Capítulo 2

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Arthur dos Santos era um garoto de 14 anos muito inteligente, gentil e popular. Ele, o Noah e a Mariana são melhores amigos desde pequenos. Eles faziam tudo juntos e resolveram entrar no internato ao mesmo tempo. Aos 10 os três entraram e logo se tornaram populares. O Noah ficou conhecido como o rebelde por sempre usar roupas pretas e vermelhas, a Mariana ficou conhecida como a mais bonita e o Arthur como o mais bonito. Todos eram legais e educados com os três. Aos 12 a Mariana conheceu a Manuela e começou a se afastar dos dois. O Noah conheceu um garoto chamado Yuri e também começou a se afastar. O Arthur se sentiu isolado e começou a entrar no armazém sempre que ficava sozinho. Era bem grande e cheio de coisas velhas. Ninguém entrava lá, era o lugar perfeito para ficar sozinho e ele não era o único que pensava assim. Uma garota de cabelo verde entrou e se sentou perto da parede. O Arthur reconheceu a bruxa e resolveu se esconder atrás de algumas caixas. Após alguns segundos a Li começou a chorar e surpreendeu ele. Por que a garota mais temida da escola estava chorando? Na mesma hora o Bruno entrou.

- Achei você. Não precisa chorar, não é tão ruim assim.

- Meu pai está namorando a mãe da Manuela. Como isso não é ruim?

- Eles não vão chamar a Manuela de feitiço também só porque seus pais estão namorando.

- Eles começaram a te chamar de feitiço quando te viram conversando comigo, por que seria diferente com ela?

- Ela é a melhor amiga da Mariana, a garota mais popular. Ninguém terá coragem de tratar a Manuela como nos tratam. Tenho certeza de que ficara tudo bem e a senhorita Cristina foi muito gentil com você. Deveria fazer o mesmo. Agora pare de chorar, eu tenho uma surpresa pra você.

- Surpresa?

- Sim. Esta dento do seu dormitório.

Ela se levantou e saiu correndo curiosa. Depois o bruno se virou e olhou direto pro lugar onde o Arthur estava escondido.

- São poucos que tem cabelo loiro como o seu. Não adianta ficar quieto, eu sei que é você Arthur. Vocês adoram machucar a Li, fique longe dela e finja que não ouviu nada.

O Bruno saiu antes que o Arthur pudesse dizer qualquer coisa. Depois disso ele conversou com o Noah e a Mariana, eles apresentaram seus amigos e eles se tornaram o grupo dos populares. O relógio tocando e a luz do sol entrando. O Arthur acordou e arrumou todas as malas. Saiu de seu quarto e se sentou na mesa com seus pais. Após comer ele se vestiu e disse tchau para seus pais. Desceu para a portaria e pediu para o motorista passar na casa do Noah. Depois foi a casa da Mariana, depois a da Manuela onde ele viu a bruxa. Desde o incidente do armazém, ele não conseguia olhar para a Li sem se lembrar dela chorando. Por sorte ele nunca teve que conversar com ela. A Manuela entrou no carro e eles foram para a casa do Yuri. Mas ele, estranhamente, já tinha saído.

- O Yuri está andando estranho a semanas, ele não atendeu nossas ligações e nem veio nos visitar durante todas as férias. Ele está bravo conosco?

- Por que ele estaria? Não fizemos nada de errado, vamos conversar com ele quando chegarmos na escola.

Os quatro foram para o internato, pegaram os números dos quartos. As meninas ficaram no 321 e os meninos no 312, que eles não sabiam era o mesmo dormitório do Bruno. A Mariana e a Manuela foram para o dormitório delas e o Noah e o Arthur para o deles. Eles entraram e encontraram o Yuri e o Bruno.

- Yuri finalmente te achamos. O Arthur, as meninas e eu fomos na sua casa, mas você já tinha saído. Não me diga que você veio para escola com o Bruno?

- Não fale besteira, ele chegou pouco antes de mim. Nos quatro estamos no mesmo dormitório esse ano.

- Já falou com a orientadora?

- Sim, ela disse que não podemos mudar teremos que nos acostumar.

- Vocês três poderiam parar de falar de mim como se eu não estivesse aqui.

- "três", são o Yuri e o Noah que estão falando, eu não disse nada.

- Ainda.

Os quatro ficaram discutindo por mais alguns minutos. O Arthur parou de argumentar e começou a arrumar sua cama. Ele abriu a mala, pegou um montinho de roupas e colocou em um lado do armário. Cada dormitório tinha dois armários, então um dos meninos teria que dividir o armário com o feitiço. Querendo evitar mais discussão, ele resolveu colocar suas roupas no mesmo armário que ele enquanto estavam distraídos. Argumentação atras de argumentação, o Bruno finalmente desistiu e saiu do quarto. Deixando seus pertences para trás. A atenção do Noah foi redirecionada ao Yuri, várias perguntas foram feitas. O que você fez nas férias? Por que esteve tão ocupado? Está nos evitando? Está bravo? Se ele não estava bravo antes, com certeza ficou depois de tantas perguntas. Sua única resposta foi "se eu estivesse bravo você já saberia". Isso era verdade, o Yuri não sabia esconder suas emoções, quando irritado ele brigava com todos ao seu redor. A enxurrada de perguntas parou e eles ficaram em silencio, que foi quebrado por uma batida na porta. O Noah se aproximou e abriu a porta. A garota de cabelo verde parada na frente fez uma cara de surpresa e falou.

- Esse não é o dormitório do Bruno?

- Ele saiu.

- A mala dele está aqui?

- Sim.

Ela abriu mais a porta, afastou o Noah e entrou. Foi direto para a mala do Bruno, a abriu e tirou uma maleta branca. Depois saiu antes que um dos meninos pudessem dizer qualquer coisa. Assim que ela saiu, os meninos se levantaram e a seguiram. Em todos esses anos no internato, eles nunca viram uma menina entrar no quarto dos meninos desse jeito. O medo que eles sentiam pela bruxa foi, temporariamente, substituído por curiosidade. Dentro do dormitório dela havia duas meninas, ambas aparentavam a mesma idade que eles. O Arthur olhou para a garota. Seu cabelo tinha o mesmo tamanho e formato que o da Li, mas chamava mais atenção por ser inteiramente branco. A outra garota tinha um cabelo preto, liso e tão grande que batia em sua cintura. Diferente das outras, o que chamava atenção era um pequeno corte em sua mão esquerda. A li se sentou ao seu lado e abriu a maleta. Dentro havia uns comprimidos e curativos. Ela pegou um algodão, passou ao redor da ferida e colocou um curativo. Depois se levantou, puxou a garota pela mão direita e saíram do quarto.

Os três garotos ainda estavam parados do lado de fora, dois olhando para as meninas indo embora e um olhando fixamente para a garota de cabelo branco. Ela retribui o olhar por um tempo, fechou a maleta e a entregou para o menino de camiseta vermelha.

- Obrigada.

- Não é nossa, é do amigo da bruxa.

- Bruxa?

- Você e a outra garota devem ser novas. A de cabelo verde é conhecida como bruxa. Se vocês não tomarem cuidado ela vai acabar enfeitiçando vocês também.

- Quantos anos você tem?

- 14.

- É muito velho para ainda acreditar em bruxas. Você não deve saber nada dela, além do sobrenome. Ela acabou de ajudar uma garota que nem conhece, isso não me parece uma coisa que uma bruxa faria. Antes de dar apelidos a alguém devia se dar ao trabalho de conhecê-la.

Todos os três estavam em choque, principalmente o Noah, por serem os populares todos os respeitavam, eram poucas as pessoas que os enfrentavam. A garota colocou um pequeno sorriso no rosto, pegou a maleta de volta e voltou para seu dormitório. Disse "foi um prazer conhecê-los" e fechou a porta.

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