Prólogo
A Terra abriga segredos que transcendem a compreensão humana. Existem reinos ocultos, inalcançáveis para a maioria, o Olimpo, o Submundo, Atlântida. Mas há um lugar além de todos eles, um domínio intocado por mortais e deuses: o Mundo Cósmico.
Este reino, escondido nas profundezas do universo, é lar dos seres mais poderosos da existência: os Celestiais e Semi-Celestiais, entidades responsáveis pelo equilíbrio dos mundos. Entre eles, dois nomes ecoam como lendas:
Katastrofi, o Rei Celestial da Destruição.
Uma figura colossal, imponente como um trovão que antecede a tempestade. Com 2,20 metros de altura, olhos roxos incandescentes e uma barba cerrada, ele não governa com justiça, governa com medo. Katastrofi não apenas controla a destruição; ele é a própria encarnação dela. Seu reinado de 200 anos é marcado pela brutalidade, e seu maior inimigo sempre foi o tempo. O que acontece quando um deus da destruição se torna obsoleto? Esse pensamento o consumia, tornando-o ainda mais impiedoso.Maya, a Rainha Celestial do Tempo.
Enquanto Katastrofi é a fúria do trovão, Maya é a brisa que antecede o amanhecer. Dona de olhos verdes como esmeraldas e cabelos loiros curtos, sua serenidade é um contraste ao caos de seu marido. Maya vê além do presente, ela sente os fios do destino se entrelaçando, mesmo quando não pode mudá-los. Ela sabe que a harmonia entre criação e destruição exige sacrifícios, e que em algum ponto da eternidade, um desses sacrifícios seria seu próprio filho.
E então, em uma primavera onde os ventos dançavam pelo Mundo Cósmico, ele nasceu.
Seus olhos, uma fusão de roxo e verde, eram um paradoxo, um reflexo da guerra entre seus pais. O poder que emanava daquela pequena vida era tão intenso quanto a profecia que pairava sobre ele.
Maya sorriu ao segurá-lo nos braços.
— Ei, mor, como vamos chamá-lo?
Katastrofi observou o bebê com um olhar calculista. Para ele, um nome era mais que um rótulo. Era um destino.
— Precisa ser algo que faça todos tremerem só de ouvir.
Maya respirou fundo e sussurrou:
— Noah.
Katastrofi revirou os olhos, mas no fundo, algo nele gostou da escolha.
— Pode ser... vá, desta vez aceito.Os meses passaram, e Noah crescia. Seu poder era avassalador, sua presença capaz de estremecer as fundações do cosmos. E isso era um problema.
Em uma noite de lua cheia, o céu rasgou-se em luz. Uma estrela cadente caiu sobre o castelo dos reis, trazendo uma mensagem enigmática:"Aquele que virá será o fim. O reinado cairá pelas mãos daquele que nasceu da fusão entre destruição e tempo."
Katastrofi sentiu um calafrio. Pela primeira vez, ele temeu algo que não podia destruir com suas próprias mãos. E o que mais o aterrorizava? O fato de que o inimigo anunciado na profecia era seu próprio filho.
Naquela noite, movido pelo medo e pela fúria, Katastrofi tomou uma decisão que mudaria o destino do universo.
— Levem-no ao Submundo. Deixem-no para morrer no Monte das Almas Perdidas.
Maya congelou.
— O quê?! Katastrofi, não!
— Eu não serei destronado. Se Noah é uma ameaça ao meu reinado, ele não pode existir.
Mas Maya não era apenas sua esposa. Ela era a Rainha do Tempo. E se Katastrofi dominava a destruição, ela dominava o futuro.
Na calada da noite, Maya fugiu. Com Noah nos braços e o coração aos cacos, ela atravessou os portais do Mundo Cósmico em busca da única entidade capaz de ajudá-la.
Perséfone, Rainha do Submundo.
O olhar escuro da deusa refletia o caos prestes a se desdobrar.
— Eu sei por que está aqui — disse Perséfone, sem que Maya precisasse dizer uma palavra. — As estrelas já me alertaram. O equilíbrio foi rompido.
— Katastrofi quer matá-lo. — A voz de Maya tremeu. — Ele acha que Noah é seu inimigo.
Perséfone cruzou os braços, pensativa.
— Talvez ele seja.
Maya hesitou.
— Não. Meu filho não é uma ameaça. Ele é uma chave. Só não sei o que ele abrirá...
Silêncio.Então, das sombras, outra voz se ergueu.
— O deixaremos aqui. Ele crescerá sob nosso cuidado. Mas um dia... o destino virá cobrá-lo.Era Hades.
O Senhor das Sombras sabia que ninguém escapava do que estava escrito nas estrelas. Mas até que a hora chegasse, Noah estaria seguro no Submundo.E assim, enquanto Katastrofi acreditava ter selado seu destino, o verdadeiro jogo apenas começava.
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Ascensão: Os Deuses da Nova Era
FantasiEu nunca pedi para nascer. Muito menos para ser filho de um celestial, que quer me matar. Meu nome é Noah, e, segundo uma profecia antiga, sou a ruína do próprio pai, Katastrofi, o Rei Celestial da Destruição. Desde o dia em que nasci, meu destino f...