𝙳𝚘𝚣𝚎

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A corrida continuava. Um jovem com pouco mais de quinze anos, uma criança adormecida nos seus braços e vários cortes pelo seu rosto, fugindo pela vida dos dois. A alguns metros atrás, dois homens desconhecidos, porém armados que corriam atrás dele.

Uma joia vermelha, balançava, pelo pescoço do rapaz, enquanto saltava e desviava por toda a floresta. Já perto da aldeia e ao ver casas ao longe, começa a sentir-se aliviado. Mesmo assim não pára e fazendo tudo com o máximo cuidado, corre para a igreja, caindo logo em seguida de rastos no chão.

-Che... Gamos...

O suor escorria por todo o seu corpo. O padre que estava a dar a misa aquela hora, olho um dos seus acólitos ir ajudar as crianças.
Logo elas foram levadas, gerando alguma desordem na fileira de trás da igreja. Porém logo se estabelisou, quando os menores foram levados para outro lugar.

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O meu corpo foi segurado, era um toque leve, mal se sentia, mesmo assim foi o suficiente. Já sabia a quem pertencia. Levei a mão à cabeça e olhei para ele.

-Estou... Tonto...

Sussurro pendendo a cabeça para baixo. Levo a mão a esta e respiro fundo.

-Calma... Respire fundo... Vou levar você lá e você come algo.

Respiro fundo como ele disse e Sorriu sem jeito. Tento levantar-me e ao ver o corredor vazio, começo a andar de alguma forma. Sabia que só eu o podia ver, mas, às vezes era estranho saber que também o sentia, tal como agora. O seu toque Relaxa-me.

-Obrigado pela ajuda...

Falo tímido. Ele logo pega a minha mão e fica bem do meu lado com aquele sorriso radiante. Por uns momentos, fico impedido de andar, ele enrola os seus braços na minha cintura e beija o meu pescoço. Acabo por ficar sensível e corado, dou até um gemido, mas o olho amuado.

-Abusado...

Digo tentando continuar a andar.

-Também te amo~.

"Ele", fala feliz, admito que gosto desse geito dele, mas só às vezes... Ultimamente, pode até só ser coisa da minha cabeça, mas ele parece mais doce e gentil.

-Bobo!

Pego na mão dele e começando a andar, vou até ao refeitório. Não estava propriamente com fome, mesmo assim pego um pão com fiambre, sumo de laranja e uma maçã. Como de costume, fico numa mesa fazia e já sentado, olho para a minha companhia.

-Você não come?

Pergunto baixo, enquanto vou descascando a maçã. Ele ri e deita a cabeça na mesa sorrindo.

-Não... Eu não como... Nem consigo...

Um suspiro pesado da parte dele, chama-me à atenção. Mesmo assim não faço muito caso.
Como a maçã e ainda meio tonto levo a mão à cabeça.

-Você não tem brincado com a minha cabeça pois não?

Pergunto numa risada seca. Ele, olha-me confuso e aproxima-se.

-Você tem certeza que está bem?

Não me consegui conter, o seu rosto de quem realmente não sabia nada, fez-me rir. Aparentemente estou mesmo a dar em doido. Olho fundo nos seus olhos e com um sorriso tosco sussurro baixo.

-Aproxima-te mais...

Peço vendo ele fazer o mesmo e para não ser muito estranho abano a cabeça dando nele um beijo à esquimó. Ao menos não é a vergonha de dar um beijo, teoricamente sozinho.
Vejo o rosto dele corar e não suporto em conter a gargalhada.

My sweet doppleganger - YaoiOnde histórias criam vida. Descubra agora