cinco. (Felizes para sempre?)

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— E fim! — Harper finalizou.

— Que história linda, Harper! Parabéns!

— É a história dos meus pais! Eles sempre me contam! — contou à professora.

A Harper de oito anos, havia acabado de contar, é claro que de forma mais simples, a história de seus pais, que sempre gostou de escutar quando eles contavam. Quando sua professora pediu para contarem uma história legal da família, ela pôde pensar em cada jogo que foi, quando entrou no campo de futebol para ver a taça da Champions League que o pai ganhara no ano anterior, viagens, momentos com os primos de sangue e de consideração, e com os avós, mas sua preferida sempre foi a dos pais.

Alice costumava contar desde que ela era um bebê, e mesmo não entendendo com clareza, a garota ficava atenta, e passou a gostar conforme crescia e continuava pedindo a história.

Horas mais tarde, toda sua família estava em casa, inclusive o pai, que não estava viajando para nenhum jogo naqueles dias.

Mason estava sentado no sofá, com Alice sentada no meio das pernas dele, recebendo cafuné enquanto assistiam à televisão.

Harper lia um livro infantil ao lado deles, mas deixou o livro de lado e se aproximou da mãe, encostando a cabeça no ombro dela, e sendo puxada para o colo.

— Mamãe, contei a história de você e do papai hoje na aula! A professora pediu pra contar uma história da família, e a história é tão legal!

— Sério? Que legal, filha! — Crawford sorriu, e Mason parou a série que assistiam, focando a atenção na filha.

— Eu posso ter uma história assim também? — perguntou, olhando pra mãe, que riu.

— Isso ainda vai demorar, viu mocinha? — Mason falou, cutucando a barriga da filha, que deu risada.

— Amor, deixa de ser chato! — Crawford riu.

— Ela tem oito anos!

— Eu já sou grande, pai! O tio Declan disse que ia me levar pra uma festa, uma balada! — contou animada, fazendo sua mãe rir.

— O tio Declan não é nem maluco de fazer isso, meu amor...

Mason sabia que seus amigos tinham essas ideias de levar Harper pra balada, ensinar como tentar ficar com alguém, mas também sabia que eles se fingiriam de sérios no dia que algum namoradinho dela aparecesse de verdade.

— Então quando eu for grande, eu posso?

— Claro que pode — sua mãe respondeu — Mas nem tudo na história é bom, filha, nem sempre as coisas acontecem do jeito que a gente quer e isso pode deixar a gente triste, irritado, e podem acontecer coisas ruins.

— Mas mãe, você não contou isso.

— Porque você é pequena, tem coisas que vai entender quando for maior, aí eu posso te contar se quiser, agora vai ser difícil você entender porque algumas coisas acontecem.

A garota falou que tinha entendido, e ficou quietinha por um tempo, com a cabeça ainda deitada no colo da mãe.

Mason achou estranho aquilo, a garota não ficava tão grudada na mãe, mas podia estar com sono. Alice tinha a cabeça apoiada em seu peito, e ele a abraçou, ficando com os braços na frente do corpo dela.

A série continuava pausada, Crawford fazia cafuné na filha mais velha, e Mason apenas olhava duas das três garotas da sua família.

Ben e Maeve já dormiam, os dois mais novos da família.

Ben nascera em outubro, dois anos depois de Harper, e tinha seus seis anos, o único filho menino do casal era o mais grudado na mãe.

E por último, quatro anos depois dele, veio Maeve, também em setembro, a garotinha completara apenas dois anos. A única dos três nascida fora de Londres, que acabou chegando no meio de uma viagem à Barcelona.

Mason perguntou o que a filha mais velha tinha, o porquê estava ali quietinha, e ela logo respondeu.

— Hoje na aula, a professora pediu pra gente falar sobre a família, podia contar o que quisesse. — começou — E o Liam disse que já viu o pai bater na mãe dele, mas eles não moram mais juntos e ele não vê o pai. Vocês também vão fazer isso? — questionou, levantando a cabeça para olhá-los, preocupada.

Não esperavam ouvir aquilo, mas sabiam que as crianças não tinham tanta noção do que é certo ou errado, e algumas acabaram crescendo com esse tipo de coisa em casa.

— Claro que não, filha! Não pode bater em ninguém assim, muito menos o papai na mamãe, não é legal. — Mason falou, acariciando a mão da filha.

— Eu não quero ficar sem ver vocês... Promete que não vão fazer isso? — perguntou, com os olhos cheios de lágrimas.

A primogênita, apesar de estar mais velha, sempre foi grudada ao pai, e ouvir que aquilo acontecera com o amigo, deixou-na preocupada de perder o pai ou a mãe.

— Não chora, filha, a mamãe vai pegar água pra você, tá bom? — a garotinha concordou, e Alice levantou, indo até a cozinha.

Mason pegou a filha no colo, deixando-a entre suas pernas de frente pra ele.

— Olha pra mim — pediu — Por favor? — insistiu, e ela o fez, com algumas lágrimas no rosto.

Ele não gostava de vê-la daquele jeito, ainda mais por um motivo como aquele, onde precisaria ainda ser cuidadoso com as palavras.

— Filha, eu não vou bater na mamãe nunca, não pode fazer isso, e também não pode deixar ninguém fazer com você, ok? — ela concordou — Mas a mamãe já falou que as coisas acontecem de jeitos diferentes, não é? A gente não vai se separar agora, mas se algum dia isso acontecer, você vai continuar vendo nós dois.

— Eu não quero que acontece isso, pai! Eu gosto de ficar com vocês dois, e o Ben e a Maeve, e todo mundo...

— A gente também não quer, meu amor! Prometo, tá bom? Mas não fica pensando nisso, é coisa de adulto, e tem criança que acaba passando por isso cedo demais.

— Tá bom. — abraçou o pai e ele beijou seus cabelos com carinho, ajeitando-a em seu colo.

Alice voltou com a água para a filha, e demorou porque precisou ver o que Maeve queria, quando escutou a caçula chorando.

— Toma a água, pequena... — entregou o copo — A mamãe teve que ver sua irmã, por isso demorei. — a garota assentiu, devolvendo o copo vazio, e sua mãe deixou na mesa ao lado.

A designer sentou ao lado do marido e da filha, deitando a cabeça no ombro dele, que entrelaçou a mão na dela, enquanto fazia carinho na filha.

— Tá mais calma? — Alice questionou.

— Sim! O papai conversou comigo enquanto você foi ver a Maeve — contou — E vocês são tipo um rei e uma rainha, não pode separar assim, senão o castelo vai ficar vazio!

— E você é uma princesa então? — Mason questionou

— Sou! — comemorou — Ben é um príncipe, e a Maeve é outra princesa!

Seus pais deram risada, e ela se ajeitou, ficando deitada no colo do pai. Apesar de já ter seus oito anos, Harper ficava grudada no pai quando estava cansada ou doente, como fazia nos primeiros anos de vida.

— Pai, conta a história de novo? — pediu.

— Em dois mil e catorze, quase vinte anos atrás...

— Não! Começa direito, pai! — interrompeu, reclamando.

Alice gargalhou com a cara que Mason fez, e ele riu também, recomeçando a história.

— Era uma vez...

Oi :)

Esse foi o último oficialmente, mas não me abandonem ainda!

tchauu!

Era uma vez... [Mason Mount]Onde histórias criam vida. Descubra agora