Capítulo 4

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                                                                                                      Ela não é minha, e eu não sou seu,
O nosso é temporal, somos um empréstimo voluntários de momentos
inesquecíveis que talvez poderão
durar a vida inteira.
                                                                                                                                Mario Benedetti
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Finalmente dá o horário do intervalo, mas já me sinto entediada no primeiro dia de aula, e ainda estamos na metade do dia, caminhando pelos corredores tenho dois estados de espirito do meu lado, meu lado direito tenho um animado e falador Rick, e no esquerdo uma Louise calada, com cara de poucos amigos, vamos para refeitório me sinto faminta e cansada, assim que passamos pelas portas do comedor, os olhos vão direto em nossa direção, especificamente na minha direção, e não entendo nada caminho duvidosa no meio das pessoas que me olham com uma expressão divertida

—Que—grita Rick irritado com os olhares que me dão

—Deixa Rick—digo tentando tranquilizá-lo

—Não, quero saber o que querem—diz gritando no meio do refeitório fazendo toda uma cena

—Se não tem o que fazerem, cuidem das suas vidas—fala Louise em minha defesa—Parecem um bando de velhas fofoqueiras

—Sim—concorda Rick—Vamos cuidem das suas vidas—grita batendo palma fazendo que todos voltem a se concentrar em suas coisas e nos esqueçam

Sinto como todo o apetite que tinha some, e é substituído por um enjoou e de repente todo o cheiro de comida que me salivava a boca, me dá vontade de vomitar

—Droga—digo com raiva—Merda de escola—sussurro

Vejo meus amigos entrarem na fila para pegarem suas refeições e penso que ao menos preciso tentar beber alguma coisa, já que tenho o estômago vazio, decidida caminho a passos largos a máquina de bebidas quentes, e opto por uma malteada de chocolate, estou colocando as moedas no depósito, quando sinto uma fragrância inconfundível, e me viro ficando de frente com o dono dela

—Sven—digo debochada

—Menina da fogueira—me responde engraçado o que é estranho partindo do senhor não sinto nada porque sou um homem de gelo penso e sorriu com minha estupidez

—Que? —me pergunta irritado na defensiva ao me ver sorrir

—Nada—digo com um largo sorriso percebendo que o deixei desconcertado

—Vai demorar muito? —fala já que fico parada olhando para nada em específico

—É não—digo colocando as moedas e digitando o número correspondente a bebida

—Malteada, sério?—fala com nojo

—Que?! —digo na defensiva—malteada é a melhor bebida—digo cruzando os braços

—Sim, claro—diz girando os olhos

Ficamos um momento em silêncio esperando a máquina terminar de preparar a bebida e por primeira vez não se sentia um clima tenso ou incomodo entre nós dois

—É então, como foi teu dia? —pergunto curiosa tentando conhecê-lo

—Não—diz bruscamente

—Não o que? —pergunto sem entender

—Não faça essa merda de linha de amigos, como se fôssemos conhecidos não quero e nem estou interessado

—Puff...você é sempre assim? —falo irritada e ele só levanta os ombros dando pouca importância ao assunto e põe as mãos no bolso da calça

Meses ao seu lado PortuguêsOnde histórias criam vida. Descubra agora