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A conversa que teve com sora foi a mais breve possível, com uma dose de drama que fez changbin questionar se aquele choro era real ou não.

Com ajuda de jisung, ele colocou o necessário na mochila que levaria, em seguida desceu para o térreo do prédio principal com ambos garotos ao seu lado, Haeri e sua mãe já o aguardava fora do orfanato, as duas pareciam felizes ao ver o menino carregando uma bolsa e um boné que tinha pegado emprestado com chan. Prestando mais atenção, seu meio irmão estava ao lado delas, de cabeça baixa atento ao celular, apenas erguendo os olhos até o moreno para cumprimentá-lo com um aceno.

Changbin estava apreensivo, na verdade, um nervosismo enorme se instalou no pé da sua barriga, ele queria juntar forças e sair correndo, levando jisung e chris juntos para um lugar longe de todo mundo. Longe do orfanato, longe da louca que dizia ser a diretora daquele lugar e longe da mulher que se autodenominava sua mãe.

- vai ficar tudo bem lá, binnie. - o australiano tentou tranquilizá-lo, segurando em sua mão com um sorriso pequeno.

- qualquer coisa você pode tacar fogo na casa e fugir. - jisung surgiu, segurando na manga do casaco grande que o seo usava para atrasar um pouco a sua ida.

- ou só pedir pra ela te trazer de volta. - olhou sério para o mais novo, que deu de ombros. - só se cuida lá, tá bom?

O menor balançou a cabeça e mordeu o cantinho do lábio, tentando controlar o ímpeto de abraçar os dois. Logo atrás estava as duas mulheres, ele temia que sua ação inocente fosse vista de forma errada. Changbin tinha se tornado cada vez mais receoso em demonstrar afeto a seus amigos desde que tinham começado aquela relação, parecia que em um passo falso todos descobririam o que eles tinham, e seu maior medo era que a dupla o deixasse por conta disso.

O han entendeu seu dilema e se abaixou o suficiente para que seus olhos se encontrassem diretamente, ele sorriu complacente para o menino e espichou as pessoas através dos ombros do menor, aproveitando aquele instante de distração entre as duas mulheres para pincelar um beijo sobre a bochecha amendoada, rindo baixinho pela expressão de surpresa do seo. Chan tossiu a fim de mandar um recado indireto para jisung se endireitar, e ele rapidamente fez quando Haeri estreitou os olhos por trás dos óculos até eles.

- você é louco. - o australiano murmurou.

- e você um covarde. - rebateu o han, sem olhar para o maior.

- changbin, vamos! - sora gritou. O moreno balançou a mão em sua direção como se pedisse mais um momento, e de repente a mulher parecia impaciente. Changbin ignorou, dando atenção a dupla que ainda se mantinha segurando em sua roupa.

- não se matem enquanto eu estiver fora. - brincou, realizando um carinho singelo em cada pulso ao se soltar.

- não prometo nada. - jisung cruzou os braços com malcriação, recebendo um soquinho fraco de changbin.

Chan ainda hesitou em soltá-lo completamente, mas fez quando jisung puxou seu braço de leve para trás. Changbin endireitou a mochila nos ombros e deu o primeiro passo em direção ao carro de coloração vermelha, ele olhou para trás rapidamente apenas para ver jisung balançar a mão discretamente, um sinal para ele andar logo. Chris esboçou apenas um sorriso terno, tentando parecer contente com o futuro do moreno dali em diante. O garoto respirou fundo e entrou no automóvel com hyunjin ao seu lado, ele colocou a mochila que carregava sobre o colo e evitou olhar pela janela, a primeira lufada de vento que veio junto com o carro saindo em uma velocidade calma pelo estrada parecia querer varrer aquele sentimento ruim de mal presságio para longe, mas changbin sabia que não iria passar.

Era estranho e desconfortável como se sentia agora, fora da sua zona de conforto e com pessoas que até ontem não fazia a menor ideia de quem eram. Sora fumava enquanto dirigia, o garoto sentado na sua lateral era muito calado e quieto, tudo tinha um cheiro esquisito e uma sensação dolorosa machucava suas costelas. Ele quis falar alguma coisa, engatar num assunto ou até mesmo comentar sobre algo interessante que viu passando pela janela, mas era impossível. Às vezes que abria a boca ou pensava em se manifestar, a mulher de fios castanhos aumentava o som do rádio e ele simplesmente se encolhia e voltava sua atenção até a paisagem da cidade.

Uma Combinação Perfeita | 3RACHAOnde histórias criam vida. Descubra agora