| CAPÍTULO 4 |

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○●● VOTEM ●●○

| TYLER EDWARD MARSHALL |

○●●

Acordo sem abrir meus olhos sentindo o calor que eu tanto sentir falta desde que voltei da Itália, ouço  um celular tocar e começo a procurar antes que acorde minha pequena leoa sonolenta e raivosa. Me afasto com calma da Milena levantando vendo que a fonte do toque é sua bolsa, olho no visor querendo xingar 3 gerações da família do ex dela antes de atender.

- Você não poderia ter me mandando uma mensagem para eu saber que está viva?. - ele reclama assim que eu atento o telefone.

- É o Tyler.

- Ah sim, Marshall, cadê a Milena?.

- Dormindo, quer que eu a acorde só para você saber que ela está viva?. - pergunto irônico.

- Não a necessidade, essa mulher não foi feita para ser acordada, iríamos acabar os dois mortos. - diz algo que eu já sabia antes. - Ela está bem?

- Sim, ótima.

- Okay, peça para ela me ligar mais tarde por favor. - confirmo o que ele pede antes de desligar a ligação.

Olho para a mulher deitada na cama somente com uma blusa minha e o cabelo todo bagunçado em cima dos travesseiros, ontem ela estava tão cansada que nem percebeu que deixou o cabelo solto antes de dormir e se eu bem conheço isso vai render reclamações durante todo o tempo que minha leoa usar para desembaraçar sua juba. Olho para o relógio e pelas minhas contas está muito longe da Milena acordar, desço ouvindo conversas e quando chego na cozinha estão todos tomando café juntos.

- Bom dia família. - falo alto chamando atenção e recebo resposta de todos.

- Cadê a italiana? Fugiu no meio da noite?. - o Axel pergunta assim que me sento ao lado dele.

- Está dormindo e se tem algo que aprendi na Itália é que eu não devo acordar a Milena, nunca. - respondo sério.

- Bom, quero comemorar os meus bebês chegando, meu casamento e talvez o meu último dia de vida com um churrasco, o Caio tá chegando ai e pode ser que ele me mate quando descobrir que a irmã tá grávida. - meu irmão mais novo brinca.

- Meu irmão não vai fazer isso. - a Cora fala sorrindo quase debochada ajudando meu irmão a pegar as coisas para comer.

- Até porque ele é um anjo... - diz sorrindo para sua noiva depois sussurrando para mim do seu lado. - do inferno.

Todo mundo ouve e rir da gracinha do meu irmão afinal todos estão contentes de ver o Axel vivo e acordado depois de toda a confusão dessa missão que ele saiu machucado. Olho para porta da cozinha e vejo minha leonessa entrando em silêncio.

- Você já acordou de verdade para o resto das pessoas?. - pergunto brincando chamando atenção para ela confirmando minha pergunta.

- Buon giorno (bom dia). - fala com todos que a respondem.

Faço sinal para cadeira que está desocupada ao meu lado e ela se senta, mas sem tocar em nada da mesa.

- Não vai comer?. - pergunto baixinho.

- Estou com medo de colocar tudo para fora, não estou comendo bem esses dias.

- Mia leonessa, você precisa comer alguma coisa pelo menos. - falo preocupado.

- Depois eu posso fazer isso. - diz séria.

- Podemos fazer uma cena linda comigo dando comida na sua boca nesse momento, mas acho que você não vai gostar não é mesmo?. - falo dando um sorrisinho que ela sabe que eu faria.

- Não precisa ser tão irritante Edward. - diz pegando uma maçã e mordendo. - Se eu vomitar a culpa é sua.

- Você não vai. - digo dando um selinho nela.

- Irmão, eu aceito a proposta. - o Axel chama minha atenção.

- Que proposta?. - pergunto confuso.

- De comida na boquinha, estou debilitado, preciso de ajuda. - diz fazendo um bico muito infantil para sua idade.

- Cora, acho que tenho que informar que ainda dá tempo. - aviso chamando atenção dela.

- De quê?. - pergunta se virando para mim.

- Trocar o Axel por alguém mais novo e menos remendado, meu irmão está precisando do auxílio que um velhinho de 90 anos não precisaria. - digo e o Axel pensa em tentar me bater mais recua por não poder fazer movimentos bruscos com o braços.

- Quando eu me recuperar você não vai querer está na minha frente irmãozinho. - diz em um tom ameaçador.

- Ainda bem que o Hawkins está vindo ai... - antes que eu termine de falar o furacão Cath entra na cozinha fazendo um mini alarde.

- Bom dia pessoal. - fala animada com todos. - Que bom ver você com os olhinhos abertos Marshall, já podemos comprar o vestido?

- Catherine? Catherine!. - ouvirmos a voz do irmão Hawkins gritar pela casa até aparecer na cozinha. - Você não pode...

- Acabamos nossa conversa Caio, você pode fazer a merda que quiser e me deixar em paz. - todos nos ficamos em silêncio vendo o Hawkins bufa irritado.

- Que casa movimentada. - a Milena comenta se mexendo desconfortável do meu lado.

- E pensar que antes só tinha eu, o Nico e o Axel morando aqui. - digo refletindo.

- Nunca tive tanta pessoa em minha volta assim, é confuso ter tantos risos, amor, amizades e brigas bestas. - diz olhando o caos que se estaurou na cozinha.

Me levanto discretamente puxando a Milena do meio daquela confusão e vamos em direção ao meu quarto, assim que abro a porta aponto para seu celular avisando o recado.

- O Miguel pediu para você ligar para ele. - digo lembrando.

- Ele ligou?

- Sim, queria saber se você estava viva. - respondo. - Quando você precisa retornar?

- Acho que já posso ir embora, você está bem. - diz séria sem me dar oportunudade de falar porque já está retornando a ligação do ex.

Espero ela acabar a ligação sentado na cama pensativo, quando ela volta para o quarto minutos depois eu aponto para meu lado no colchão e a Milena se senta e começa.

- Eu não estou preparada para a dimensão que é isso tudo, não fui criada em uma família dessas e fujo dos meus pais sempre que possível porque eles são terríveis. - suspira tentando não chorar. - Eu quero dar uma família dessas para minha filha, mas nos não temos certeza de nada, eu sou a idiota que não sabe que é o pai do meu neném e posso me iludir com esse clima.

- Você acha que se... - balanço a cabeça negando e volto a falar. - Eu amo essa bebê que está na sua barriga independe de qualquer coisa. Meus irmãos e eu formos abandonados em um orfanato, adotados e criados por duas pessoas incríveis, não foi a genética que disse se éramos ou não filhos deles, foi puramente o coração e a vontade deles de dar o amor que a gente não teve acesso naquele lugar vazio de amor que estávamos. A Dominic e o Mikael me ensinaram que sangue não importa, se eu amo, eu amo! Se você não consegue entender isso agora, estarei aqui quando você entender.

Ela me escuta, mas não reage ao que eu digo, fica em silêncio como se tivesse barreiras de relutâncias muito fortes para aceitar qualquer uma das coisas que eu já disse a ela. Recosto minha cabeça em silêncio também e fecho os olhos sem dizer nada.

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Lie ♡

TYLER | Irmãos Marshall - L.3|Onde histórias criam vida. Descubra agora