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Mudou de caminho quando recebeu uma mensagem de Minho o convidando para visitá-lo, a proposta de comer bolo de cenoura com cobertura de chocolate que só Minho sabia fazer o convenceu rapidamente. Chan não tardou, ele pedalou o mais rápido que conseguia até chegar na rua onde o amigo morava, acostumado com o caminho por fazê-lo há tanto tempo. Entrou com a bicicleta no terraço de Minho e a deixou por perto, entrando na casa sem bater. Minho estava acostumado com as chegadas repentinas do rapaz, Chan sempre foi assim, ia e vinha de repente, nem sempre batia na porta e quando você menos espera, lá estava ele, com a mochila nas costas e sorriso de orelha a orelha. Foi um hábito que os dois se acostumaram.

Minho serviu o bolo em pratos bonitos de vidro que ganhou de presente quando Seungmin foi morar com ele, eram decorados e pareciam caros, mas Seungmin não estava no momento para reclamar que ele estava usando a louça cara para comer besteira com Chan. Eles sentaram no terraço com as cadeiras da mesa da cozinha, e com xícaras de café, degustaram o lanche. Não conversavam muito, estavam sempre se vendo ou trocando mensagens, então nem sempre tinham o que prosear. Mas não era um silêncio desconfortável, a rotina trouxe esses momentos de sossego, onde eles podiam só se sentar juntos ali mesmo no terraço da casa, de vez em quando alguém passava na rua e acenava para Minho, puxando assunto com o rapaz de cabelo — atualmente — preto, roupas desleixadas e aparência dócil. Minho podia ser meio rude quando queria, e até um pouco ignorante, mas era o melhor amigo que Chan tinha no momento. Ele sempre esteve lá quando Chan passava por um momento difícil, ele o ajudou a se levantar quando quis desistir, ele quem colocou o rapaz de volta no eixo quando Chan simplesmente quis jogar tudo para o alto, o lembrando do porque Chan sempre estava se esforçando tanto. “Jisung e Changbin precisam de você tanto quanto você precisa deles.” Era o que Minho sempre dizia quando Chan estava prestes a ter uma crise, e funcionava. Chan sempre pensava neles quando tudo estava prestes a explodir.

— Como você tá? — Minho indagou, quando os bolos já tinham sido comidos e os cafés já esfriaram. Era três horas da tarde, o clima estava ótimo, na opinião de Chan. Ele sempre gostou mais de dias meio frios mas de sol, odiava dias nublados, sempre refletiam no seu humor.

— Acho que vou enlouquecer. — Ele bebeu o restante do café na xícara, embora estivesse frio e amargo. Minho era ótimo com bolos, mas os cafés que ele fazia eram horríveis. Chan deixou de lado a xícara e ficou de pé. — Às vezes tenho inveja de você e o Seungmin. — Assumiu, porque era comum ele desabafar simplesmente do nada. Minho juntou os dois pratos e as xícaras, entrando em casa com Chan. Ele deixou o rapaz prosseguir enquanto ia para a pia, lavar a louça. — Queria meus namorados comigo, é tão difícil ficar longe deles. Acho que vou genuinamente enlouquecer.

— Você é tão exagerado. — Olhou com desaprovação para Chan, que encostou na parede ao lado da pia de braços cruzados e olhar caído. — Por que você só não vai visitar os moleques? Todos os dias digo para você ir, e você fica aqui enchendo linguiça. Larga do meu pé, vai atrás deles.

— Eu vou, é aniversário do Ji esse final de semana, não quero perder o dele igual perdi o do Changbin. — Falou, checando o celular quando uma notificação surgiu. Era Gunil. Chan leu a mensagem e guardou o celular de volta no bolso. — Tenho que ir, consegui alguém para dar aula. — Ajeitou a bolsa no ombro. — Min, você acha que eles ainda me amam? — Minho enxugou as mãos no pano que trazia no ombro, dando atenção para a repentina melancolia de Chan. 

— Qual é? Nem faz tanto tempo assim que você saiu do orfanato, nenhuma paixão some tão rápido.

— Daqui a pouco faz um ano, Min.

— Um ano não é nada, tá? Eu enrolei o Seungmin por dois anos, e olha a gente agora? Estamos morando juntos. — Ele se aproxima de Chan, pondo a mão no ombro do rapaz cabisbaixo. — Eu sei que vocês não são eu e o Seung, mas tenho certeza que do mesmo jeito que você não conseguiu deixar de amar eles dois, eles também não deixaram de te amar.

Uma Combinação Perfeita | 3RACHAOnde histórias criam vida. Descubra agora