Good For You (FlaGui shortfic)

• Capítulo 3 •

Como eu estava sentindo falta desse beijo.

Flávia retribuía da mesma forma, não deixando dúvidas de que ela também precisava disso. Depois de tantas discussões, tantos afastamentos e problemas, é nítido o alívio entre nós em um momento como esse.

Os lábios dela são macios e perfeitos para me fazer esquecer de tudo. Não demora muito para o nosso beijo se tornar mais intenso, ao mesmo tempo em que sinto os braços de Flávia se moverem e as mãos dela passando pelas minhas coxas. Isso aumenta a minha vontade de tocá-la também, mas Flávia me impede gentilmente e continua passando as mãos pelo meu corpo, subindo até os meus ombros.

Sinto que estou tendo cada vez mais dificuldade de me controlar e sou surpreendido com uma interrupção cuidadosa do nosso beijo. Penso em perguntar se há algum problema, mas Flávia estava apenas tentando se livrar do meu sobretudo. Me apresso em ajudá-la nisso, ainda fascinado com o jeito que ela está sentada em cima de mim e como parece um pouco ofegante após o nosso contato.

Continuamos sem dizer nada. Apenas observo o rosto lindo de Flávia enquanto ela joga o meu sobretudo em um canto qualquer do carro. Passei um bom tempo sem ter a chance de vê-la tão perto de mim desse jeito, e não tenho meios de resistir ao modo como ela parece um anjo e ao mesmo tempo tão provocante.

Deixo que Flávia volte a tocar os meus lábios com os dela. Eu pareço mais necessitado do que antes, me aproveitando do seu calor, do seu gosto, e tudo fica ainda melhor quando ela agarra os meus cabelos com apenas uma das mãos. Tendo a outra mão livre, Flávia me aperta entre as minhas pernas e depois solta gentilmente. Meu corpo responde a isso de imediato e não sinto receio ao pensar nela percebendo muito em breve o quanto eu a desejo. Eu sei que não vamos mais além dentro desse carro, mas quero me prender a cada segundo.

Essa garota tem total consciência do quanto ela me provoca e adora isso. Faço outra tentativa de acariciar suas coxas, sem ser impedido dessa vez. A meia-calça só me permitia sentir pontos separados da pele dela, então arrisquei deixar um caminho de beijos desde os lábios de Flávia até o pescoço, me concentrando ali. Com os olhos fechados, sinto meus lábios roçarem na gargantilha dela uma vez ou outra e meus dedos se ocupam em pressionar ambas as coxas, fazendo com que Flávia deixe escapar um som que me agrada bastante. É o suficiente para que eu me deixe levar um pouco mais.

Coloco as mãos no quadril dela, trazendo seu corpo para mais perto do que já estava. A resposta de Flávia a isso é o modo como volta a puxar os meus cabelos e os movimentos lentos que faz com o quadril. Ela está acabando comigo, e a minha calça incomodava como nunca.

— Esperei tanto por isso... — confessa Flávia. Adoro a sinceridade dela, principalmente em um momento desse.

Paro o que estou fazendo para fitar seu rosto, e ela também aproveita a pausa. Queria poder ver melhor o rosa mais acentuado em seus lábios por ter me beijado tanto, as possíveis marcas que ficaram na pele do pescoço, mas lamento que a falta de iluminação não ajude.

— Mas é melhor a gente parar por aqui — ela diz. Eu nem tive tempo de pensar em algo decente para falar.

— Está certo. Eu preciso me recompor. — Minha voz sai mais nervosa do que eu gostaria depois de um pigarro. Tudo o que consigo fazer é passar as mãos pelo rosto enquanto Flávia está retornando ao assento dela como se nada tivesse acontecido.

Eu não estava me importando com a intensidade das coisas há poucos minutos atrás, mas saí da excitação para o constrangimento em um piscar de olhos, tendo um certo volume que me denunciava no fim de tudo.

— Te fiz um favor. Deve ser bem ruim andar por aí com cueca e calça molhadas — Flávia não hesita nem um pouco ao falar essas coisas. Quando a olho de novo, ela está atirando a peruca rosa no meu colo. — Vai ajudar a cobrir.