Capítulo Vinte e Sete

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P.O.V KARA ZOR-EL

Eleanora e eu estávamos a caminho para minha casa. Ela falou animadamente sobre minha mãe e como foi criá-la.

"Ah, e quando ela conheceu o Robert! Foi amor à primeira vista. Seu vínculo de parceiros os conectou imediatamente, e eles tornaram-se inseparáveis desde então."

"Como eles se conheceram?" Tive que perguntar a ela mesmo sabendo a história de cor. Papai sempre me contava quando eu era criança. Mesmo assim, nunca me cansei de ouvi-la.

"Foi no baile anual da matilha Silver Bow. O alfa daquela época decidiu convidar lobas não acasaladas de matilhas aliadas para ver se sua predestinada estava entre eles. Minha Altura não tinha interesse em conhecer seu parceiro ainda. Na verdade, ela pensou que estava amaldiçoada e que nunca teria chance conhecer seu destino."

"Amaldiçoada? Por que ela seria amaldiçoada?", perguntei, enquanto abria a porta de casa.

"Minha Alura era um pouco pessimista, sabe. Ela pensava que sua origem a amaldiçoou, e que ela estava destinada a morrer como uma loba solitária. Que a linhagem real terminaria com ela. Mas Rao provou que ela estava errada. No momento em que o falecido Alfa Gunolf entrou com seu Beta - o falecido Alton Olsen - e seu pai - o então Gama Robert Zor-el-, foi amor à primeira vista", ela disse, sonhadora.

Eu não pude evitar sorrir.

"Eles namoraram por alguns anos, então seu pai a pediu em casamento. Devo admitir que ele era um homem muito romântico", disse ela, sentando-se no sofá da sala.

"Eles se casaram na matilha Silver Bow e depois Alura e Robert vieram morar aqui no bando Blood Moon. Já que seu pai era Gama, não havia outra escolha, mas ALURA estava bem com isso. Ela cresceu na Silver Bow, mas nunca se sentiu como se pertencesse a ela; nenhuma de nós, aliás. Não que fossemos rejeitadas ou algo assim, simplesmente não era nosso bando", ela disse.

"Como era a matilha da mamãe? Aquela em que ela nasceu?", eu tive que perguntar.

"Era uma matilha muito pacífica. Humilde e segura. Eram cerca de oitocentos membros. Mas eles eram todos de bom coração. Eles nos aceitaram como bruxas em seu bando, sem qualquer preconceito", ela relembrou.

"Qual era o nome do bando? De acordo com os documentos que encontramos na biblioteca da matilha Silver Bow, você disse que veio do bando Golden Blood?", perguntei.

"Sim. Seus avós. O Alfa e a Luna do Golden Blood foram emboscados. Eles não tiveram misericórdia enquanto matavam homens, mulheres e crianças. Massacraram todos eles. Na época, eu era uma das principais bruxas do bando. Sua avó, Lady Amelia, entregou sua mãe, que era apenas uma criança, para mim, e eles me imploraram para eu fugir e buscar refúgio no bando mais próximo."

"Quem poderia fazer tal coisa? Por que eles atacaram o bando?", questionei.

"Foram os caçadores humanos que atacaram a matilha", ela disse, uma expressão sombria cobrindo seu rosto.

Eu ainda não conseguia acreditar. Por que os caçadores estavam atrás de nós, lobos? Eu entenderia os outros seres sobrenaturais como vampiros que se alimentam de sangue e talvez bruxas malvadas que praticam magia negra, mas por que lobos?

Nunca prejudicamos nenhum ser humano. Então me lembrei de algo que Eleanora disse enquanto estávamos no escritório de Lena.

"Você disse que minha mãe era meio humana. Isso significa que um dos meus avós era...?", perdi a última palavra.

"Humano? Sim. Sua avó, Lady Amelia", ela disse.

"Como os anciãos permitiram esse relacionamento?" O acasalamento com qualquer outro ser, especialmente humano, é tabu e considerado uma aberração.

Minha Alfa Me Odeia - Livro II - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora