Prólogo

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PARKER
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Parker despertou assustada com o som de uma explosão próxima, logo se sentando para que pudesse procurar pela fonte do mesmo. Com o coração completamente acelerado e corpo gélido, observou através da janela.

Ainda distante de sua casa, vindo pelas fronteiras da cidade aos montes do leste, camburões da SWAT se aproximavam cada vez mais de sua residência.

Ela não precisou pensar muito para saber o motivo daquilo, era óbvio, uma vez que tinha como hobby matar pessoas. Sem pensar duas vezes, se levantou da cama, andando em passos apressados pelos corredores de sua casa em busca do homem responsável por sua existência, tentando manter a calma e dizendo á si mesma que mais uma vez sairia ilesa daquilo. Pelo menos era o que ela esperava...

Estava acostumada á ser de alguma forma poupada sempre que ficava cara a cara com a morte.

Mas para que essa história lhe faça melhor sentido, voltaremos do início...

Samira Parker, filha de Shaw Hunter, o maior mercenário de todos os tempos, estava sendo procurada pela polícia há muitos anos, mas era difícil conseguir qualquer confronto direto ou mínima chance de prisão contra a garota que fosse, já que vinha de família perspicaz e profissionalizada em lidar com a polícia.

Treinados desde o nascimento para fazer tal coisa, os Parkers matavam, roubavam e enganavam por dinheiro, muita das vezes trabalhando em grupos, como se fossem animais selvagens em temporada de caça.

Não era como se eles necessitassem daquele dinheiro, até mesmo porque uma herança consideravelmente grande havia se acumulado desde a época de Alfred Parker - maldito seja - o responsável pelo início dessa tradição estúpida, dessa linhagem estúpida.

Eles gostavam de fazer isso, gostavam da sensação que sentiam ao tirar a vida de alguém, da adrenalina percorrendo suas veias e do ritmo que seus corações tomavam quando notavam outros corações parando.

Gostavam porque era a única coisa que os fazia se sentir vivos, uma vez que eram completamente desprezados pela sociedade e vistos como uma espécie que devia ser extinta. E assim foi feito...

Só havia restado dois deles...

E em compensação sendo os piores possíveis.

Parker não poderia de maneira alguma dizer que se sentia mal fazendo o que fazia, mas tinha orgulho em dizer que todas as pessoas que um dia matara, eram de alguma forma tão terríveis quanto ela.

Eram como dedetizadores de pragas ambulantes, mais conhecidas como seres humanos.

Ela não matava ninguém sem um motivo, buscando sempre provas que tornavam verídico um coração tão podre quanto o dela.

O mundo em que vivia girava em torno de uma "cadeia alimentar"...

Ela estava no topo da mesma, matando todos aqueles que tornavam o mundo um lugar pior até que restasse apenas ela e a presença onipresente daqueles que já se foram, até que acabasse tomando o mesmo rumo, pois era assim que a vida funcionava, e ela sabia que uma hora ou outra uma bala iria encontrar a direção até o topo de sua cabeça.

Fosse um inimigo puxando o gatilho ou até mesmo ela própria...

Seu pai estava doente, não sabia por quanto tempo mais aguentaria e já não tinha mais forças para continuar fugindo ou lutando, deixando-a encarregada de sobreviver por dois.

Era difícil manter as rédeas enquanto batia de frente com aqueles que deveriam fazer seu trabalho, que deveriam proteger a população, mas em vez disso tentavam eliminar aqueles que de fato o faziam...

Miss. Parker - Billie EilishOnde histórias criam vida. Descubra agora