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Gook Mina

Há coisas que as vezes não devem ser ditas em voz alta, porque quando falamos elas, vemos que essas coisas são totalmente diferentes do que projetamos em nossa imaginação. A cabeça do ser humano tem a capacidade de imaginar e raciocinar, nos proibir de dizer certas coisas e de pesar cada frase ditar por nós, e é essa capacidade responsável por mandar cada efeito de nossas palavras para nosso coração.

"Eu estou grávida, e claramente o pai do meu bebê é você."

Eu nunca achei que poderiam sentir como se o mundo estivesse parado de girar, achava que era só coisa de drama, até aquele momento.

Depois daí, esperar pela reação de Chanyeol foi inevitável. Talvez Woonri estivesse esperando o mesmo que eu estava esperando ver ele fazer. Eu achava que ele iria emitir algum som, fazer algum movimento, fosse de alegria ou frustação, mas acontece que eu havia me enganado.

Ele ficou parado, assim como eu quando descobri.

Eu estava tentando de tantas formas fazer com que aquelas lágrimas parassem de rolar, mas era impossível! Quanto mais eu tentava, mais soluçava e mais pensava em como eu iria me sentir mal depois de chorar na frente de Chanyeol.

E daí que ele já havia visto meu corpo sem roupa? Era os meus sentimentos que estavam aparecendo e eu nunca os mostrava para ninguém. Só quem tinha acesso aquela Mina triste era a Seon e as vezes a Woonri.

Desde criança, eu sempre achei muito difícil demostrar as coisas que eu sentia. Parecia que nunca seria suficiente demonstrar o quanto estava feliz, ou então, que eu iria incomodar de mais se disse que estava triste para qualquer outra pessoa além de Seon. Eu nunca fui boa com isso, e agora que tudo estava desmoronando na frente de Chanyeol, eu estava me sentindo mais nua do que quando dormimos juntos pela primeira vez.

— Ei... — Chanyeol se movimentou do meu lado, porém, não pude ver o que ele estava fazendo pois estava cobrindo meu rosto com minhas mãos.

Em poucos segundos depois de me chamar com uma voz baixa, senti ele virar a banqueta em que eu estava sentada. Ele a virou de uma forma que eu ficasse de costas para a ilha da cozinha, e então eu senti suas mãos em meus pulsos, os puxando delicadamente para baixo, para que eu mostrasse meu rosto para ele.

Eu relutei, deixei minhas mãos estáticas. Não podia encara-lo assim.

— Ninguém nunca te ensinou a confiar. — Ele falou com uma voz doce. — Ninguém nunca te disse que você não precisa aguentar tudo sozinha como você tem feito. Mas hoje, eu estou aqui na sua frente te pedindo, com a porra do meu coração na minha mão, praticamente te implorando — Fez uma pausa, mas logo voltou a falar. — me deixe cuidar de você. Me deixa cuidar de vocês.

E como um passe de mágica, os meus pulsos foram cedendo enquanto abaixavam e revelavam minha face molhada para o homem que estava na minha frente.

Suas grandes mãos gentis saíram de meus pulsos e foram parar em cada lado do meu rosto, fazendo com que eu olhasse bem em seus olhos.

— Pode se apoiar em mim. — Chanyeol disse aquilo com tanta calma em seu olhar, e tanta verdade, que eu não sei o que aconteceu, mas pareceu que ele ativou algo em meus olhos, que começaram a escorrer lágrimas duas vezes mais e então, eu agarrei sua cintura chorando como uma criança.

Nunca, em nenhum momento em minha vida alguém me disse que podia compartilhar as minhas merdas com elas. Mesmo Seon sendo minha maior rede de apoio, sempre a algo que você não mostrar para ninguém, nem para sua família. Saber que Chanyeol estava vendo e sabendo da coisa que eu não havia mostrado a ninguém além dele me deixou tão emotiva, que eu não meu importava se iria molhar a camiseta tom de creme que ele usava, eu só sabia que sentir suas mãos alisando minhas costas e me consolando naquele momento, talvez fosse exatamente o que precisávamos.

Você não está sozinha nisso. Pode ficar ciente disso!

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— Deixa eu ver! — Chanyeol pediu pela milésima vez.

— Pelo amor de Deus Chanyeol, não dá para ver nada! — Eu reclamei dando um leve empurrão nele.

Depois do momento sentimental na cozinha, eu e Chanyeol fomos nos sentar na varanda que dava para ver os prédios a frente do que eu morava.

Aos pouco se aproximava ao meio dia, porém o dia era calmo lá fora. Estavamos sentados em um banco confortável, onde havia uma boa sombra, mas ainda assim era iluminado. O som dos carros e motos passando lá em baixo na rua eram escassos, deixando o silêncio do dia prevalecer por um bom tempo.

O dia acalmava qualquer alma que havia acabado de chorar 8 litros, o que era o meu caso.

Chanyeol estava ali comigo já fazia um bom tempo. Por ser um dia de semana, eu achei até que poderia atrapalhar alguma coisa no dia dele, mas ele disse que não tinha nenhum problema passar aquele resto de manhã comigo e com o bebê.

Sim, ele frisou a palavra "bebê" propositalmente.

E aquilo ainda parecia mentira.

Mas era muito verdade. Chanyeol estava realmente sentado ao meu lado, implicando comigo como sempre, apenas para mim mostrar minha barriga para ele.

— Mas me deixa ver assim mesmo! — Chanyeol insistiu. Mas logo mudou sua feição para algo malicioso rapidamente. — Se por acaso você estiver com vergonha de me mostrar ela, lembre-se que eu já vi sua--

— Chanyeol!!! — Eu praticamente berrei o interrompendo enquanto deixa em seu braço vários tapas leves.

Chanyeol gargalhou jogando a cabeça para trás, enquanto desviava de minhas tapas, e eu só parei quando ele segurou minhas mãos.

— Mas agora eu tô falando sério. É injusto você olhar para ele e passar mais tempo com ele do que eu.

Aquele tom de voz, o fato de ele está segurando minhas mãos e aquelas palavras me fizeram ceder.

— Não tem nada de extraordinário... — Disse me levantando e ficando a sua frente.

Ele estava sentado a minha, eu me posicionei bem a sua frente, e sem muito pudor, coloquei minhas mãos na barra da camiseta que usava. Era uma camiseta confortável e larga em um tom claro de lilás.

Rapidamente a minha barriga estava exposta para mim, Chanyeol e a brisa que entrava pela varanda.

Seus olhos focaram naquela parte do meu corpo com a mesma devoção que ele olharia para qualquer outra parte de mim.

Era incrível como Chanyeol sempre olhava pra meu corpo com a mesma animação todas as vezes. Seu olhar adquiria um brilho jenuino e ele parecia me admirar infinitamente.

Em silêncio, ele ergueu sua mão e a colocou sobre minha barriga, a ponta de seus dedos acariciaram minha pele primeiro, me causando um leve arrepio, aqueles arrepios que geralmente são gerados por causa de cócegas. Porém, esse sentimento logo foi acalmado, pois sua palma entrou em contato com minha pele, enquanto sua outra mão pousou em minha cintura.

Eu vou ser pai.— Ele falou mais ele do que para mim.

E eu seria mãe. Não sabia como iríamos criar uma criança sem sermos uma família, onde há uma mãe e um pai que se ama, mas nós dariamos um jeito, nem que nos tornassemos apenas amigos. Seriamos uma família.

Cont.

ᕕ Cᴀɴ'ᴛ Yᴏᴜ Sᴇᴇ - Pᴀʀᴋ Cʜᴀɴ-ʏᴇᴏʟ ᕗ [EM ANDAMENTO]Onde histórias criam vida. Descubra agora