Capítulo 15

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- Eu tenho a adaga - minha mãe disse sussurrando, como se o vento nos ouvisse.
Ela levantou da cadeira onde estava sentada, foi até seu quarto e tirou uma tábua de madeira do piso. Havia no buraco uma caixinha dourada.
Trouxe a caixinha até mim e falou:
- Um dos filhos de Joseph ficou encarregado de guardá-la caso acontecesse algo com ele. O filho conseguiu escapar, mas seu pai infelizmente não.
Minha mãe abriu a caixinha e lá dentro tinha uma adaga lustrosa com alguns enfeites de rubi no cabo.
Olhei para minha mãe pedindo permissão para pegar a faca. Ela acentiu.
Quando eu peguei-a, senti um formigamento na mão, que foi subindo por todo meu braço, quando olhei a adaga, já não era mais uma adaga, e sim uma espada pegando fogo, mais brilhosa que nunca. O fogo encostava em minha pele, mas não queimava.
- Já usei o gelo também. Como faço para escolher só um?
- Com qual você se sente mais familiarizada?
Olhei para o fogo.
- Com certeza o fogo.
- Então ele também escolherá você. O gelo simplesmente evaporará e deixará espaço para mais calor se expandir dentro de você.
- Como sabe de tudo isso? - perguntei, surpresa.
- São informações passadas de geração em geração até que o escolhido aparecesse. Nunca imaginei que seria você.
Ela recomeçou a chorar. Eu larguei a espada e a abracei.
- Eu te amo, mãe, mas agora eu tenho que resolver umas coisas.
- Espera - disse ela. - Pra matar a pedra, você precisa apunhalar o garoto no coração.
Acenti e saí porta afora com a adaga no cinto que meu pai havia me dado.

A Vingança dos Três ReinosOnde histórias criam vida. Descubra agora