CAPÍTULO 7

107 15 2
                                    


.
Boa leitura! ♡

Nada bem

  AO amanhecer, acordei e novamente não encontrei o Liu. Levantei e o  procurei pela casa , ao chegar na cozinha encontrei um bilhete grudado na geladeira. 

Fui apenas caminhar,
não se preocupe.

Soltei uma lufada e coloquei o bilhete na bancada da ilha da cozinha. 

Não se preocupar? Essa é boa. 

Tinha me levantado naquele momento, mas me sentia exausta. Não dormi bem pensando nos últimos acontecimentos. Imaginar que nunca verei a sra. Laura, era doloroso. Ela queria tanto ver seus netos crescerem, poder mimá-los, dar colo quando estivessem com medo, aconselhar quando fosse preciso. Ela tinha os melhores conselhos do mundo.  Que mulher fantástica!

Enxuguei o meu rosto que ficou banhado em lágrimas com as lembranças dos momentos que tivemos.

Como eram 6h da manhã, fui preparar um café para mim, e um chá de maçã com canela para o Liu. Tentava ocupar a minha mente para não pensar na Laura morta, era difícil; a dor causada por sua partida repentina não permitia. 

Eu confiava nos planos de Deus e sabia que ele tinha um propósito para cada coisa, mas era difícil aceitar o propósito quando ele era tão doloroso. Laura tinha concluído com o seu na terra, por isso que Deus a tomou de volta para si. Meu cérebro sabia daquilo, já o meu coração ainda tentava entender e aceitar.  

Chorava baixinho encolhida no sofá da sala com a xícara de café na mão quando o Liu entrou; e eu tentei disfarçar o choro. Queria lhe passar força. Liu olhou para mim sentada naquele sofá com os olhos vermelhos que tentava sorrir para ele, na intenção de disfarçar a tristeza. 

— Vou subir, preciso de um banho. Murmurou já subindo as escadas. 

Sozinha e com o coração trincado me permiti chorar mais um pouco. Como era duro perder quem amava.

Assim que Helena chegou e deu suas condolências subi a procura do meu marido, como não tinha descido, levei o seu chá que estava começando a gelar. 

Entrei e o encontrei  com a sua agenda azul, a mesma que eu usava quando eu trabalhava, Liu adotou ela para si, mesmo já tendo outra.

— Liu, o que você está fazendo? — perguntei colocando o chá em cima da penteadeira. 

Ele estava sentado na poltrona, olhou para mim e depois voltou a folhear a agenda.

— Estou dando uma olhada em algumas anotações que fiz recentemente. —  disse depois de uma pequena pausa. 

Caminhei para perto dele e gentilmente coloquei a minha mão em seu ombro. 

Não era aquela reação que eu esperava do Liu, um dia após saber que sua mãe tinha morrido.

— Liu…

— Alice, estou bem.  — garante ele.

— Acho que você deveria ligar para o seu pai. — Ele desviou o olhar da agenda.

Nosso Mundo BLUEOnde histórias criam vida. Descubra agora