Capítulo 3

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IZZIE

Marcus, Mathias, Dean e alguns dos outros rapazes da antiga academia de papai, e eu, nos entreolhamos, antes de voltarmos nossos olhos para a tela enorme que é a tevê na área da piscina, cronometrando os segundos finais para a vinda do novo ano. Concentro meus pensamentos em agradecimentos, por ter sobrevivido ao ano difícil e as vitórias dos rapazes e minhas; e um pedido, que papai esteja em um bom lugar, mesmo não indo sempre a igreja, na verdade, mal lembrava a última vez que fui a uma, tinha a minha fé. Havia decidido que esse ano não haveria promessas, mas, quando Dean, que estava na outra extremidade do deck, puxa a mão do Jay que estava agarrada a minha, grudando a sua nela, meu plano vai por água abaixo. Bem quando os números rolam para os zeros; os confetes prata e dourado caem sobre todos nós e Dean me envolvem em um abraço de urso me rodopiando e desejando um feliz Ano Novo, tudo muda. Enquanto envolvo meus braços em seu pescoço e o aperto como faz comigo, tendo consciência de seu corpo grande, duro e quente colado em mim, prometo uma única coisa. Única e grandiosa: Eu terei uma noite com Dean Griffin nem que seja a última coisa que faça na vida! Mesmo que tudo mude entre nós depois disso, mesmo que eu tenha que ir embora de sua casa. Sem dúvidas, se ele me mandasse embora, eu me arrependeria, no entanto, eu sabia em no canto mais íntimo do meu coração, que não fazer isso seria um arrependimento ainda maior, do tipo que não me deixaria morrer em paz quando o momento me alcançasse.

Como se soubesse o que se passa em minha mente, Dean me deixa sob meus pés e encara-me, como se percorresse cada centímetro da minha alma, seus olhos brilham e por fim, se escurecem. E, sei que ele realmente sabe.

— Um ano cheio de alegrias e surpresas — me inclino até sua boca, ficando muito próximo de beijá-lo, recebendo sua respiração quente em minha face, notando de pertinho como sua língua dança por seus lábios, umedecendo aquela parte que tanto anseio por provar, assistindo seu corpo retesar, suas pupilas dilatarem e tornarem-se maiores — Vai ser maravilhoso, Dean! — sorrio grandemente para ele. Quando ouso ir um pouco além, deixando um beijo em seu queixo, volto a flutuar.

Rio da cara pasma e afetada de Dean, e também por pura frustração, enquanto Mathias faz seus votos para mim. Mesmo que o ame, que seja o irmão que mamãe nunca pôde me dar, tenho vontade de bater nele por isso, bastava esperar? Contudo, o abraço de volta e lhe desejo o melhor. Dean e eu teríamos um ano inteiro e todos os outros que me restasse e fossem necessário até cumprir minha promessa.

{...}

— O QUE DIABOS ESTÁ FAZENDO?

Dean Griffin praticamente urra quando me deito em sua frente, ao invés de o fazer em uma das espreguiçadeiras, uso o chão, por cima de um tecido muito bonito em tons de azul, quando desperta de seu cochilo e me nota ali.

— O ano pode ser novo, mas, creio, querido, que ainda chamem de bronzear — respondo gentilmente, abaixando meus óculos e encarando-o com o olhar mais inocente que consigo transmitir — Aliás, pode passar isso em mim? — peço docemente, estendendo o produto, ciente que parte do meu seio esquerdo está amostra — Por favor, Dean? — pisco lentamente meus cílios.

Dean levanta-se rapidamente e temo que vá ao chão, mas, ele se mostra muito hábil, como um gigante prestes a me esmagar, e espero que seja enquanto cobre meu corpo com o seu, me tomando ao se enterrar fundo dentro de mim, porém, ele apenas apanha o frasco e volta-se para Jay, Trent, Jimmy e suas companhias. Apenas algumas horas haviam se passado desde nossa confraternização, todos acabaram dormindo por aqui mesmo, até Mathias que raramente gostava de se hospedar na casa do anfitrião. Um pouco antes de papai morrer, eles não eram mais os mesmos, antes, tão próximos. Com a morte de seu treinador, só se afastaram mais. Sentia que se não fosse por estarem na mesma academia, seriam aquele tipo de lutadores com rivais de peso, do tipo que atraí multidões quando calha de se enfrentarem, deixando todos em êxtase, gerando uma imensa comoção. E, a mim, triste.

Grande Promessa (CONTO) - CONCLUÍDO Onde histórias criam vida. Descubra agora