, estava brigando por alguma coisa.

- Vou sim. - falei não contendo um sorriso de canto, eu sei que ele percebeu só pelo meu tom de voz.

Depois disso ele disse que estava me esperando e desligou. Hoje é um dia frio, queria curtir preguiça, mas posso fazer isso com ele, não posso?

Peguei um moletom preto surrado, uma calça mais solta e passei um perfume. Ele não comentou nada sobre me buscar e sua casa é relativamente distante da minha. Terei que recorrer ao chi.

- Chi, está aí? - bati em sua porta duas vezes e ele abriu. - Posso te pedir um favor? - o garoto fingiu estar com sono e balançou a cabeça que sim. - pode me deixar na casa do nahoya?

- Agora vai sempre estar lá? Lembre que sua casa é aqui. - ele disse meio bravo, suspirou fundo e pegou uma camisa que estava jogada em cima da cama. - Vou ficar sozinho, não tem pena de mim?

- Cadê a Mônica? - perguntei e ele me olhou estranho, ela só apareceu aqui uma vez. Ele disse que ela era legal e que se davam muito bem. O que houve?

- Sem perguntas, vamos logo. - ele vestiu a camisa e pegou a chave da moto.

Em frente a casa dele chifuyu ficou esperando alguém abrir, disse que eu devia ter cuidado já que o confronto com gangues anda mais frequente. De acordo com ele, a toman já está se desentendendo com outra gangue.

- S/n. - angry disse ao abrir a porta, chifuyu buzinou e foi embora. - pode entrar. - ele abriu caminho para que eu passasse, ao entrar ele disse que o irmão estava dentro do quarto me esperando.

Na sala estava passando Supernatural, uma das minhas séries preferidas. Lembra muito minha infância onde eu assistia com meus primos e ficávamos a noite inteira com medo. Hoje, olhando para trás, percebo que não vejo mais nenhuma das pessoas que fizeram parte da minha infância.

Quando entrei no quarto de smiley, a luz estava apagada, estava frio e cheirava a uma essência que não sei identificar. Baunilha, talvez?

- Estou aqui. - ele acendeu a luz e estava parado bem ali na minha frente, a poucos centímetros percebi que o cheiro vinha dele pois sua mão estava suja de cobertura de bolo. - Isso é pra você. - nahoya afastou para o lado e atrás dele havia uma mesa, tinha um bolo branco com um desenho de sorriso, alguns papéis do lado e uma foto minha dormindo.

- Quando tirou isso? - me aproximei pegando a foto, o fundo parecia ser do hospital.

- Você estava dormindo, eu acordei primeiro e tive a certeza que você é o ser mais lindo que já vi em toda a minha vida. - ele sorriu, já falei o quanto fica lindo sorrindo? - Eu não sabia como dizer ou preparar isso. - ele pegou a caixinha que estava na mesa. - Quando te chamei de namorada ontem notei que ficou corada, eu pensei "nossa, ela está linda!" - disse segurando a minha mão, eu estava tão feliz que poderia construir um prédio. - Só aí notei que não tinha pedido você em namoro. Opa, agora percebi que estraguei a surpresa. - ele deu um tapa na própria testa ao notar o que falou. - Não tem problema, sou péssimo nisso.

- Obrigada. Obrigada. Obrigada. - o abracei mais forte do que já fiz desde que o conheço, quero ficar ali e nunca mais me separar dele.

- Namora comigo, florzinha? - meus olhos lacrimejaram, esse apelido sempre me deixa emocionada. Eu não devia ficar assim por uma simples nomenclatura. - Eu quero dividir minha alegria com você, sabia que eu tenho para dar e vender? - mais um de seus eye smile, era lindo.

- Sim. - respondi tentando conter toda a felicidade que estava sentindo no momento, eu sei que não devo, mas se eu demonstrasse ele me acharia a pessoa mais doida do mundo. - estou muito feliz, obrigada! - lhe dei um selinho, quando me separei ele simplesmente me puxou de volta e aprofundou o beijo. Parece que somos um par perfeito, aqueles que são destinados a se encontrarem, não ligo se no fim não ficarmos juntos. O que importa é o momento, e agora eu sei que minha boca é perfeita para a dele.

- Lembra daquela vez na boate? - ele susurrou no meu ouvido, e como eu me lembro. Estava escuro e quase fizemos algo muito bom. Se não fosse pela ligação de chifuyu tudo teria dado certo. - Chifuyu foi realmente um otário. - ele me levantou em seus braços. - Você acha que ele pode atrapalhar agora?

Senti tudo girar com essa pergunta, eu não estava mais em meu estado real.

- Seu irmão está em casa. - Respondi tentando fugir disso, estou com vergonha de que ele não goste do meu corpo ou algo parecido.

- Ele saiu, pode ficar tranquila. - ele respondeu e eu engoli em seco mas não é como se eu não quisesse fazer isso. - Está com vergonha? - assenti com a cabeça. - Do que exatamente?

Fiquei receosa em responder, mas ele tecnicamente é meu namorado há dois minutos, preciso ter intimidade para falar isso.

- Você pode não gostar do meu... você sabe. - desviei meu olhar focando em um ponto fixo aleatório.

- Como eu poderia não gostar de algo em você? - ele puxou meu queixo fazendo com que eu ficasse o encarando. - tudo em você é perfeito, e olha que não existe perfeição. - selou nossos lábios, foi intenso. Com esse beijo senti que eu podia ser eu mesma ao seu lado. Ele gosta de mim e vai continuar gostando com todos os meus defeitos. - Você. É. Linda. - nahoya dava selinhos separados a cada fala.

Definitivamente, esse é o melhor dia da minha vida.

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𝐖𝐈𝐓𝐇 𝐘𝐎𝐔, nahoya kawataOnde histórias criam vida. Descubra agora