Capítulo: 1

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Luan Narrando

HÁ ALGUNS ANOS ATRÁS

- mãe, vamos mesmo ter que ir embora ?- perguntei encarando minha mãe

- sim, meu querido. Você está correndo muito perigo aqui nessa cidade, ele só vai te deixar em paz se nos mudarmos

- onde você estava com a cabeça, para começar a namorar com um homem, e ainda ele sendo um traficante perigoso - falou meu pai gritando

- Pai, nós nos apaixonamos, e tudo corria muito bem, eu não sabia que a situação iria sair do meu controle

- nos dois vamos sentar e conversar mocinho, você ainda não sabe nada da vida. Você nunca experimentou uma mulher, e já quer se definir gay - falou meu pai me encarando

- Pai, eu já tentei pegar mulheres e o senhor sabe muito bem que não deu bons resultados

- eu vou te ajudar com os bons resultados - falou ele esfregando as mãos

ATUALMENTE

estava deitado em minha cama pensando na minha vida. Eu e meus pais morávamos numa favela no Rio de Janeiro, lá eu me apaixonei por uma pessoa, e essa pessoa se mostrei muito amável nos primeiros dias. Mas depois de um tempo foi se iniciando uma maré de ciúmes sem sentido e ameças sem motivos aparentes. Cansado daquilo fui obrigado a me assumir para meus pais e contar sobre o meu namoro tóxico. No começo minha mãe recusou um pouco, mas acho que ele só tem medo do que a sociedade pode fazer comigo, já meu pai, ele vive tentando me arrumar uma namorada. Mas das mulheres eu quero apenas a amizade.

- Lulu ( apelido de Luan), já arrumou os seus matérias ?- perguntou minha mãe brotando na porta do meu quarto

- estou pensando ainda no que vou colocar na mochila

- coloque apenas o que vai usar, por que ano que vem eu quero economizar com materiais escolares- falou ela se retirando

Sim, eu estava prestes a iniciar mais um ano naquela cadeia que chamam de escola, por sorte eu tenho a Heloísa comigo. Nós somos amigos desde que eu cheguei aqui na cidade, começamos a conversar sobre atores de séries e daí por diante a amizade foi ficando mais forte. Peguei a mochila emcima do meu guarda-roupa, coloquei ela em cima da cama, coloquei um caderno de 10 matérias, e no estojo coloquei apenas uma caneta, uma borracha e um grafite, e um lápis, para casos de emergência. Meus lápis de cor eu deixei fechado dentro da mochila, só vou abri-los se necessário.

Fechei a mochila e coloquei no gancho que tem ao lado do guarda-roupa, desci as escadas e meu pai estava sentado no sofá assistindo ao jornal das 18:00 horas da noite

- Luan, tome muito cuidado naquela escola, e estude muito. O oitavo ano não é para os fracos

- pode deixar pai, vou prestar bastante atenção na aula - falei seguindo para a cozinha

Minha mãe estava preparando o jantar, puxei a cadeira da mesa e me sentei. A minha casa é constituída de 5 cômodos, a cozinha e a sala no andar de baixo, e no andar de cima 3 quartos e um banheiro, e pequena mas eu gosto de viver aqui.

- Lulu, tenha muito cuidado com.... você sabe quem - falou minha mãe preocupada

- não se preocupe mãe, ele não viria de tão longe para me matar

- mas mesmo assim, me diga que vai ter muito cuidado ?- perguntou ela franzindo o cenho

- tá bom, prometo que vou sempre olhar se não tem alguém me perseguindo- falei revirando os olhos.

NO DIA SEGUINTE

esfreguei os olhos e dei uma boa esticada nas articulações do corpo, lentamente levantei da cama, abri a porta e entrei no banheiro, escovei meus dentes e logo em seguida coloquei o uniforme dado pela escola. Assim que terminei desci as escadas, ninguém havia acordado, como sempre eu mesmo preparava o meu café da manhã. Peguei apenas um pacote de bolacha que estava aberto dentro do armário, coloquei um café de dois dias no copo e me sentei na mesa.

Depois que terminei, peguei minha mochila e sai de casa. A escola não era tão longe, então eu conseguia ir andando até lá. Comecei a andar olhando como a manhã estava belíssima, o céu estava azul, com algumas nuvens negras mais atrás dando um sinal de chuva, cheguei na frente da escola e já sou surpreendido por um abraço

- aí como é bom te ver Lulu. Eu não sei o que eu faço sem você - falou Heloísa me abraçando

- Helo, desse jeito meus ossos vão virar pó - falei gargalhando

- engraçadinho. Eu estou aqui toda emotiva, e você fazendo palhaçada a essa hora da manhã

Heloísa tem cabelos negros, olhos verdes e é um pouco cheinha, e ela também usa óculos de grau

- está pronto para encarar a cadeia ?

- vamos, não posso fugir, o guardinha não vai deixar - falou helo apontando para o portão de entrada

Seguimos pelo corredor, Heloísa estava me contando como foi o seu natal e ano novo, e foram as mesmas coisas de sempre. Viajei, me apaixonei, beijei, ele não me quis e foi embora. Essa é a vida amorosa de Heloísa explanada em algumas palavras.

- Lulu, ele era um gatinho. Mas infelizmente ele encontrou outra puta melhor que eu - falou ela abaixando a cabeça

- amiga, você vai encontrar a pessoas certa, na hora certa

- ahh parece que você está dando conselhos para uma menina de quinze anos - falou ela sorrindo

- esse é o que eu tenho para hoje

Continuamos seguindo pelo corredor, do jeito que nos estávamos andando, não chegaríamos nunca na sala de aula

- helo, nos vamos nos atrasar. O professor já deve estar dentro da sala - falei puxando ela pelo braço

Começamos a correr no corredor, e mais a frente acabei esbarrando com um garoto

- me desculpe- falei assim que cai no chão

- olha por onde anda, está com o olho no cu - falou o garoto saindo estressado

- nossa que estressadinho, esse com toda a certeza, não comeu uma buceta hoje - falou Heloísa me ajudando a levantar

Ao me levantar olhei para o outro lado da escola, e um garoto entre aquela multidão de alunos me chamou atenção, ele tinha cabelos negros caindo sobre o rosto e também usava um sobretudo preto. Não conseguia ver a cor de seus olhos pois ele estava de lado.

Mas ainda assim, ele era extremamente lindo e chamativo

- aí Lulu, ele é um gatinho não e ?- perguntou Heloísa olhando para o mesmo menino

- Sim, o que você sabe sobre ele ?

- eu não sei de nada, sei que ele é novo e que vem do cansas

- isso é por que não sabe de nada- falei gargalhando

- meu amor, eu não sou do FBI

- eu preciso saber mais sobre ele, preciso conhece-lo, conversar com ele. Alguma coisa em mim se atiçou

- eita meu gzuis, você não está de pau duro não né ? Perguntou ela olhando para o meio das minhas pernas

- não estava falando disso, sua tarada. Ele atiçou a minha curiosidade - falei continuando a andar

Entramos na sala e me sentei, Heloísa se senta a minha frente e logo em seguida o professor aparece e começa aplicar a sua aula.









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