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3. Você não vai parar de se mover.

Você não vai apenas procurar sua pessoa de interesse visualmente. Você também vai se engajar ativamente na proximidade da pessoa. Isso explica porque o flerte muitas vezes envolve enrolar ou puxar cabelos. Quando estamos apaixonados os corpos involuntariamente se inclinam na direção do amado. Esta é uma manifestação física do desejo do cérebro para a intimidade emocional.

Em pleno final de semana, Aizawa estava estressado por seus alunos se negarem a irem para casa. Alguns eram compreensíveis já que os pais não estavam em casa, mas outros apenas queriam ficar e fazer suas badernas.

Em meio a todos os alunos estava o grupo menos… Desagradável em sua visão. O Deku Squad.

O moreno não tinha certeza se na sua época eles tinham um squad, ele não se lembrava se seu grupo tinha um líder em si e isso não importava para eles. Era admirável de ser ver que mesmo Midoriya sendo um pequeno desastre ele ainda era respeitado o suficiente para estar no comando.

Todoroki tinha um motivo óbvio para não ir para casa, sua relação com o pai era arrisca e Aizawa não se importava se o garoto quisesse ficar, mas Uraraka e Iida eram completamente desnecessários.

A garota, na sua visão, apenas ficaria para apoio moral e para passar mais tempo com a namorada, que provavelmente queria apenas um tempo para relaxar longe dos irmãos.

Iida não tinha um motivo certo para ficar, normalmente ele gostava de sair o mais rápido possível para encontrar o irmão, mas hoje ele insistiu em ficar, talvez isso tivesse algo a ver com sua repentina aproximação com o garoto de cabelos bicolores.

E por fim, Midoriya. Ele sempre tinha essa rotina de um final de semana ir para casa e outro não. Aizawa não entendia o porquê exato disso, mas não se intromete, afinal não incomodava que o jovem ficasse lá.

– JÁ SEI!!!! – A garota de coloração rosa gritou animadamente recebendo xingamentos do acinzentado ao seu lado. – Vamos fazer um dia de filme. – Ela completou fazendo uma dança festiva boba.

Todos se entreolharam aceitando a ideia e começando a se ajeitar. Algumas meninas se disponibilizaram a fazer guloseimas para assistir o filme e os garotos começaram a — bagunçar — arrumar a sala para a sessão.

Aizawa encarou o esverdeado que observava tudo confuso, ele se aproximou do outro silenciosamente e encostou em seu ombros brevemente quando previu suas intenções de se retirar do local.

– Você não vai ficar, Midoriya? – O moreno perguntou curioso, seus olhos piscavam para o menino e seu cérebro se negava a afastar sua mão dele.

– Ah, eu… Nunca participei de um dia de filmes. – O garoto falou meio tímido enquanto mexia as mãos freneticamente. – Eu não sei se deveria ficar…

O mais velho achou isso idiota e estranhou o outro nunca ter participado de um dia de filmes, mas resolveu não perguntar.

– São seus amigos, sua presença é importante aqui! – Aizawa afirmou, talvez — definitivamente — ele tenha elevado um pouco mais antes de cortar levemente e se esconder na sua arma de captura. – E você não seria malvado o suficiente para me deixar sozinho, não é?

Midoriya lhe devolveu o olhar e sorriu divertido sem perceber o pequeno movimento que o aproximou do outro sem perceber.

– Claro que não, sensei!

Midoriya conseguiu sentir os olhares que recebia do mais velho, e de certa maneira isso o fazia se sentir bem. Ele não estava prestando atenção no filme, que era tosco e de qualidade baixa, ele sequer prestava atenção em seus amigos para pelo menos ver suas reações, a única coisa que ele conseguia prestar atenção era nele, no homem sentado ao seu lado.

Em algum momento, ele não sabe qual, ele apenas desistiu de tentar disfarçar e começou a encarar o outro descaradamente. Ele viu alguns fios de cabelo que se negavam a sair de seus olhos mesmo depois de serem retirados, ele viu como ele passava a língua pelos lábios de maneira sutil como se eles estivessem ressecados, ele viu como o outro piscava em quantidades maiores do que o normal, ele viu tudo, ele admirou tudo.

Mas então seus olhares se encontraram, o coração do garoto acelerou e ele mexeu os dedos da mão de forma inquieta que não foi ignorada pelo outro. Seus joelhos se encostam levemente fazendo uma pequena corrente elétrica percorrer pelos dois corpos não deixando claro se era a eletricidade de seus sentimentos ou apenas a peculiaridade de Midoriya se ativando por acidente.

O esverdeado reparou a cor meio avermelhada do rosto do mais velho e viu como sua mão se direcionou até seus cabelos enrolando os mesmos nos dedos. Ele sabia que isso era típico da timidez e do flerte. Uraraka e Tsuyu faziam isso o tempo todo com seus rostos corados de sentimentos novos de adolescente. Mas Aizawa não era um adolescente e isso não poderia significar o mesmo, não é?

No fim ele ignorou esse pensamento, e resolveu não acreditar que o homem tinha algum interesse nele, colocando isso como apenas uma mania. Com isso Midoriya sorriu para o homem e voltou a olhar para tv sem prestar atenção, ele encostou seus joelhos propositalmente e fez o mesmo com seus braços.

Passos de bebê para ficar mais próximo de sua paixão, mas isso no fim não significaria muito.

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Filmes de terror sempre eram enfadonhas para Midoriya, talvez porque ele achava que a realidade era muitas vezes mais assustadora, mas mesmo assim os outros meninos insistiram que deveriam assistir pelo menos um filme “assustador”. Para ele era apenas bobo, mas se transformou rapidamente em algo interessante quando ele sentiu o tremor do professor ao seu lado.

Um mini susto aconteceu e o homem pulou minimamente em seu lugar, quase imperceptível, mas o esverdeado não pôde deixar de notar.

Sua mão viajou de onde estava para a mão livre de seu professor e ele as apertou juntas e se aproximou mais fingindo temer a boneca possuída da tv. Ele sabia que o outro tinha percebido que seu medo era falso, mas ele não ligou para isso.

Ele ligou menos ainda quando Aizawa se agarrou em seu braço e escondeu o rosto em seu cabelo.

Filmes de terror não eram tão ruins afinal.

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Espero que tenham gostado. Obrigado por ler!!!!

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