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2. Você se sente bem.

Você se dá conta que fala de forma hiperativa sobre a pessoa. Estar apaixonado é como estar drogado. Muitos dos sintomas físicos são os mesmos: aumento da energia, aumento da frequência cardíaca e pressão arterial, e incapacidade de dormir ou comer. Estes sintomas ocorrem porque o cérebro produz ainda mais dopamina quando alguém está apaixonado. O cérebro também produz mais da norepinefrina química quando estamos apaixonados, acelerando o coração quando estamos nervosos.

 O cérebro também produz mais da norepinefrina química quando estamos apaixonados, acelerando o coração quando estamos nervosos

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Midoriya percebeu. Oh céus, como ele não o faria? Mas ele sabe que ela também percebeu, e isso não o deixava realmente seguro de si.

Uraraka poderia ser bem lenta quando queria, mas naquele momento ela pareceu pegar os sinais de forma rápida demais, muito mais rápida do que o normal. Os grandes olhos castanhos lhe encaravam com um brilho estranho que ele não conseguia identificar, e isso lhe gerava um leve pânico, afinal ele não sabia o que esperar.

– Eu não acredito, Deku-kun!!!! Por que não me falou antes?!?! – A voz doce da menina soou com uma irritação falsa que era completamente descartada pelo sorriso estampado em seu rosto.

Isso seriamente o surpreendeu. Ela parecia feliz e animada por ele estar tendo uma queda pelo professor, e o esverdeado não sabia se isso era normal. Ele esperava uma cara de nojo e xingamentos. Ele esperava ter que ignorar isso com um sorriso e apenas negar para não perder a primeira amiga que fez na sua vida. Ele esperava ser tratado como Deku e seu verdadeiro significado.

– Eu não faço ideia do que você está falando! – Ele fez isso, talvez fosse o medo tomando conta? Ele não sabia. Midoriya sempre se fazia de sonso nesses momentos, mas infelizmente ele não era tão bom com mentiras.

– É tão óbvio que eu não sei como eu não percebi antes!!! O jeito que você fala dele, que o elogia, o jeito que olha, a animação que tem toda vez que vê ele utilizar sua peculiaridade mesmo que a maioria tenha apenas medo!!! – Uraraka apontou os fatos enquanto seus olhos se focaram em seus dedos que foram levantados aos fatos citados.

Isso assustou levemente o garoto. Ele era óbvio? E se mais alguém tivesse percebido. Ele conseguia imaginar Iida o repreendendo por horas enquanto mexe os seus braços freneticamente, e imaginar a testa franzida de Todoroki tentando analisar a situação e criando teorias sobre como isso aconteceu. Mas sinceramente o que o preocupava não era isso.

– V-você... acha... – O garoto gaguejou nervoso olhando para tudo menos para a garota. Sua voz estava fraca como se temesse a resposta. – Acha que ele percebeu?

A castanha piscou para ele enquanto diminuía seu sorriso levemente, transformando algo animado em apoio.

– Eu não sei, Deku-kun. Mas sinceramente... Eles nunca percebem.

Midoriya torcia para que isso fosse realmente verdade. E que Aizawa não tenha percebido nada. Ele não aguentaria ser rejeitado como um adolecente qualquer sem sequer uma declaração.

Mas não é como se ele fosse se declarar, afinal já sabia a resposta.

Aizawa Shouta merecia alguém melhor do que Midoriya Izuku.

Alguém que não seja Deku.

Alguém que não seja Deku

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Aizawa tinha percebido. Inferno, ele tinha obviamente percebido, afinal ele fazia a mesma coisa que o garoto.

Escutar Midoriya murmurar distraidamente sobre si era no mínimo excitante. Normalmente, os murmúrios vinham acompanhados por suas técnicas de combate, mas as coisas tinham mudado de um dia para o outro de maneira tão rápida que Aizawa mal conseguiu acompanhar. Em vez de falar em como ele era bom em fazer seus giros pelo ar ou quão legal era ele controlando sua arma de captura o garoto foi em direção de coisas mais pessoais como o quão bonito ele ficava com o cabelo bagunçado ou o quão adorável ele ficava ao acordar e sair do seu saco de dormir apenas para liberar os alunos. 

Toda a situação fazia com que ele se sentisse quente, ansioso, e fazia com que seu coração batesse de maneira desordenada. Seu rosto queimava só de imaginar que nesse exato momento o menino poderia estar murmurando coisas sobre ele, elogios sobre ele.

Pensar que o menino o elogia tanto quanto ele próprio elogia o garoto — mentalmente — elevava sua autoestima de maneira estranha.

Com isso em mente Aizawa bateu a testa na mesa com certa brutalidade fazendo um grande baque soar pelo local, ele resmungou para si mesmo o quão sua atitude parecia com a de um adolescente, um adolescente que ele não é.

Hizashi que estava na mesa ao lado segurou uma risada escandalosa que provavelmente irritaria o amigo, mas ele não pode deixar de soltar um comentário.

– Você está in love, Shouta!!!

– Eu sei! – O moreno resmungou com seu rosto colado na mesa e suspirou antes de se virar para o amigo loiro. – O que eu faço?

Hizashi sorri de canto. Ele não pensava que viveria o bastante para ver Aizawa Shouta apaixonado, até chegou a pensar que o outro poderia ser arromântico por um tempo, talvez porque o mesmo nunca tenha demonstrado interesse nessas coisas, se apaixonado ou simplesmente nunca tenha lhe contado sobre isso mesmo sendo melhores amigos.

– Você deixa fluir! – E esse foi o melhor conselho que o herói loiro conseguiu dar no momento.

O moreno piscou pra ele antes de olhar pra frente pensativo.

Deixar fluir...? O que caralhos isso deveria significar? Ele não era água para fluir ou sequer tinha uma peculiaridade aquática.

Deixar fluir. Patético.

Foi então que Aizawa descobriu que Hizashi era péssimo em conselhos amorosos, mas ele continuaria pedindo os mesmos.

Ele tentaria deixar fluir.

Mesmo não entendo o que isso significava direito.

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Espero que tenham gostado. Obrigado por ler!!!!

:) 

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