1 - Quatro Palavrinhas

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Oiiii pessoal! Estou de volta, dessa vez com a primeira de 2022!

Nessa história a gente vai explorar um pouquinho como seria a Ceylin saindo da prisão após o Ilgaz fazer de tudo pra inocentá-la (episódios 1x14 e 1x15).

Eu sei que no Fragman recente vimos a Ceylin dando um abraço apertado no Ilgaz, mas eu já tinha começado a escrever essa fic e imaginava o estado físico dela mais de acordo com o que vimos no episódio 14 (ela cheia de hematomas e tal). Ao que parece, eles deram uma acelerada na recuperação da advogata, mas eu mantive as descrições que já tinha feito porque ela sustentam parte da plot dessa história.

Aviso de antemão que meus capítulos são longos porque eu escrevo demais mesmo, gosto de amarrar todos os cabos soltos e dar desfechos nas gracinhas que eu acrescento, então acaba ficando longo demais e é isso aí kkkk

Vamos ao que interessa

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Quatro Palavrinhas

Ceylin fechou os olhos e respirou fundo.

A advogada tentou absorver a sensação maravilhosa do ar puro invadindo seus pulmões. O cheiro da grama fresca sob o tímido sol de inverno pareceu poesia, e Ceylin exalou lentamente, mais grata do que nunca por estar lá fora.

Ela havia ficado presa por apenas dois dias, mas haviam sido as quarenta e oito horas mais longas de sua vida.

Estar em uma cela já era desconfortável o suficiente, mas apesar do seu corpo castigado, a parte física não havia sido nem de longe a pior parte daquela experiência. O que realmente consumira a energia de Ceylin foram seus pensamentos, conjecturas e toda tensão acumulada em saber que sua liberdade, sua carreira e todos os seus relacionamentos estavam em risco.

Não saber se era realmente culpada do crime pelo qual havia sido presa havia atormentado Ceylin durante horas a fio.  Em apenas dois dias, ela havia perdido completamente a noção de tempo, de dia e noite. Não sabia quanto tempo ficara acordada tentando se recordar dos eventos que haviam levado à morte de Engin, porém não havia conseguido dormir mais do que duas ou três horas em momentos distintos, finalmente vencida pela exaustão após horas e horas de silêncio e introspecção.

Sua mente estava abalada o suficiente, mas agora que já sabia de muitos novos detalhes sobre o crime e não acreditava mais ser a responsável, era o seu corpo que reclamava após repetidos traumas. Havia muitas lacunas nas lembranças de Ceylin, mas ela agora se recordava de ter sido agredida por trás de sua cabeça pelo real assassino. Seus braços e seu tronco ainda estavam cheia de hematomas – que a advogada não sabia explicar como conseguira. Após uma noite desacordada no meio de uma floresta seguida de outra em um leito de hospital e por fim três outras madrugadas em duas celas diferentes, seus músculos protestavam qualquer movimento por mais singelo que fosse.

Quatro pares de olhos muito familiares a fitaram no momento que Ceylin colocou os pés fora do prédio para o qual ela jamais desejava retornar.

— Filha! — Gül Erguvan exclamou, apressando-se em sua direção antes de envolver Ceylin em um abraço que fez todo seu todo seu corpo latejar. Mas a mãe de Ceylin pareceu não reparar na expressão de dor no rosto da filha — que o Senhor seja louvado — ela afastou-se o suficiente para permitir que Aylin chegasse perto da irmã.

— Como está se sentindo? — Aylin aproximou-se com mais cautela, abraçando a irmã sem tanta força — eles a alimentaram aqui? Está visivelmente mais magra, Ceylin — ela lamentou, reparando na aparência abatida da advogada.

Ceylin não tinha forças para explicar que comer havia sido a última coisa em sua mente durante todo aquele processo.

— Vou ficar bem — ela assegurou sua família porque era o que sempre fazia.

IlCey One-Shots (Port / Eng / Spa)Onde histórias criam vida. Descubra agora