Capítulo 4

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DEAN

Meu pai sempre disse que era eu fraco, e, eu sempre gritava de volta que não, mas, no fundo, ele sempre teve razão. Eu sou um fodido de merda fraco e não só isso. Eu sou fraco, egoísta e ingrato, e, provavelmente iria e deveria queimar no inferno por isso. Quando as próximas palavras de Izzie saem de sua boca, é aquele momento em que alguém te ataca por trás, enviando um chute certeiro na dobra de seu joelho, te pegando em cheio e despreparado, te pondo no chão, te fazendo falhar e então, fazer a única coisa que resta, render-se. E, eu me rendo, como o fraco que sou.

— Olhe para mim, Dean!

Izzie sequer precisa gritar ou repetir, sua voz é calma, mesmo que possua uma leve rouquidão, sexy como ninguém deveria ser, pois, é perigoso. E a mulher a minha frente já era muito perigosa antes mesmo de estar toda decidida, admitindo que me quer como a quero e sem estar com os seios pesados para fora com os bicos escuros intumescidos apontando em minha direção, deixando em evidência e reafirmando suas palavras, além da pequena calcinha de biquíni vermelho que usa, mal cobrindo sua boceta e fazendo menos ainda por sua bunda quente. Seus lábios cheios levemente abertos e seus olhos tomados por desejo. Desejo por mim, tão grande quanto o meu por ela.

— Me mande ir embora, Izzie — mal reconheço minha voz, tamanho o anseio por agarrá-la, provar cada pedacinho de seu corpo e fazer dela minha mulher pela eternidade — Diga. Então, agiremos como se nada disso tivesse acontecido, voltamos para nossos amigos e tudo continua igual.

— Você sabe qual foi a minha promessa. Não posso nem quero fazer isso. Pelo contrário, o quero aqui. O quero dentro de mim. Quero que seja meu primeiro e se deixar sua hipocrisia de lado, o único.

Engulo em seco. Sinto outro golpe.

— Como posso saber da sua promessa?

Ela sorri de lado, maldosa. Tentadora.

— Ah, você sabe — fica nas pontas dos pés e sussurra, daquele jeito que após eu a segurar como o meu mundo que é — E, eu tenho que cumprir, Dean. Foi uma grande promessa!

Ela também sabia da minha?

Eu a protegeria nem que minha vida dependesse disso. Era ainda maior do que a dela.

— Não pode ser tão grande quanto a minha.

Sua determinação e confiança vacilam por uns instantes, ela vasculha em meu rosto e parece triste, até que põe tudo de lado, deixando para se preocupar com isso depois de conseguir o que quer.

— Minha felicidade não pode ser a sua? Só hoje? — pergunta doce, quase ingênua, de modo verdadeiro pela primeira vez em um longo tempo.

Não posso deixar de rir. Izzie não sabe, provavelmente a única coisa que ela não sabe sobre mim... A coisa mais importante que ela deveria saber sobre mim. Eu faço o que for preciso pela sua felicidade até pôr a minha em risco!

— Só hoje?

Ela pisca quase sem acreditar que conseguiu. Porquê ela sabe que conseguiu.

Dá de ombros.

— Já lhe deixei a par. Quero você em todos os anos que nos restam. Agora é com você, Dean. Você me quer para além de hoje?

— Tanto que às vezes penso que irei sufocar — dou um passo em sua direção. Tão pertos —  Te quis ontem também, hoje, vou te querer depois de amanhã, do próximo ano, do próximo, do próximo — a puxo pela cintura, dando um fim ao espaço que resta. Ela suspira alto e lentamente o sorriso mais bonito que Izzie me deu, surge, como o Sol em todo seu esplendor após uma chuva forte e fria — E até eu ter forças para te amar — uma lágrima solitária escorre por seu rosto bonito, ela estava se segurando para não deixar as outras percorrerem o mesmo trajeto, traço o caminho com uma carícia da minha língua, até chegar ao canto de sua boca — Não é momento para lágrimas, Bear. Porém, é interessante, ver que cadelas podem chorar.

Grande Promessa (CONTO) - CONCLUÍDO Onde histórias criam vida. Descubra agora