Memória Fragmentada

Solidão

Capítulo 2

Chegando na pousada, Wei resolve tomar mais vinho. Estava de fora em uma mesa, sentado em frente a rua principal observando a movimentação, enquanto tomava sua segunda jarra do sorriso do imperador quando de repente  aquele jovem de vestes brancas, de cabelos longos e negros se aproximou, juntamente com outro jovem um pouco mais velho, ele trajava roupas claras em um tom azul esverdeado e de beleza semelhante ao outro jovem, ele trazia no rosto um sorriso radiante, enquanto o jovem mais novo tinha uma expressão fechada, não demostrava nenhuma emoção.
Wei se levantou para cumprimentá-los;
-Wei: Venham, sentem aqui comigo, podemos dividir uma jarra do melhor vinho da região.
Os dois cumprimentaram Wei, mas só o jovem mais velho respondeu;
- Nós vamos entrar, já está tarde e não podemos quebrar as regras.
-Wei: ainda é cedo, fiquem só um pouco. Hoje é festa e nenhuma regra a ser quebrada.
O jovem pergunta ao outro se ele quer ficar, mas ele não responde.
-Wei: vocês são daqui?
O jovem: não, somos de Gusulan, ele é meu irmão mais novo.
-Wei: andem, sentem-se dividam o vinho comigo! Me chamo Mo Xuan estou em Yunmeng mas não pertenço a nenhuma seita.
O jovem Mestre também se identifica;
- Sou Lan XiChen e ele é o Lan Zan.
Enquanto conversam, Wei não para de olhar para o jovem Lan Zhan,  que por sua vez não diz uma palavra, sempre em silêncio.
De repente ele se levanta.
- Lan Zhan: vou entrar!
-LanXiChen: fique só mais um pouco, WangJi.
-Lan Zhan: hmp...
Eles ficaram pouco tempo ali, Wei sempre olhando com curiosidade para o Lan Zan, mas o outro sempre com o olhar baixo não estava nem um pouco interessado na conversa. Lan Zhan se levanta e entra na pousada, seu irmão pede desculpas pra Wei e o segue.
Wei se levanta e entra falando;
- É já está na hora de se recolher, o dia foi longo e muito cansativo, espero vê-los em breve!
- XiChen: sim, boa noite!
- Wei: boa noite jovem Lan Zhan!
- LZ: humm
Todos foram para seus respectivos quartos. Já passava da meia noite, Wei ainda não não tinha conseguido dormir. Resolveu sair pela noite vazia e com sua flauta começou a tocar e andar vagamente pela rua escura. Ele notou que a lua se fazia presente em um fio de luminosidade no céu, levemente nublado. Mais tarde, ele já voltava, e quando estava em frente a pousada, notou que alguém o observava no alto de uma sacada, ele parou com a flauta,  pois havia errado a música, mas logo voltou a tocar olhando o jovem que o observava, eles ficaram assim por um bom tempo...
Wei: Você também perdeu o sono jovem Lan?
Lan Zhan se virou e entrou fechando a porta atrás de si.
Wei: Ei! Jovem Mestre, volte aqui!
Ele ficou intrigado com aquele jovem e em pensamentos se perguntava; "Porque ele é tão reservado? Porque não querer falar com ninguém? Um jovem tão belo, membro de uma das seitas mais respeitadas, o que lhe havia acontecido pra ser assim tão solitário?
Wei continuou a tocar sua flauta...
Há alguns anos atrás houve uma guerra, Lan Zhan e Wei lutaram juntos, mas Wei acabou morrendo, eles eram muito próximos, estavam sempre juntos, eles tinham sentimentos um pelo outro, com a morte do Wei Lan Zhan ficou muito triste, as vezes se sentia até culpado por não ter protegido mais o seu amigo, se passaram 13 anos,  ele nunca superou o fato ocorrido. Wei reencarna em outro corpo após os 13 anos, mas sua memória não está totalmente recuperada, esqueceu principalmente do Lan Zhan, ele vive tendo flashes com imagens do passado, mas ainda não são totalmente nítidas.
Na manhã seguinte Wei acorda e vai direto para recepção onde encontra seus amigos Cheng e Nie.
-Wei: o que vocês estão fazendo aqui, não tinham ido embora?
-Cheng: fomos a uma caçada logo depois do evento, nós te procuramos mas não vimos pra onde você tinha ido, então fomos só nós.
-Wei: eu saí com o Ning e quando percebi não vi mais vocês, mas já estou indo embora.
- Cheng: nós também vamos.
- Nie: não vou com vocês, meu irmão me espera.
Antes de sair, Wei parou um pouco olhando para os lados, mas não achou o que seu coração procurava.
-Cheng: o que foi, perdeu alguma coisa?
-Wei: não, nada!
E saíram...