- doze

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Dormir, talvez sonhar.

— Hamlet

— Hamlet

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Louise mal dormiu naquela noite

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Louise mal dormiu naquela noite. Seus pensamentos foram consumidos pela peça. Toda vez que fechava os olhos, podia ouvir seus personagens falando, vê-los em movimento, e sua voz interior começou a adicionar instruções de palco até que toda a tranquilidade desaparecesse. Ela havia se esquecido desta parte da escrita. O fato de não conseguir se desligar e de os personagens exigirem que você os ouça, mesmo quando seu corpo está exausto. Se ela tivesse se lembrado disso, poderia ter levado um bloco de anotações para a cama a fim de rabiscar quaisquer ideias que surgissem durante a noite. Em vez disso, só tinha um copo de água e um romance antigo e surrado que estava tentando ler desde que chegara à Itália.

Toda vez que um dos personagens falava, era como se estivesse ouvindo as vozes de suas irmãs. Por um momento, ela estava de volta à casa fria de Hampstead, e as quatro corriam pelos corredores cheios de eco, ​gritando umas com as outras quando não conseguiam encontrar o dever de casa ou o batom favorito.

A nostalgia parecia metal em sua boca. Louise desejava a presença de todas elas. Sentia falta de estar constantemente cercada pela família. Apesar de terem se passado anos desde que Daleyza e Royal saíram de casa, rapidamente seguidas por ela mesma, Louise se viu querendo voltar à cozinha para ferver água para um chá.

Talvez por isso seus personagens estivessem gritando tão alto em seu cérebro.

Não havia mais nada que ela pudesse fazer. Teria que se levantar e descer as escadas para pegar seu bloco de notas. Saindo da cama, procurou um roupão para se cobrir. Com esse clima, usar short e um top era a melhor maneira de dormir. Amarrando a faixa ao redor da cintura, saiu do quarto com os pés descalços no chão de mármore. A villa parecia estranhamente silenciosa, ainda mais que o habitual. Ao descer as escadas e deixar seus olhos se ajustarem à escuridão, Louise se encontrou envolvendo os braços ao redor do corpo.

Havia uma luz amarelo-clara vinda da biblioteca, formando uma névoa retangular em torno da porta fechada. Ela franziu o cenho, parando com timidez na entrada e inclinando a cabeça para ver se conseguia ouvir sons lá de dentro. Thomas ainda estaria acordado? Por algum motivo, isso fez o coração de Louise acelerar. Ela não se preocupara em criar uma senha para proteger a peça; achava que ninguém mais usaria o computador. Até alguns dias antes, ela era a única na casa. 

Dar-lhe um Girassol [Thomas Sangster]Onde histórias criam vida. Descubra agora