Capítulo 17

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[Louis POV]

Faziam apenas duas horas desde que Harry fora embora, mas já parecia uma eternidade. Eu não sabia que eu podia formar conexões tão fortes com alguém tão rápido.

Claro, o sexo nos aproximou, mas eu via aquilo mais como os meus sentimentos por ele sendo entendidos e recebidos. Era a maneira como ele me assegurara que ele estava (ou pelo menos estava começando a) sentindo o mesmo em relação a mim.

Eu conhecia Harry pelo menos o suficiente para saber que ele não saía por aí expressando seus sentimentos pelas pessoas como ele fez comigo na noite passada. Sua presença dominante e apaixonante já era um choque para mim, mas ele me dissera depois que tudo acabou que ele nunca se sentira daquele jeito antes em toda a sua vida.

Era a clareza que eu precisava.

Harry fizera eu me sentir muito mais confiante com quem eu era. Liam é um amigo maravilhoso, mas eu nunca havia recebido tamanha segurança de ninguém por ser e amar quem eu quisesse.

Eu podia dizer que Harry era a pessoa certa, e que isso iria logo se desenvolver para uma relação mais significativa e profunda se ele permitisse. Ele parecia pronto para me dar seu amor, e eu com certeza não resistiria a isso. Eu planejava lhe dar o mesmo de volta.

Eu não podia evitar desejar sua presença. Ontem à noite havia sido uma das melhores da minha vida, e ele apenas fez com que meus sentimentos por ele ficassem dez vezes mais fortes. Eu o queria.

Eu precisava dele.

Meus pensamentos foram interrompidos pelo som de um carro estacionando na garagem. Meu coração palpitou com o pensamento de Harry ter voltado para me surpreender e passar o dia comigo. Passar tempo com ele, seja estudando ou fazendo travessuras à noite, era sempre um prazer. Eu realmente gostava da companhia dele, e por uma boa razão.

Isso rapidamente mudou quando eu ouvi o barulhinho familiar de um carro sendo trancado. O carro de Harry era relativamente velho, e ele podia ou trancar usando a chave nas maçanetas, ou pelo botão, mas o carro não fazia barulho porque estava quebrado.

Eu tranquei minha respiração quando eu vi minha mãe e meu pai caminhando para a porta da frente, parando na metade do caminho para uma pequena sessão de beijos. Eu quase engasguei.

Tudo que eles faziam era se beijar e demonstrar amor fisicamente um pelo outro. Não parecia ter qualquer substância na 'relação' que eles tinham e eu odiava isso.

Eles eram pessoas tão egoístas, não se importavam com ninguém mais a não ser um com o outro. Era por isso que eles sempre me deixavam sozinho quando escapavam para a cabana deles. Eu estava surpreso e frustrado por eles terem a audácia de voltar depois de me deixarem sozinho por quase dois meses.

Eu odiava ver eles porque eles podiam invadir minha vida e sentir a necessidade de saber tudo que estava acontecendo nela. Eu normalmente os contava para que eles pudessem me deixar em paz, mas eu tinha a sensação de que eles nunca realmente ouviam e apenas usavam as 'conversas' como uma maneira de fazê-los sentirem como se tivessem um fiapo de relação com o único filho deles.

Eu ouvi a porta da frente ser destrancada e eles entrarem tropeçando por ela, ainda com as bocas grudadas uma na outra. Minha mãe estava rindo conforme eles beijavam, e eles claramente não tinham ideia de que eu estava aqui. Às vezes eu pensava o que aconteceria se eu fosse embora viver com Liam em vez de aqui - aposto que eles nem notariam.

Eu voltei para a cozinha, tentando esconder a frustração do meu rosto. Eu não conseguia lidar com eles aqui. Pelo que eu sabia, eles podiam ficar por um tempo, o que criaria complicações desagradáveis e muita tensão.

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