Capítulo 1

1.4K 103 24
                                    

Oi, antes de começar a leitura, gostaria de dizer que eu não sei o nome do "Pai" do Toji então vamos fingir que o nome do pai do Toji é "Arthur"
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

Mais um dia acompanhando Arthur nos negócios da família, antes de sair de casa me pediu que eu parasse de viver um vida boêmia e começasse a pensar nas responsabilidades que logo eu deveria assumir como seu herdeiro, disse que festas e sexo eram passageiros. A forma como ele falou comigo olhando em meus olhos pela primeira vez, senti algo diferente, alguém poderia dizer que era uma despedida, mas seu olhar demonstrava, talvez amor, e isso me fez aceitar ir nesse encontro com os novos sócios. Era uma reunião com um dos responsáveis por contrabando de estrangeiros para trabalhar nas fábricas clandestinas.

Estamos em um prédio antigo na Ilha de Lampedusa, Asmodeus estava imponente e soberano discutindo valores e como faria para ultrapassar a alfandega, parecia uma discussão normal de negócios até que escuto as vozes se alterando, geralmente sempre ocorria por contas de valores ou entregas, porém pude escutar nitidamente "Não aceito cargas de crianças" sua voz era fria e determinada, o homem ao seu lado travou o maxilar, tentou justificar os lucros que teriam com a prostituição infantil, neste momento eu perdi o interesse da conversa, sabia muito bem que Arthur poderia causar o inferno na terra, mas jamais iria aceitar fazer negócios relacionado a crianças, nunca entendi bem o porquê, nunca imaginei sendo um pessoa com empatia, contudo se tratando de crianças, seu olhar se transforma em puro fogo e ódio, então dei por encerrada a negociação, decidi ir admirar a beleza do local.

Assim que me inclino sobre o muro de proteção do prédio que estávamos, os meus olhos se perderam ao longo da praia, uma criatura caminhava de cabeça baixa. Seus passos eram lentos, pareciam perdidos, era um pouco (alto/baixo) podia se notar por suas longas pernas, sua pele era tão perfeita, tinha cabelos (C/c) como a noite sem estrelas, infelizmente o desconhecido caminhava ainda de cabeça baixa, não conseguia visualizar seu rosto.

Fiz gesto para Gojo, o segurança do meu pai, para que ele me desse o binóculo, assim que me entregou e pude ver melhor aquela criatura, de repente meu mundo parou, tudo ficou mais lento, o garoto se movia em câmera lenta, por um momento ele levanta o rosto e consegui ver a cor de seus olhos, era de um (C/o) tão profundo, sua boca tão vermelha, alguns fios de seus cabelos (C/c), senti uma vontade de retirá-los dali para poder olhar mais naqueles enormes olhos (C/o).

Por um momento fiquei observando enquanto o belo rapaz parava de andar e continuar a olhar o mar, não sei se ele pode sentir que era observado, por alguns segundos seu olhar se perdeu na direção em que eu estava. E tive a certeza que eu o queria para mim, nada era mais lindo que aquela perfeição, ele parecia, perdido, triste e confuso.

Quando me virei para chamar Gojo e pedir que buscasse o garoto para mim, senti meu mundo desabar, os homens que negociavam com meu pai, estavam disparando vários tiros, pude ver meu pai caído no chão olhando para mim enquanto sua vida se esvaía, senti Gojo me puxando para o chão, não antes de sentir um impacto no meu peito, e algo quente se espalhando por minha blusa, levei minha mão até o local do impacto e senti o líquido vermelho e viscoso que se espalhava.

Gojo se jogou por cima de mim, e senti que ele levou um tiro tentando me proteger, mas não antes de dizer "finja-se de morto" e assim eu o fiz. Me senti sendo arrastado por uma escuridão, raiva de ser traído e agora minha única família estava morta e não, eu não poderia fazer nada, apenas me entregar aquela escuridão, porém no final daquela escuridão grandes olhos (C/o) me encaravam, parecia um anjo que vinha levar minha alma, se eu tivesse alguma, então me entreguei aquela sensação de paz em meio àquela dor, um anjo de olhos (C/o) veio buscar minha alma, e eu a entreguei de bom grado.

Acordei em um quarto de hospital, tinha vários aparelhos no meu corpo, um tubo em minha boca, comecei a tentar me mover, porém parecia impossível, até que escuto a voz familiar de Gojo.

- Não se preocupe chefe, vou chamar um médico, fique calmo.

Esperei o que parecia uma eternidade até que a Dra. Tessa Gray, que já acompanhava nossa família a bastante tempo, se aproximou, sempre gostei das consultas com ela, sua paz e tranquilidade na voz me acalmava, em outra vida desejaria ser seu amigo.

Ela me explicou que precisei passar por uma cirurgia complicada, havia perdido muito sangue e que entrei em coma durante seis meses, após tirarem os aparelhos, me encaminhou para fazer vários exames o que durou um dia inteiro e não pude conversar com Gojo direito.

No outro dia bem cedo a Dra. Tessa me informou que os exames estavam ótimos, precisaria de vitaminas, uma dieta específica para recuperar aos poucos meu peso, também falou sobre qual seria meu tratamento a seguir, incluindo fisioterapia, medicações, no demais estava bem, aos poucos me recuperaria. Contudo, me lembrei do dia em que tudo aconteceu.

- Meu Pai? - questionei olhando para Gojo que apenas balançou a cabeça.

- Ele não resistiu, senhor, morreu no local. Sinto muito! - diz Gojo e pude ver tristeza em seu olhar. Assenti, porém lembrei do meu anjo de olhos azuis.

- Cadê ele?

- Ele quem senhor? - Pergunta realmente confuso.

- Pare de me chamar de senhor Gojo, o fato de eu ser o herdeiro de tudo não muda nada, cadê o rapaz de olhos (C/o), cabelos (C/c) que vi na praia antes do acontecido.

Gojo me olhou, sua expressão dizia não saber do eu estava falando, me senti muito nervoso uma agonia, logo pensei que ele pudesse ter sido atingido. Porém Gojo explicou que não havia ninguém com essas descrições no momento do tiroteio, e que assim que os homens foram embora ele chamou reforços e me trouxe direto para o hospital.

Após alguns meses de reabilitação, pude voltar às atividades normalmente, agora não como ouvinte de meu pai, mas, literalmente, assumindo todas as suas funções. Para impor respeito precisei mudar totalmente minhas ações, na vida nada vinha de mão beijada, então conquistei tudo base do medo, sem amizades, as únicas parcerias eram sobre trabalho, não confiar em ninguém se tornou minha meta de vida, também iria caçar cada um que armou contra minha família, iria destruir todos que se levantaram contra o império do Fushiguro.

Busquei aliados fortes e fiz cada um que participou do assassinato covarde de meu pai, sofrerem. Alguns meses após, eu mesmo fui atrás de todos eles, e aquele que disparou os tiros, eu mesmo cortei suas mãos, e deixei seu corpo apodrecendo em um calabouço, todos os dias eu ia até o calabouço ver sua vida se esvaindo aos poucos, ele implorava por água, comida ou que eu o matasse de uma vez. Não o fiz.

Finalmente tinha vingado a morte de meu pai, agora era temido por todos os nossos adversários e até pelos que se diziam aliados. Durante esses 6 meses que busquei vingança, em nenhum momento esqueci daquele dia, os olhos do meu pai na minha direção, enquanto ele sufocava com o próprio sangue.

Nunca tivemos uma relação afetuosa, isso seria impossível comandando o crime, porém devo tudo a ele, as longas aulas de lutas, os vários professores de línguas estrangeiras, minha formação em administração e contabilidade, fazer duas faculdades ao mesmo tempo não foi fácil, eu o odiava nesses momentos, contudo entendo que era sua forma de me preparar para assumir seu legado.

E agora poderei honrar a memória de Arthur. Além de continuar os negócios do meu pai, fiz novos investimentos, uma rede de hotéis cinco estrelas - Edom, boates - Pandemonium e Restaurantes - Taki's conhecidos em todos países. Levaram 5 anos para me estabelecer mundialmente, nas principais capitais temos nossas empresas e filiais.

Então, me permiti investir na minha busca, em todos os lugares possíveis, eu busquei aquele (C/c) de olhos (C/o), contratei os melhores datiloscopistas do mundo, todos eles desenharam perfeitamente meu lindo garoto. Na minha casa, tinha vários quadros dele espalhados, ninguém tinha coragem de falar nada, mas sei que me achavam louco, talvez eu tivesse mesmo imaginado aquele anjo.

Contudo numa noite recebo uma ligação do meu investigador dizendo que o havia encontrado em New York, tinha terminado Curso de Bacharel em Direito, (S/n) (S/s) (S/s), 23 anos, filho mais velho de 4 irmãos. Recebi o seu arquivo completo, agora só restava ir buscar meu pretty boy. Sim, eu iria mover céus e terra, mas ele seria meu, a todo e qualquer custo.

365 Dni (Toji Fushiguro)Onde histórias criam vida. Descubra agora