"Você não pode escolher por quem se sente atraído. Você não pode projetar um relacionamento."
Sex Education.Passei horas e horas lendo, não fui jantar e comi uma fruta. Olhei no relógio que marcava 23:00, não podenos sair depois das dez, mas como hoje quase não há alunas, quase não há funcionárias nos corredores. Não faria mal dar só uma saidinha.
Saí de fininho, com a lanterna do celular ligada e sem sapatos, apenas minha meia colorida, tomando cuidado para não fazer nenhum barulho.
Os corredores cheios e iluminados durante o dia agora complemente escuros e vazios, a cada passo sentia um arrepio, saber que todos aqueles quartos estavam vazios não ajudava em nada.
Saí do dormitório e me deparei com o jardim iluminado pelas luzes artificiais, embora ali fosse vazio, grande e cheio de árvores era muito mais acolhedor que os corredores. Atravessei o jardim rapidamente e cheguei a escola, entrei facilmente já que a porta principal fica aberta para quem precisar pedir ajuda na enfermaria - Onde tem um quarto para a enfermeira - comecei a andar.
Cheguei na porta da biblioteca e torci para não estar trancada.
Empurrei a porta de leve e ela se abriu.
Entrei e olhei em volta, a biblioteca tinha um ar ao mesmo tempo sombrio e romântico, a pouca luz da lua entrava pelas enormes janelas e as grandes prateleiras cheias de livros pareciam brilhar ao meus olhos.
Comecei a andar procurando o gênero romence.
Matemática, fantasia, literatura nacional, poesia, história, inglês... Romance.
Entrei no corredor que as prateleiras formavam e comecei a procurar um bom livro, meus dedos percorriam cada lombada como se nunca tivessem tocado um livro antes.
Parei em um cujo o título era "O amor não é óbvio" meus olhos se prenderam naquela lombada e quando meus dedos se fecharam em volta do livro eu senti uma respiração na minha nuca.
- Que feio - uma voz feminina e desconhecida falou atrás de mim.
Assustada, virei a lanterna do celular e iluminei a dona da voz.
Gelei.
Eu esperava qualquer pessoa, poderia ser um homem - não há alunos e muito menos funcionários do sexo masculino no LIV - mas eu não conseguiria imaginar que no mundo ouvesse tanta coincidência assim, porque de todas as pessoas, era aquela pessoa.
Os cabelos vermelhos levemente despenteados, seu corpo lindo coberto por um moletom grande demais para saber se ela vestia algo por baixo, seus dedos ainda cheios de anéis e os lábios tão perigosamente perto dos meus, seus olhos eram ainda mais bonitos de perto e pude reparar mais em suas poucas sardas.
- Ah! É você! - soltei involuntariamente, pertubada pela proximidade.
Seu olhar foi diretamente para minhas pernas.
Merda de meia.
- Olá, menina da meia - respondeu com um sorriso ladino.
Sua voz levemente rouca penetrou nos meus ouvidos e algo me diz que vai passar a noite ali.
Fiquei paralisada, sem saber o que dizer, ela está tão perto que consigo sentir seu hálito fresco em meu rosto.
- Atacando a biblioteca à noite? - disse em um tom de brincadeira - Que feio.
- E você está fazendo o que? Que feio - retruquei irônica.
Mas que porra eu estou falando?
- Não estamos em condições de falar uma da outra - diz dando de ombros - Onde está sua mãe? Sempre achei que você fosse do tipo que a mãe vem buscar pulando de alegria.
- Onde está a sua mãe? - devolvo indignada.
- Não vem me buscar - responde indiferente -, não falo com ela á três meses.
Ah.
- E a sua? Não veio por que? - pergunta novamente.
- O carro quebrou - respondo antes do que pretendia.
- Então ela é realmente do tipo que vem sempre que pode - fala convencida - Sabia.
- Fala como se soubesse muito sobre mim, não deve nem saber meu nome - digo ficando inquieta.
- Nossa, isso doeu, Lavínia - diz colocando a mão no peito.
Ela sabe meu nome.
Isso não importa.
Só então percebo que ela ainda está tão perto, tão próxima, tão tentadora.
- Quem te falou? - pergunto, deve ter sido Alice.
Ela apenas dá de ombros.
- O meu é Melanie, não é por nada, mas dizem que eu beijo bem, se estiver interessada - diz dando um sorriso brincalhão e se aproximando mais, de forma que não consigo me mecher, sinto um arrepio na nuca.
Melanie, Melanie, Melanie, o que está acontecendo comigo?
- Eu estou brincando - diz e vejo ela dar risada, seu sorriso é perfeito - ou talvez não.
Ou talvez não?!
- Eu... é... vou pegar um livro - digo e ela se afasta.
Me viro pegando "O maor não é obvio".
- Boa escolha - diz e sorri.
Saio "tranquilamente" e assim que passo pela porta começo a correr.
Mas que porra...?Notas:
AAAAAAAAAAAAAAAAAA.
Eu posso surtar com o que eu mesma escrevo sim, elas conversaram gente, E MEU DEUS, percebemos que a Melanie é bem... ousada, digamos assim, vimos também que ela não fala com a mãe dela e as duas não tem uma relação saudável MASS daqui pra frente é só "coisa boa", ou talvez não KKK.
Peço desculpa pelo capítulo ter ficado tão curtinho, mas é que eu não tinha mais o que escrever.
Gente deixem estrelinha e comentem por favor 🥺🥺.
Foi isso hoje gente, até mais!
💖💖💖.
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As nuvens são as mais belas | Romance 🏳️🌈
RomanceLavínia vai para o terceiro ano do ensino médio, seu último ano em um internato só para garotas, traumatizada e machucada pelo seu antigo relacionamento ela está decidida a não se apaixonar e não se relacionar com ninguém. O que não esperava era q...