Minha Alfa Me Odeia - Livro II - Supercorp

Capítulo Dois

P.O.V KARA ZOR-EL

Tive alta do hospital pouco tempo depois, mas me recusei a ir para a casa da matilha, então voltei para a casa dos meus pais.

Lena, os anciãos e James reclamaram sobre não ser seguro, mas eu não estava nem aí. Qualquer lugar era mais seguro do que estar perto deles. Perto do minha parceira, para ser mais precisa.

Ao chegar à soleira e ver a poeira cobrindo todos os cantos do lugar, percebi o quanto me sentia solitária.

Eu havia finalmente voltado para minha casa, mas não tinha ninguém para quem voltar. Eu estava completamente sozinha.

Mamãe se foi. Papai se foi. E Cat também.

Entrei na casa, relembrando os velhos bons tempos, lembrando quando papai e eu brincávamos de esconde-esconde ou quando conheci Cat.

Ela e eu discutíamos sobre tudo, mas nos reconciliávamos depois, enquanto assistíamos a um filme de terror e comíamos pipoca.

Uma única lágrima caiu e eu a enxuguei. Eu estava farta de chorar.

Fui até a cozinha e tirei a vassoura, a pá de lixo e outros utensílios de limpeza.

Eu limparia este lugar até que ele ficasse brilhando. Eu limparia tudo, incluindo as memórias ruins.

Quando terminei a limpeza, era noite. Decidi tomar um banho rápido e pedir uma pizza para encerrar a noite.

Yay! Pizza!, Kiera gritou na minha cabeça. Eu não pude deixar de rir.

Eu estava sentada no sofá, assistindo TV, quando a campainha tocou.

Peguei o dinheiro na mesinha de centro e me dirigi para a porta. Eu estava prestes a agarrar a maçaneta quando Kiera deu um pulo, animada.

Ela está aqui!, ela gritou, pulando alegremente.

Acalme-se, Kiera. E apenas pizza, eu disse a ela, rindo. Mas abri a porta e encontrei não o entregador, mas nossa Alfa.

"Ugh", suspirei, exasperada, e tentei bater a porta. Mas Lena enfiou o pé, evitando que ela fechasse.

Tentei bater mais algumas vezes, com mais força, tentando causar um pouco de dor em seu pé e fazê-la se mover. Mas aquela mulher bestial não se mexia.

"O que você quer?", perguntei, desistindo de tentar fechar a porta na cara dela.

"Eu vim checar você", respondeu ela com indiferença.

"Bom, checou. Estou bem. Você pode ir embora", eu disse a ela, pronta para fechar a porta novamente. Mas ela parou mais uma vez.

"Kara, por favor... posso entrar?", ela disse suavemente. Pela primeira vez, vi emoção em seus olhos.

Deixa, vai! Vamos só ouvir o que ela tem a dizer. Por favor?, Kiera implorou na minha mente.

"Tá." Abri a porta e me afastei para deixá-la entrar.

Ela entrou e foi para a sala de estar. Fechei a porta da frente e a segui, certificando-me de manter distância suficiente entre nós.

Seu cheiro era inebriante. Eu temia que, se me aproximasse muito, perderia o controle sobre a minha vontade.

Ela ficou no meio da minha sala, parecendo um cachorrinho perdido. Eu não pude deixar de admirá-la.

Ela era perfeita. Do topo do seu cabelo preto como azeviche aos sapatos de grife.

Ela é perfeita. Nossa parceira é perfeita, Kiera falou, me fazendo revirar os olhos.

"Da última vez que estive aqui...", ela começou, me tirando do meu transe.