Lembranças

78 17 58
                                    

Adrien on:

- Mas que porra é essa? - pergunto irritado.

- Parece que Hawk Moth vai dar uma festinha - Luka ri amargamente.

- Ele já não cansou de fazer todo mundo sofrer? - Plagg diz ainda tentando assimilar o que está escrito naquele pedaço de papel.

- Parece que não. - Luka diz. - Mas vai ter akumatizados lá então...

- É uma armadilha, quer que a gente saia das sombras, que enfrentemos ele cara a cara. - recupero o fôlego para falar - como da última vez...

- Mas ele trapaceou daquele vez, pode fazer denovo. - Plagg começa a andar em círculos pelo cômodo.

- O que a gente faz? - Plagg pergunta já com desespero na voz.

- Vocês vão.

Uma voz conhecida falou no meio da escuridão, não conseguíamos enxergar o seu rosto, mas quando ele anda mais um pouco e fica perto de nós, conseguimos identificar quem era o homem misterioso.

- M-mas Mestre Fu. - Luka gagueja - E se for uma armadilha?

- É uma, mas temos um plano, igual ele tem.

- É bom?

- Vai depender de vocês, se forem bons vai dar certo, mas se fracassarem, vão ser mortos. Treinei vocês a vida inteira pra isso. Vão querer ir?

- Por mim tudo bem. - digo. Não tenho mais nada a perder.

- Por mim também. - Luka diz enquanto coloca o gelo que o mestre tinha acabado de dar no seu rosto.

- Plagg? - Mestre Fu pergunta por não ter ouvido a resposta dele.

- Pode ser. - Diz entediado.

Plagg também perdeu muita coisa na última batalha, perdeu 2 amigos e a sua melhor amiga, quase irmã, a Mari...

Ele odeia o Hawk Moth, todos odiamos.

- Temos que perguntar para Tikki, ela está dormindo. - Plagg diz lembrando da garota.

- Perguntar o que pra mim? - Ela surge do nada, e faz com que eu, Plagg e Luka darmos um pequeno pulo, por conta do susto.

- Credo garota, quer matar a gente? - Luka fala enquanto está com a mão no peito tentando regular a sua respiração.

- Foi mal. - Seu olhar desvia para Plagg, sua bochechas coram e a dele também. - O-oi Plagg. - coloca uma mecha do seu cabelo atrás da orelha.

- O-oi Tikki - responde e coloca a mão na nuca por conta do nervosismo.

"Que cu doce esse dois ein"- penso.

Mestre Fu percebe o constrangimento na parte dos dois e sorri, um pouco travesso.

Ele explica tudo para Tikki, a mesma ficou pasma com a situação, mas no fim concordou em ir.

No fim do dia, estava na sala, sentado no sofá todo sujo e rasgado, mas era tudo o que tínhamos.

- Eai cara. - Kim diz enquanto senta ao meu lado no sofá.

- Eai. - respondo sem o olhar, mas quando faço isso vejo o seu rosto coberto de machucados. - Meu Deus tá todo mundo machucado hoje?

- Ah isso não foi nada demais.

- O que aconteceu?

- Eu fui na loja do seu Mariano, e encontrei uma garota lá, ela estava coberta com uma capa vermelha, não consegui vê se era uma akumatizada ou não. - diz enquanto tocava em seus machucados.

- Mas ela viu o seu rosto? - Pergunto preocupado. Se for um akumatizado que tem o poder de ler mentes, poderá saber onde a gente está, e não é uma ideia legal.

- Não, não, eu tava todo coberto, era impossível dela me ver, mas parece que conhecia Mariano, porque nem tentou atacar ele, deve ser uma sobrevivente.

- Menos mal. - suspiro aliviado - vou para o meu quarto, qualquer coisa é so chamar, boa noite - troco um aperto de mal com ele.

- Boa noite bro, vou pedir pra Rose dar um jeito nos meus machucados, colocar uns curativos e tals, e depois vou dormir, levei uma surra daquela garota, ela deve ser treinada.

- Ou apenas aprendeu a sobreviver. - digo indo em direção ao meu quarto.

Entro em meu quarto e me jogo na cama, ancioso para mais um dia acabar, não queria ter pesadelos essa noite, mas acabo tendo uma lembrança.

"Estava desviando do soco de um akumatizado, quando ouço Marinette me chamar.

Olho para trás e vejo ela sorrindo, tinha derrotado um akumatizado, pensou que tinha acabado, mas não, nunca acaba.

Copycat aparece e perfura o peito dela com uma adaga até chegar em seu coração, vejo seus olhos perdendo a vida, me olhando a todo instante, esperando que eu faça alguma coisa, que eu a salve. Mas não posso fazer nada, ela está longe de mim. Tinha uma barreira dividindo a gente, um muro, um muro que nos separa, sempre separou...

- MARINETTE! NÃO! - meus olhos já enchiam-se de água e rolavam pelas minhas bochechas, até atingirem o chão.

Poderíamos ter tido tudo.

Vi sua vida sair de seu corpo, e me lembrei de cada momento, cada risada, cada beijo cada eu te amo...

Tudo foi embora junto com sua vida, mas apenas uma coisa continuou, a fita verde amarrada em seu rabo de cavalo, que eu tinha dado a ela quando demos nosso primeiro beijo. Lembrava exatamente o que tinha dito a ela, palavra por palavra.

- Quero que guarde isso para você. - digo entregando uma fita verde para a garota em minha frente - Se acontecer alguma coisa comigo, quero que fique para você como recordação.

- Para Adrien, nada vai acontecer com você, prometo.

- Mas aceita, uma prova do meu amor. - me aproximo dela e enrolo a fita no fim de sua trança, ela é linda - Você é linda, e verde combina com você.

- O-obrigada - Gagueja, suas bochechas se coram, a deixando mais linda ainda.

- Promete sempre usar ela? - levanto o meu dedo mindinho, ela sorri e envolve o meu dedo com o seu.

- Prometo.

Ela sorri. Seu sorriso era belo MyLady.

Nos aproximamos, até sentirmos a respiração um do outro, roçamos nosso narizes, e por fim selamos nossos lábios em um selinho delicado, ela abre passagem para que a minha língua passe, exploro a sua boca e ela faz o mesmo, elas se enroscam em uma dança calma, mas sensual. Quando o ar faz falta, temos que nos separar, juntamos nossas testas, olhamos um nos olhos do outro, verde no azul, azul no verde, pupilas dilatadas, corações acelerados, se amavam muito, desde o momento que seus olhos se cruzaram pela primeira vez.

- Te amo. - disseram juntos, o que fez arrancar uma risada de ambos."

Nem percebeu quando chorava, sentia falta dela, queria superar, mas não conseguia.

Limpou suas lágrimas e tentou afastar essas lembranças, ela também tinha dado um presente para ele, um bracelete, seu talismã, eu fiz um para ela também, ela disse que iria guardar para sempre, a fita, o bracelete, e eu...
Guardar em seu coração.

Sorrio, sei que ela não iria querer me ver triste, eu faço isso por ela.

Outra coisa domina meus pensamentos, o baile, sinto que muita coisa vai acontecer, meu coração se acelera por algum motivo que não sei.

Meus olhos começam a pesar e me deixo cair em um sono profundo, mais um dia de sofrimento.

Pelo menos em seus sonhos, não precisava fingir que tudo estava bem.

E que ele estava bem...

A Cidade Da Luz E Da Escuridão Onde histórias criam vida. Descubra agora