Capítulo 4

511 74 0
                                    

Pov: S/n S/s

Vagarosamente meus olhos se abrem, sinto uma dor de cabeça terrível, acredito ser pelas horas de choro, não sei ao certo quanto tempo eu dormi. Sinto minha garganta seca, fome, já passava de 24h que eu tinha me alimentado, tento verificar se a porta do quarto está aberta, me assusto ao perceber que sim. Como estava em uma fortaleza, sabia que não adiantaria criar expectativas que um dia fugiria dali, resolvi descer e pedir água.

Vou andando pelo mesmo corredor de antes em direção a sala de estar, mas dessa vez já no andar de baixo, observo a piscina enorme que tem na frente do castelo, decido me aproximar, sempre gostei de admirar qualquer ambiente que tenha água, prefiro o mar, e a piscina parecia tão azul e cristalina que logo me chamou atenção.

Automaticamente meus pés me levam pelo caminho de pedras que vai até a piscina, ouço um barulho como se fosse briga corporal, uma voz se súplica, os sons assemelhava-se a um homem, movido pelo instinto sigo em direção as vozes, poderia ser alguém que estivesse na mesma situação que eu, sequestrado, apresso meus passos, quando viro na lateral de uma parede do castelo, me deparo com um homem, moreno, cabelos cacheados, de joelhos, no exato momento que levanto os olhos, Toji dispara um tiro na cabeça do rapaz, não consigo conter um grito de susto, atraindo seu olhar em minha direção.

- Kotoran* (merda). Escuto sua voz pronunciar uma palavra em um idioma que não conheço, porém o susto, o sol, talvez algo mais, não sei, sinto minha vista escurecer e logo me lanço mais uma vez no silêncio.

Pov: Toji Fushiguro

S/n tenta fugir de mim, mais uma vez, ele me deixa muito excitado, sentir seu corpo, quando o prendo contra a parede com meu próprio corpo, o encaixe é perfeito, me faz pensar como seria estar dentro dele, sua respiração está ofegante, seus cabelos uma bagunça, algumas mexas cobrindo meus preciosos olhos (C/o), me faz querer
tirá-las dali, sei que ele não permitiria, quando olho para sua boca, tão desejável, estou a ponto de cometer uma loucura quando Gojo me chama dizendo que encontrou o miserável do Victor Parkinson.

Peço que Gojo acompanhe meu doce s/n até seu quarto, não queria que ele visse essa parte mim, então sem nem pensar sigo para a lateral do castelo, meus homens formaram um círculo e deixaram o verme no meio esperando por sua sentença. Assim que me aproximo, dou-lhe um soco em sua cara, continuei desferindo golpes em seu corpo, o chutei várias vezes, cada vez que lembro das crianças que mandei Gojo resgatar da casa noturna clandestina, cada vez que vejo sua cara não esboçar nenhum ressentimento por sua monstruosidade, sinto a raiva me devorar.

Não sei a quanto tempo estávamos ali, até que finalmente descarrego toda minha ira em cima daquele verme. Ele começa a balbuciar palavras, não escuto e retiro minha arma da cintura.

- De joelhos seu verme!

- Por... Favor, já aprendi... a lição... Não... tenha misericórdia...- implora.

- Como tem coragem de pedir misericórdia, seu monstro. - Não espero ouvir mais nada, disparei um único tiro em sua cabeça. De repente escuto um grito apavorado, quando levanto o olhar, encontro enormes olhos (C/o) me encarando assustados. Não consegui ir na direção de s/n que estava paralisado olhando a cena, então o vejo cair no chão desacordado.

- Kotoran. - Corro até ele, o seguro em meus braços, estava muito pálido. Lembro de Gojo me avisar que ele se negou a se alimentar, então imediatamente o levei até seu quarto. Espero ele acordar, mas não acontece, peço que chamem Dorotéia que tem conhecimentos básicos em primeiros socorros, ela verifica o pulso, a pressão arterial, diz que ele está apenas fraco.

Me amaldiçoei por ter resolvido o problema com Victor aqui, deveria tê-lo levado para longe. Percebo que minha blusa está cheia de sangue, isso não ajudaria em nada ele me vendo nesse estado, tiro jogo no cesto de lixo. Passam uns 30 minutos e s/n não acorda, então vou até meu quarto pego um pouco do meu perfume passo nas minhas mãos, volto até meu garoto que ainda está inconsciente, passo minha mão de leve por seu rosto, retiro as mechas teimosas de seus cabelos que insiste em ficar em cima de seus olhos.

Aos poucos s/n se mexe, se inclinado para minhas mãos, me afasto antes que ele abra os olhos. Sento na poltrona próximo a sua cama e espero ele acordar. Assim que abri os olhos, ele parece reconhecer o quarto, solta um suspiro, quando olha em minha direção, seu corpo trava, seus olhos demonstram medo, ele tenta se levantar para correr eu acho.

- Você está fraco, vai cair, volte para a cama. - Digo e espero que me obedeça.

- Não me mate... - Sua voz tão assustada, me causa uma pontada no peito. Tento não demonstrar, apenas aponto para cama. Calmamente s/n volta para a cama, senta encolhido e se cobre com o lençol. Solto um suspiro antes de começar a explicar o que ele pensa que viu.

- Aquele homem era um de meus sócios, ele e outro ser desprezível, fizeram algo horrível s/n, eles machucaram crianças. - Falo calmamente, tentando ao máximo que ele entenda e acredite, olho em seus olhos o tempo todo, que agora transmitem vários sentimentos medo, receio e talvez só talvez eles parecem ver minhas verdades. - Eles contrabandearam crianças e venderam para a prostituição, então quando descobri, fiquei louco. Você não deveria ter visto.

S/n fica calado, então me levanto vou em direção a saída do seu quarto. Olho para ele, que permanece estático na cama. - Coma alguma coisa, Gojo vai trazer um lanche, você está fraco, ainda não se alimentou. Espero você para o jantar mais tarde. - Fecho a porta do quarto e vou tomar um banho, precisava relaxar.

Pov: S/n S/s

Sinto aquele cheiro doce e amadeirado invadir minha mente, acompanhado de leves plumas que tocam meu rosto, um carinho, me faz lembrar os carinhos de (S/i), tão sutil, mas não seria possível, seria? Tento continuar perto daqueles toques gentis, abro os olhos na esperança de acordar de um sonho horrível, porém logo percebo que ainda estou no quarto do castelo de Toji. Olho para o lado e o vejo, sem camisa, sua pele dourada, seu abdômen muito definido, quando encontro seu olhar, olhos verdes-dourados me encaram, com medo? Receio? Não sei dizer, logo lembro de vê-lo atirando em uma pessoa.

Me desespero, tento correr, porém, sinto uma tontura, escuto Toji dizendo que estou fraco. - Não me mate. - É a única coisa que consigo pronunciar. Vejo que ele não se move, realmente me sinto muito fraco, então rapidamente volto para a cama, me cubro, tenho certeza que meu corpo todo está tremendo. Escuto Toji falar sobre o homem que ele
matou, não vejo em seus olhos arrependimento, somente a mais pura raiva e depois medo, não sei dizer. Me sinto tão cansado. Observo Toji sair em silêncio e dizer que me aguarda para o jantar.

Decido oferecer o benefício da dúvida ao Toji, vou até a escrivaninha que tem um lanche saudável preparado, tomo um pouco de suco. Só agora percebi como estava com sede. Sigo para o banheiro que é no final do quarto e não havia parede dividindo-o do quarto, fico pensando se Toji gostaria de me assistir tomando banho. Após incontáveis minutos meu corpo relaxou sobre a água morna. Vou até a minha mala que está ao lado do guarda roupas e procuro algo apresentável para o jantar.

365 Dni (Toji Fushiguro)Onde histórias criam vida. Descubra agora