ALL MINE, oscar diaz

3. the fight

JULIETA
DELGADO

— VOCÊ ENLOUQUECEU JULIETA? SE QUER SE SUICIDAR É SÓ PULAR DE UMA PONTE E NÃO FALAR AQUILO!

— Você tá exagerando Jamal. — ele me olha arregalando os olhos.

— Exa... exagerando? EXAGERANDO? — ele vem até mim. — VOCÊ SABIA QUE O ASSOMBRADO TAVA LÁ QUANDO VOCÊ FALOU AQUILO?

— Olha só, quem dá piti desse jeito é o Ruby tá legal? E como nem ele e nem a Monse estão aqui não tem o porque você ficar tentando me dar lição de moral.

— Exatamente! Por que você acha que eles não estão aqui? A uma hora dessas já devem estar mortos.

Nego com a cabeça, tá, admito que peguei um pouco pesado. Mas acho que César precisava disso para voltar a realidade, mas de uma coisa eu sei, depois disso ou ele volta a ser o César de antes ou ele se torna alguém pior do que o próprio irmão.

A mãe do Jamal liga falando para ele voltar para casa, Jay e minha mãe foram ao mercado e Manny está no quarto dele. Assim que Jamal sai subo para o meu quarto, quando acendo a luz sinto minha alma saindo do meu corpo.

— PUTA MERDA QUE PORRA É ESSA? — coloco minha mão no peito.

Oscar estava sentado na minha cama.

— Meu Deus, você parece uma assombração sabia?

Entenderam o trocadilho? Eu sou muito engraçada, eu sei.

— Por que você falou aquilo pro César? — ele levanta.

— Pera aí, como você entrou no meu quarto?

— Não importa, por que você falou aquilo pro César?

— Eu até tentei falar com ele sozinha, mas alguém não quis deixar. Ah é! Era você. — Oscar coça a nuca bufanfo.

— Eu não estou brincando Julieta.

— Nem eu. — me sento na minha cama. — você não pode fazer isso com o César, não enquanto eu estiver em Freeridge. Ele é seu irmão, não o seu fantoche.

Eu poderia morrer por estar falando desse jeito com o Assombrado? Poderia. Mas eu morreria feliz.

— Ele é um Diaz, já tem o destino traçado e você sabe disso porra. — Oscar suspira e se senta do meu lado. — não tivemos escolha.

— Todos tem escolha Oscar.

— Mas nós não tivemos. — seu tom de voz volta a ser agressivo como sempre. Ele se levanta. — esse é o nosso legado. Acha que não me machuca ver meu irmão daquele jeito? Ele é o cara mais foda e inteligente que eu já conheci na minha vida inteira.

Seus olhos estavam marejados, droga Oscar.

— Eu daria a minha vida só pra ele ser um daqueles riquinhos de merda de Brentwood. Só pra ele ir pra escola sem se preocupar se alguém está o seguindo, pra ele não ter um milhão de inimigos, só pra ele não passar por tudo que eu já passei.— Oscar pega um vaso de flor em cima da minha escrivaninha e joga contra a parede tentando liberar sua raiva.

Eu até poderia ficar puta com ele, porém pode não parecer mas Oscar está desabafando. Do jeito dele, mas está.

— Eu tenho que ir.

— Espera Oscar.

Tento segurar seu braço, mas ele sai pela janela antes que eu consiga pará-lo. Sento na minha cama novamente e passo minhas mãos pelo meu cabelo o tirando do meu rosto.

— Merda. — falo baixinho.

Vou até onde os cacos de vidro estão e começo a pegar um por um, com um milhão de pensamentos.

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