As vezes me pergunto do por que ainda contínua nesse relacionamento. Estou noiva a exatamente sete anos, afinal Bragança nunca quis de fato se casar.
Ultimamente eu só tenho esperado pelo dia que ela vai chegar em casa do trabalho e dizer "Eu cansei, acabou!". Não vou ser hipócrita e dizer que não quero ela, pois eu quero e muito.
Mas uma hora ou outra eu vou ter que deixá-la ir.
Me levanto da cama e caminho até a grande janela do meu quarto, passava das duas da manhã e ela ainda não tinha voltado para casa. Coisa que acontecia nos últimos messes, nosso relacionamento esfriou o trabalho e filhos acabou nos consumindo.
Filhos, Luka e Alice. Eles são os motivos de eu ainda tentar.
- Mirella?.- Me assusto ao escutar a voz de Bragança parada ao lado da cama de casal tirando seu blasé.
-Oi.- Respondo fria, volto a olhar pela janela. Gostava de observa o movimento das ruas de São Paulo.
-O que faz acordada? Está tarde.- Suspiro ao perceber sua aproximação, Bragança me abraçou pela cintura colocando seu queixo em meu ombro.
-Estou sem sono.- De fato não era uma mentira, a insônia se fazia presente naquela noite fria.
-Toma banho comigo?.- Perguntou baixinho me apertando contra seu corpo.- A gente precisa conversar, meu bem.- Sinto um frio na barriga ao ouvir aquelas palavras, porra eu não estava preparada.
-Tudo bem.- Sussurro, Bragança deixa um beijo em minha bochecha antes de se afastar e oferecer sua mão em um pedido mudo para que eu a segurasse.
Segurei sua mão entrelaçando nossos dedos, talvez eu só estivesse tentando aproveita todas as emoções que ela me causa pela última vez.
Caminhamos em silêncio até o banheiro deixei que ela me guiasse, Bragança abriu o chuveiro e parou na minha frente. Com calma ela retirou sua blusa social e logo em seguida sua calça, ficando apenas de calcinha e sutiã branco.
Ela me olhou nos olhos antes de levar a mão até a barra da minha camisola preta de seda.
-Posso?.- Um fato que me fez se apaixonar por Letícia Bragança, o respeito que ela sempre teve comigo e as demais pessoas.
Apenas concordei com a cabeça e assim ela fez, sem para de olhar em meus olhos. Me deixando somente com uma calcinha preta.
-Eu amo você, Mirella.- Sua fala me pegou completamente de supresa, me deixando sem reação. Bragança se ajoelhou na minha frente.- Posso tirar sua calcinha?.- Sorri.
-Pode.- Bragança me olhou sorrindo e antes de retirar minha calcinha ela deu um beijinho na minha barriga.
Logo Bragança ficou em pé outra vez, terminando de se despir. Primeiro ela entrou embaixo do chuveiro e eu aproveite aqueles dois minutinhos para observar seu corpo, Bragança era uma mulher de tirar o fôlego.
Logo ela esticou a mão em minha direção onde outra vez fiz questão de entrelaçar nossos dedos.
Em poucos minutos estávamos completamente molhadas com os corpos colado um no outro, dedos entrelaçados e testas coladas.
-Me desculpe.- Ela pediu em um sussurro, foi a única coisa dita durante todo o banho, não teve beijos não teve segundas intenções. Só teve cuidado, carinho e um terrível gostinho de última vez.
Saímos do banho alguns minutos depois, se trocamos uma na frente da outra. Coloquei um blusão velho e uma calcinha branca. Bragança optou por uma calça de moletom e uma camiseta branca.
Caminhamos em silêncio até a varanda do nosso quarto, onde tinha um sofá de dois lugares e um cobertor.
Sentei de um lado e Bragança do outro.
O silêncio permaneceu, eu não tinha coragem de falar nada e ela parecia longe em seus pensamentos.
Tudo que eu queria era dizer "por favor, fica comigo", "por favor, não vai embora" ou "por favor, não me deixa".
Mas como todo começo tem necessariamente que ter um fim, o nosso também chegou, eu sinto.
-Minha garota... Isso nunca vai dar certo.- Foi as primeiras palavras ditas por ela, agora com seus olhos presos nos meus eu podia ver as lágrimas escorrendo livremente pelo seu lindo rosto.
-Defina "isso".- Preço em um sussurro já sentindo minhas próprias lágrimas se fazer presente. Bragança respira fundo e segura minhas mãos.
-Nós duas, juntas ou separadas. A gente não nasceu pra ser esses casais que se amam e se querem por perto. A gente não nasceu pra ser um casal.- Senti um nó na minha garganta ao ouvir suas palavras. A gente não nasceu pra ser um casal.
-E o que somos?.- Abaixo a cabeça, não queria de fato ouvir sua resposta.
-Voltamos a ser duas estranhas novamente, só que agora, somos estranhas com memórias.
Foi ai que eu desabei, tava doendo muito. Levo as mãos ao meu rosto tentando para de chora em vão, sinto seus braços rodeando meu corpo onde me deixei despencar de vez.
Eu precisava tanto dela, precisava tanto que ela ficasse. No entanto eu nunca ia obrigar alguém ficar.
-Não vai embora, por favor...- Essa é a minha última súplica.
-Eu amo você, amo muito Mirella.- Me afasto do seu corpo para olhar em seus olhos. - Amo como nunca amei outro alguém, porra você me deu as duas pessoinhas mais importante do mundo para mim. Mirella Fernandez a gente sempre vai tá ligadas pois somos mães dos nossos solzinhos.- Bragança sorriu e foi impossível não sorrir junto, Alice e Luka era a melhor "coisa" que demos uma para a outra.
-Você sempre vai ter um lugarzinho no meu coração. Levo minha mão até seu rosto limpando suas lágrimas.
-Você sempre vai ter um lugarzinho no meu.- Sorrimos juntas. -De qualquer forma, obrigado por ser uma das minhas lembranças mais bonitas.
O silêncio se fez presente outra vez, ainda dói e muito.
No entanto estávamos sentadas na varanda do quarto que costumava ser nosso, sendo completamente sinceras, sem mágoa, mentiras ou traição. Simplesmente colocando um ponto final em uma linda história de amor que tivemos o prazer de vivenciar juntas.
Eu acredito que tudo acontece por um motivo. As pessoas mudam para que você possa aprender a deixá-las,e as vezes coisas boas dão errado para que coisas melhores possam dar certo.
-Eu posso dormir uma última vez com você e as crianças?.- Aquela perguntou me pareceu tão boba, é claro que ela podia.
-Vamos buscar nossos solzinhos?.- Me levanto esticando a mão para ela que aceita de imediato.
Caminhamos em silêncio até o corredor que dava para os quartos.
-Vou pegar a Alice.- Bragança anúncio.
-Já encontro vocês.- Sorrio e caminho até o quarto de Luka, meu menino estava todo jogado na cama dormindo. Luka era a cópia de Bragança e Alice era a minha cópia, cabelos castanhos e olhos castanhos. Fruto de uma fertilização in vitro.
Bragança consegiu fica ainda mais linda com o barrigão, carregando o nosso menino.
Com cuidado peguei Luka no colo, o que foi um pouco difícil visto que ele já estava com seus seis anos.
Caminhei de volta para o meu quarto onde Bragança já estava deitada com Alice sobre seu peito que dormia pesado. Coloquei Luka com cuidado na cama e logo em seguida me deitei ao seu lado, cobrindo nossos corpos.
-Eu vou sentir saudade de dormir assim, com vocês. Escuto Bragança sussurra. Me arrumei na cama me deitando de lado e com uma mão apoiada com o cotovelo na cama apoiei meu rosto para olhar para Bragança.
-Vamos sentir também.- Respondo sorrindo para ela que retribuiu. Olho uma última vez para seu rosto antes de me jogar ao lado de Luka lhe abraçando.- Boa noite, Bra.
-Boa noite, Mi.
1/4
VOCÊ ESTÁ LENDO
Acaso - Sterella
FanfictionEu acredito na teoria de que NADA é por acaso. Ninguém esbarra em outro alguém do nada, sempre tem um propósito para aquilo. E conhecer Stéfani Bays foi o melhor acaso que aconteceu na minha vida. ALERTA CLICHÉ PESADOOO Todos os créditos são da: @...