Tenho dezessete

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Tenho dezessete,
E talvez eu seja a decepção da família.
Não sou lá a melhor filha, 
E ser diferente não é opção. 

Mudanças ruins ocorreram,
Como nos anos anteriores.
Sinto que estou perdendo meus valores 
E a pessoa que sou.

Mas não foi só isso que perdi, 
Dá pra perceber, pois sou a única aqui.
Sem amigos pra compartilhar,
Qualquer coisa pra comemorar.
Não é importante…
É assim que prefiro acreditar.

Mas não é verdade. 
Nunca fui boa com mentiras, 
E essa é a única coisa que não chegou a mudar. 

Sentada nessa praça
Observando o tempo passar.
Às vezes é triste ser sozinha, 
Você já teve vontade de chorar? 

Bem, talvez sejamos diferentes. 
Mas no fundo, 
Acho que você me entende. 
Ou não…

A única coisa que recebi hoje,
Foi: Um email tosco, 
Escrito por mim. 
É melhor não falarmos sobre o que tinha ali. 

Não é como se alguém fosse lembrar 
Ou se importar. 
E tudo bem, quem sou eu para exigir que se importem? 
A resposta é simples: Ninguém.

Eu caminho rumo ao norte…
Na verdade, não tenho senso de direção. 
Que seja! Faço Cosplay da Dora. 
O tempo passa, a hora não. Isso nem tem sentido…
Meu relógio está parado, 
Estagnado, igual a minha mente.

Meu celular toca, 
DDD 91
Tá de sacanagem? 
Eu já não espero mais nada, 
Porque o "nada" é o que me aguarda.

Eu tenho dezessete,
E pareço uma criança amedrontada. 
Tenho medo do futuro, 
E da solidão de não ser amada. 

Eu não estou pronta para crescer.
Devo estar fazendo isso da maneira errada. 
Deveria existir um manual, 
Assim eu não seria essa piada.

Talvez até o fim do dia
Essa sensação de "me sinto vazia" 
Tenha ido embora, junto ao sol. 
E se não for… 
Talvez eu chore abraçando o lençol. 
Brincadeira, eu não me prestaria a isso. 

Uma coisa que percebi
É que eu sempre vivi 
Uma vida de "talvez".
Se quer uma só vez 
Afirmei com convicção. 

Nem tudo é beleza e flores
Por mais que seja doloroso. 
Então "Talvez" eu me compre um bolo
E aproveite as calorias, 
Nesse meu estúpido dia. 

 

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