ᕕ Cᴀɴ'ᴛ Yᴏᴜ Sᴇᴇ - Pᴀʀᴋ Cʜᴀɴ-ʏᴇᴏʟ ᕗ [EM ANDAMENTO]

05 ✓

— Como assim eu sumi sem dizer nada? Eu mandei uma mensagem para você Yixing! — Eu falei contra o telefone vendo os números mudarem em cima da porta de metal do elevador do prédio onde Mina morava.

Ela estava parada ao meu lado um pouco encolhida no canto do lugar. Por sorte só estávamos nos dois, se não seria capaz de alguém esbarrar nela achando que ela fazia parte da cabine.

Enquanto isso, eu tinha que lidar com a ligação de um Yixing nada feliz por ter sido deixado sozinho.

— Você é impossível! Se a atendente não fosse compreensível, eu ia ter que tomar dois cafés e ia acabar urinando marrom! — Soou irritado de mais, mesmo falando aquelas coisas absurdas de sempre.

— Pelo amor de Deus Yixing! Isso é impossível! — Disse sem paciência e ele resmungou algo que não consegui entender, ele iria reclamar mais, mas eu fui mais rápido e para acabar com aquele problema e ir lidar com o outro conflito que me esperava, eu disse: — Me desculpa por isso cara, mas aconteceu uma parada séria nível problema de família, mas eu juro que assim que eu poder, compro lámen para você naquele restaurante que você gosta! — Usei minha carta na manga.

Se tinha algo que Yixing não negava era um lámen de graça, ainda mais do seu restaurante favorito, que por coincidência era de uma tia minha.
Graças a esse fato eu conseguia muito desconto lá, e um lámen para mim não seria nada, afinal, eu não teria que pagar.

Por isso eu considerava lámen minha carta na manga para quase tudo.

— Eu quero dois ovos e muito macarrão! — Falou decidido e então desligou o telefone antes que eu podesse falar qualquer coisa.

Eu desliguei o celular e o guardei no bolso de trás da calça que usava, e suspirando me virei para o espelho da parede atrás de mim e encostei minha testa organizando meus pensamentos e tentando procurar as palavras exatas para conversar com Mina.

Eu estava uma pilha de nervos naquele momento, e nem fazia uma hora que eu descobri que poderia me tornar pai, mas imagine como ela estava? Ela logicamente soube antes de mim, e claramente estava mais sensível que eu a tudo isso, eu precisava ser no mínimo gentiu e paciente naquela conversa.

— Você tá passando bem? — A voz calma de Mina fez meu coração dar um pequeno salto.

Meu coração era um idiota, ele estava animado só porque ela havia demonstrado uma pequena preocupação comigo, ele interpretava isso como um algo mais, mas na realidade ela faria aquela pergunta para qualquer pessoa que estivesse suspirando contra o espelho.

Por que as coisas tinham que ser tão difíceis? Eu só queria ter o lado carinhoso e preocupado dela só para mim. Será que era tão difícil conseguir isso?

Como sempre, para perguntas como aquela, eu nunca encontrava as respostas.

— Estou bem sim. — Falei no mesmo tom que ela. — Só estou pensando.

Ela concordou emitindo um barulho de confirmação parecido com um "Hm", e logo em seguida a porta do elevador se abriu e eu me virei assim que escutei o barulhinho que ele fazia quando chegava no andar que iria abrir a porta.

Mina saiu andando em minha frente calmamente enquanto eu a seguia. Assim que paramos na frente da porta de sua casa, ela digitou a senha no painel da trava eletrônica recem instalado.

Ela entrou primeiro, e depois eu entrei fechando a porta atrás de mim. Paramos para tirar nossos sapatos e só então, depois disso tudo entramos de fato na casa.

Sem dizer nenhuma palavra Mina caminhou até a cozinha eu apenas a segui, ela entrou no recinto, foi até o armário, pegou dois copos de vidro e foi até o bebedouro da geladeira, onde encheu ambos de água gelada, até quase trasbordar.

Depois disso, foi até a ilha da cozinha e se sentou nas banquetas que lá haviam, colocando o outro copo na frente da baqueta ao seu lado e aquela foi minha deixa para me aproximar.

Andei até ela e me sentei sem nenhuma dificuldade no banco consideravelmente alto. E então, quando já estava lá me virei para o lado para poder olhar para ela.

Ela tinha uma postura cansada, ainda usando o casaco que era para se usar na rua, parecia estar exausta sentada naquela postura horrível, olhando para a frente com os braços apoiados na ilha, enquanto rodeava o copo com seus dedos.

— Por que está me dando água? — Eu perguntei tentando quebrar aquele silêncio.

Mas, ao invés de responder minha pergunta, ela começou a tirar o próprio casaco, e eu tomei a liberdade de fazer o mesmo com minha jaqueta. Coloquei ela sobre o grande espaço na ilha, enquanto Mina deixou o seu enrolado como em bola sobre seu colo.

— Ok, nós não vamos conversar? — Perguntei mais uma vez me sentindo enquieto, ela nunca ficava tanto em silêncio, só quando estava pensando, e toda vez que ela pensava de mais me incomodava porque ela sempre guardava tudo para si. — Por favor, não guarde tudo para si. — Eu pedi e só então ela se virou para olhar para mim com aqueles olhos castanhos que tanto mexiam comigo. — Eu não sei o que eu vou fazer se eu te vir se afundar nos próprios pensamentos sem me falar nada. Eu não posso ficar sem saber sobre isso.

Mina abriu a boca mas pareceu hesitante, parecia estar saindo de um transe. Ela fitou meus olhos, depois meu rosto e por fim suas próprias mãos. Quando seu olhar voltou para mim, seus olhos estavam levemente avermelhados e as lágrimas já vinham caindo com rapidez, enquanto a ponta do seu nariz ruborizava.

Ela estava começando a chorar e aquilo estava me partindo ao meio bem lentamente. Eu precisava saber o que estava se passando com clareza, precisava ouvir da boca dela, sem nenhum joguinho.

— Por favor nanica...— Me esforcei o máximo possível para soar gentiu e calmo com a minha voz baixa. — Me diz o que está acontecendo, de verdade, por favor. — Pedi quase que em um tom de suplica.

Ela me olhou, ainda chorando, e mesmo hesitante disse o que eu já estava esperando ouvir

— Eu estou grávida, e claramente o pai do meu bebê é você.

Meu mundo parou, e aposto que o dela também.

Cont.

A pergunta que não quer calar é: "Será que a mina está grávida mesmo?"

Planto essa sementinha na cabeça de vocês.

Até a próxima Lírios.

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