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Tom não estava brincando antes. Ele não tem uma casa grande, a não ser que talvez grande é um eufemismo. Ele mora em uma mansão. Uma mansão real que parece ter saído diretamente de um filme de terror do século XIX sobre gêmeos vitorianos mortos. 


Tom estaciona na garagem, bem perto da porta da frente. Atrás deles, os portões começam a se fechar e um pouco à direita uma estátua de mármore jorra água. Harry sente que entrou em outra realidade.


“É um pouco demais, eu sei”, diz Tom. “Mas é a casa mais próxima que tenho da sua. Achei que você gostaria de uma viagem mais curta. ”


Harry gagueja. "Você tem mais casas?"


"Claro", Tom sorri. "Eu viajo muito."


“Oh, não fique tão presunçoso. Já te disse que o dinheiro não vai me conquistar. ”


"Mas você é tão fofo quando está com os olhos brilhantes." Tom ri do que deve ser uma expressão particularmente mal-humorada, e então começa a tirar o casaco. Os olhos de Harry se arregalam e ele se vira na cadeira, teimosamente olhando para fora da janela. A última coisa de que ele precisa se quiser evitar dormir com Tom é observar ativamente o homem se despir. 


Mas Tom apenas ri e acaricia um ponto sensível atrás da orelha de Harry e diz: “Relaxe. É para você."


Antes que Harry possa perguntar o que ele quis dizer, Tom abre a porta do carro e enfrenta o clima. Ele corre para o lado de Harry e abre a porta para ele, segurando o casaco como um guarda-chuva para se proteger. O coração de Harry salta com afeto que ele se recusa a mostrar.


Ele revira os olhos. "Um cavalheiro."


"Naturalmente."


Tom fica ao lado de Harry até que eles cheguem à porta da frente, e enquanto Harry ainda está quase seco, Tom está encharcado. Sua camisa é praticamente transparente - e se o olhar de Harry permanecer lá um pouco mais do que o necessário, quem pode culpá-lo? - mas ele não parece nem um pouco incomodado.


"Obrigado", disse Harry suavemente. Ele percebe, então, o quão perto eles estão, como ele pode sentir o hálito quente de Tom em sua bochecha, sentir o calor de seu corpo. Ele dá um pequeno passo para trás.


O interior da casa de Tom é tão impressionante quanto o exterior. Os móveis são todos de madeira de mogno profunda e lustres reais pendurados no teto, enchendo a sala com um brilho laranja suave. Apesar da grandeza avassaladora, Harry se sente em casa aqui, seguro e confortável. Certamente ajuda que Tom esteja pairando atrás dele, suas mãos apertando os ombros de Harry em uma massagem calmante.


“Se você quiser tirar essas roupas, é só me avisar.”


The Gift of Giving [ TRADUÇÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora