Capítulo dois

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CAPÍTULO DOIS

— Achei que as notas já tivessem sido fechadas — A Blight murmurou para o professor de História dos Covens e Bruxaria.

— É um trabalho extra, optativo a participação — Amity franziu a testa e assentiu.

A bruxa já conseguia prever os grupos que se formariam, Luz geralmente faria o trabalho com ela e Willow, todos sabiam da preferência de Gus em fazer trabalhos escolares sozinho. Teria sido assim, se não fosse por ele. Amity cerrou os punhos e lançou um olhar mortal a Hunter, que naquele exato momento, se juntava à Willow e Luz, fechando um trio. Sentiu vontade de abandonar o trabalho, não precisava de meio ponto a mais, entretanto... Se forçou a engolir o ciúmes e a raiva. Não daria esse gostinho para Hunter. Ela acabou fazendo um grupo com Katya e Viney, duas garotas que não tinham muito em comum com a Blight.

— O trabalho será uma encenação de um julgamento. O livro que estávamos lendo, literatura humana, descreve o romance entre Romeu e Julieta — O professor disse na tentativa de continuar com o suspense — Vocês podem estar se perguntando se julgaremos a morte de Teobaldo, mas vamos tentar algo diferente... Nós vamos julgar Rosalina.

— Professor... Por que Rosalina? — Amity teve que perguntar, não conseguia pensar em um argumento plausível para uma suposta condenação da garota.

— Rosalina estará sendo julgada por causar o fim que levou Romeu e Julieta. Devemos lembrar que a jovem foi o ponto essencial para toda a trama e, é trabalho de vocês, inocentá-la ou não — A Blight franziu a testa, aquilo ainda soava injusto — O grupo número um será composto pela acusação e uma testemunha, enquanto o grupo dois terá que ficar com a defesa e réu. O juiz será um aluno, Gus, já que foi o único que se ofereceu para a tarefa individual. Podem começar.

As aulas seguintes naquele dia foram de grande trabalho, tanto para o grupo de Luz quanto de Amity. No fim, ficou decidido que a Blight encenaria Rosalina, enquanto suas outras colegas de grupo deveriam ajudar a inocentá-la. Ninguém menos que Hunter e Luz seriam os responsáveis pela acusação e, querendo ou não, isso só deixou a bruxa nervosa.

A apresentação do trabalho seria dali a dois dias, exatamente um dia antes do baile e Amity não conseguia definir se era um bom ou péssimo sinal. Antes de sair da aula, ouviu a Noceda chamar seu nome e acabaram as duas encostadas em uma das paredes do corredor, se olhando sem saber muito o que falar.

— Eu... Você ficou chateada por conta do grupo? — Luz questionou esfregando o próprio braço, a Blight negou, mesmo que houvesse sim ficado um pouco chateada com isso — Ufa, eu fiquei preocupada, percebi que você e Hunter não conversaram muito desde que ele foi transferido para a Hexside no semestre passado... Ele é um bom amigo, só está tentando se enturmar e... Bem, não vai roubar seu espaço no grupo — Amity sentiu as bochechas corarem um pouco, estava achando o gesto da humana muito fofo, pelo menos até ela voltar a falar: — Porque, hãn, você é uma ótima amiga, Amity, de verdade.

Amiga. Amity não queria ser apenas amiga de Luz. Abaixou os olhos e assentiu, elas haviam se beijado, que droga! Era impossível que a Noceda ainda acreditasse que aquilo era apenas amizade, era impossível que não percebesse que... Mordeu o lábio e desviou o olhar. Então era isso, não era? Seria a "Ótima amiga" enquanto não podia impedir um romance surgir entre a garota mais incrível que já conheceu e Hunter, o idiota do intercâmbio.

— Obrigada, Luz — sussurrou sem conseguir olhar para a morena, por sua vez, Luz começou a se desesperar.

— Eu... Hã... Hunter vai pedir uma limusine emprestada para o baile, se você mudar de ideia sobre ir, porque não vai com a gente? — A Noceda mordeu a língua torcendo para Amity entender o recado, mas aquele definitivamente havia sido o pior convite a ser feito.

Eu nunca... - LumityOnde histórias criam vida. Descubra agora