Aimée Bourdon ☼︎
— Prazer, Aimée. — Falei, enquanto sorria.
— Prazer, Christian — O garoto de cabelo loiros e sotaque forte, falou, abrindo um leve sorriso. — Vai querer uma bebida?
[Algumas horas antes]
São dez horas da manhã. Sou despertada, pela campainha sendo tocada freneticamente. Levanto rapidamente e caminho em direção a porta de meu apartamentos, cambaleando, tentando não pisar nas roupas espalhadas que havia jogado no chão na noite passada.
Sinto uma forte dor de cabeça me atacando... Ressaca.
Lembro-me de pouca coisa de ontem à noite... Lembro-me apenas de ter conseguido terminar minha parte do trabalho de anatomia para a faculdade, e saído para beber... Sem as meninas. Elas vão me esganar se descobrirem. O resto eu não lembro. As baladas e festa da Espanha são totalmente diferente das baladas da França.
Me mudei para cá tem dois anos, desde que comecei a minha faculdade. E sempre tem baladas abertas, ou alguém que está fazendo. E são tão loucas e frenéticas quanto a de França. Essa é uma das poucas coisas que sinto falta de lá.
A campainha ainda era tocada diversas vezes. Era óbvio que Lana era quem tocava, costuma fazer isso sempre.
— Eu juro que ainda vou tirar essa campanha! — Gritei, ainda com a voz sonolenta.Segurei a maçaneta e empurrei abrindo a porta para minhas amigas entrarem.
A primeira a entrar, foi Olga. — Pele bronzeada pelo sol, olhos verdes tal como musgo, cabelos castanhos, 1,70 de altura. — Tem 24 anos e é a mais velha de nós, sempre admirei seus músculos não muito vulgares marcando suas roupas. Ela sempre gostou de vestir regatas e jaquetas jeans com uma calça rasgada. Lana sempre fala "Não trabalho meses fazendo designer, para te ver com um trapo rasgado como esse." Por puro deboche, ela sempre gargalha.
Em seguida, entrou Ramona. — Pele negra, olhos castanhos cor de avelã, cabelo cacheado e volumoso castanhos escuro, 1,67 de altura. — Ela tem a minha idade, 22 anos, e estamos no segundo ano na faculdade de medicina.
E então, Lana — Pele branca pálida, olhos azuis acinzentados, 1,78 de altura. — entrou, com um sorriso largo em seus lábios vermelho, e com ela o silêncio da campainha a acompanhou.
— Bom dia! — Disse lana, com seu forte sotaque russo.— Sem bom dia. — Falei.
— Quanto mal humor, credo. — Lana debochou, e caminhou até a geladeira se servindo de uma cerveja.
— Você tá só o pó, o que aconteceu? — Olga perguntou.
— Bom, como consegui— Olhei para a Ramona — terminar o trabalho, meio que já estava um pouco tarde e eu estava sem sono, então...
— Você saiu sem a gente — Lana me interrompeu. — Traíra!
— Deveria tomar um banho, tá fedendo a vômito. — Olga falou, segurando uma risada debochada. — Vamos passar na cafeteria antes de ir.
— Que roxo e esse no seu olho? — Perguntei assustada. Infelizmente, era comum Olga aparecer com alguns machucados pelo corpo. Já ate perguntamos certa vez se quem fazia isso nela não era o pessoal da sua turma na polícia, ela reagiu tão mal que ficou uma semana sem falar conosco.
— Nada.
Sabia que se perguntasse de novo ela iria brigar comigo, então apenas concordei, enrugando o nariz para a marca de vomito na camisa branca.
— Que gracinha sua calcinha de oncinha! — Lana gritou e Ramona gargalhou.
Dei dedo para ela e entrei no banheiro.
Suspirei fundo, mas com calma. A cabeça ainda latejava.
Liguei a ducha, tirei a roupa suja, e evitei olhar o espelho, mesmo que o vapor da água quente ja havia escondido o espelho.
Evitei olhar meu próprio reflexo, ou reflexo de minha mãe.
Os olhos azuis como água, as bochechas rosadas, o sorriso, o cabelo castanho loiro... Quando me mudei para Espanha, pintei meu cabelo de preto. A primeira vez que meu pai viu, ele tentou, de todas as formas, não esboçar uma reação exagerada de desaprovação. Já minhas irmãs, Abby e Agnes, adoraram e até perturbaram nosso pai para deixa que pintasse. Papai negou, porém para deixar suas filhas contente, como sempre, deixou que cortassem seus longos cabelos.
Caminhei até ducha e fui recebida por um forte jato de água quente gostosa.
Me lavando, e perdida no mundo das nuvens, Lana abriu a porta, depois de bater.
A primeira vez que ela fez isso, gritei tão alto que os vizinhos bateram na porta perguntando se eu estava bem. Agora, é um pouco normal. Ela diz "temos as mesmas coisas, relaxa."
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𝐒𝐞𝐦𝐩𝐫𝐞 𝐭𝐞 𝐚𝐦𝐚𝐫𝐞𝐢
Romance𝐒𝐞𝐦𝐩𝐫𝐞 𝐭𝐞 𝐚𝐦𝐚𝐫𝐞𝐢 𝐷𝑢𝑎𝑠 𝑎𝑙𝑚𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑓𝑢𝑛𝑠𝑎𝑠. 𝐷𝑢𝑎𝑠 𝑎𝑙𝑚𝑎𝑠 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝑠𝑒𝑢𝑠 𝑡𝑟𝑎𝑢𝑚𝑎𝑠. 𝐷𝑢𝑎𝑠 𝑎𝑙𝑚𝑎𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑛𝑎𝑜 𝑠𝑎𝑏𝑖𝑎𝑚 𝑎𝑚𝑎𝑟. 𝐷𝑢𝑎𝑠 𝑎𝑙𝑚𝑎𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑞𝑢𝑒𝑟𝑖𝑎𝑚 𝑎𝑚𝑎𝑟. ...