love me tender (adaptação)

parte 21

A primeira noite foi um pouco estranha, apenas devido ao fato de que eu estava incrivelmente nervosa por algum motivo. Não é como se fosse minha primeira vez aqui, até Fiddle me cumprimentou como uma velha amiga.

Mas o passeio pelo apartamento foi diferente dessa vez. Menos 'então aqui está o banheiro' e mais 'aqui estão algumas toalhas que eu coloquei para você'.

Sem mencionar chegar ao quarto e ver que elu esvaziou algumas gavetas para que eu não tivesse que viver da minha mala. E, claro, havia a cama. Isso também não foi a primeira vez, já que passamos a noite juntes no meu hotel.

Mas uma cama de hotel e a cama de Kai são duas coisas muito diferentes. Elu se ofereceu para ficar no sofá, mas parecia bobo, então eu recusei.

Foi só quando levamos Fiddle para dar uma volta pelo bairro que comecei a relaxar e ficar mais confortável com toda a situação. A conversa foi fácil, como sempre, e o ar fresco também fez maravilhas. Quando chegou a hora de dormir, eu nem pensei duas vezes em rastejar para debaixo das cobertas ao lado de Kai.

Elu leu alguns capítulos de um livro enquanto eu adormecia rapidamente, me sentindo segura e protegida.

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Eu acordo com o som de uma respiração ofegante próximo ao meu ouvido - um som que eu definitivamente não estou acostumada, então isso me assusta por um segundo enquanto eu me oriento. Ao abrir os olhos, a realidade chega e lembro onde estou.

Virando a cabeça, sou recebido por um Fiddle muito feliz que está sentado ao lado da cama com a cabeça no meu travesseiro.

A visão adorável me faz rir e eu coço sua cabeça entre suas orelhas.

-Bom dia para você também.

Eu sorrio e me sento na cama. Minha cabeça dói um pouco, mas é uma dor incômoda com a qual me acostumei. O lado da cama de Kai está vazio e por um momento me pergunto se elu já foi para o laboratório. Mas então eu ouço - o zumbido melódico vindo da cozinha.

Já aprendi tantas coisas sobre Kai e até agora, está tudo bem. Como o fato de que elu têm uma enorme coleção de livros e gostam de ler antes de dormir. E que elu fala com Fiddle como se ele fosse humano e às vezes até respondem por ele, o que é engraçado e fofo.

E que elu vai ficar com a mesma música presa na cabeça por dias e cantarolar constantemente sem perceber.

Tenho quase certeza de que também já ouvi essa melodia antes, mas não tenho inclinação musical, então não saberia a diferença de qualquer maneira.

Eu saio de debaixo das cobertas e faço a cama, Fiddle ajudando no processo, recuperando o único travesseiro que elu aparentemente usa como decoração.

Vou até o banheiro e paro na frente do espelho, tentando alisar meu cabelo bagunçado antes de escovar os dentes e lavar o rosto. O corte de cabelo não está me fazendo nenhum favor, mas felizmente posso esconder a ferida com cabelo.

Caminhando de volta para o quarto, olho para meu short e camiseta e decido não trocá-los. Não é como se eu realmente estivesse planejando ir a qualquer lugar de qualquer maneira.

Com Fiddle ao meu lado, saímos da área do quarto através da engenhoca porta deslizante na parede que faz com que pareça uma sala separada, sem que tecnicamente seja uma.

Kai se vira para nós, com um grande sorriso no rosto.

-Bom dia, dorminhoca. Falando nisso, como está a cabeça?

Fiddle já tomou seu café da manhã e vai até a tigela meio vazia de ração para lanchar mais enquanto eu me sento na ilha da cozinha.

-Bom dia.
Eu respondo, sorrindo com o entusiasmo delu.

-Estou bem, pare de se preocupar.

Eu acrescento, nem me incomodando em mencionar a pequena dor que está sempre lá. Isso é de se esperar após a cirurgia no cérebro de qualquer maneira.

-Eu não sabia se você é uma mulher do tipo café da manhã salgado ou doce, então... eu fiz ovos e bacon e também waffles e frutas.

Kai diz, voltando sua atenção para o fogão onde eu posso ver tiras de bacon cozinhando.

Olho em volta, notando uma tigela com algo que parece massa e uma máquina de waffles ao lado.

-Espere, você fez waffles? Você não quer dizer apenas que você os tirou do plástico e os jogou em uma torradeira?

Kai vira seu olhar para mim com isso, não sorrindo mais.

-Estou falando muito sério sobre meus waffles.

Elu diz com uma cara séria antes de um pequeno sorriso irromper novamente, me fazendo rir.

-Quem é você...

Eu digo, mais para mim do que qualquer coisa. Acho que é bom que um de nós saiba cozinhar, já que sou um desastre na cozinha a maior parte do tempo.

-Isso é uma pergunta retórica ou você está tendo amnésia de sua cirurgia?

Kai sorri, trazendo a panela e deslizando alguns pedaços de bacon em um prato. Quase me sinto culpada por ficar ali sentada inútil, mas também não parece que tenho nada para fazer, já que a ilha da cozinha já está cheia de comida.

-Eu acho que seu nome era Kai... alguma coisa?

Eu brinco, pegando um waffle. Quem disse que não posso fazer primeiro doce e depois salgado. Além disso, eu absolutamente tenho que experimentá-los, já que elu os fez do zero. Para mim. O pensamento ainda me confunde.

-Eh, bom o suficiente.

Kai dá de ombros com um olhar divertido e coloca uma xícara de café na minha frente. Eu nem preciso perguntar para saber que é feito do jeito que eu gosto. Mesmo que eu seja sempre a única para trazer cafés, Kai também tem minhas preferências memorizadas.

As delu são meio difíceis de esquecer, porque não conheço uma única pessoa que tome café com quatro colheres de açúcar.

Eu olho para a seleção de frutas, tentando chegar a uma combinação vencedora para o meu waffle quando Kai caminha ao redor da ilha e vira o banco giratório do bar para me encarar.

Eu sorrio com expectativa enquanto elu se inclina e seguram meu rosto, me beijando sem sentido. Minha cabeça fica tonta por um momento e o coração acelera e eu os puxo para mais perto, apreciando seus lábios completamente.

Fiddle se pressiona entre nossas pernas e eventualmente nos separamos enquanto rimos de seu ciúme repentino.

-Agora é assim que você começa um bom dia.

Kai sorri, sentando-se ao meu lado, propositalmente ajustando o banco para ficar mais perto do meu.

-Bem, sim... Você beija muito bem, mas essas framboesas são as verdadeiras vencedoras para mim.

Eu as provoco, pegando a fruta. Eu decidi por uma combinação de frutas vermelhas para o meu waffle e é exatamente isso que está faltando.

-Só por isso, vou comer todas.

Kai balança a cabeça, fingindo-se ofendido com a minha declaração. Elu tira as framboesas do meu alcance e eu rio, tentando roubar algumas para mim e obviamente falhando porque sou pequena em comparação a elu.

Kai ri de mim, finalmente cedendo e colocando a caixa no chão.

-Eu aceito um acordo. Uma framboesa por um beijo.

Elu diz então, parecendo muito satisfeitos consigo mesmos.

-Parece bom.

Eu aceno, pegando a caixa e despejando o conteúdo no meu prato. Afinal, dois podem jogar este jogo. Segurando minha parte do acordo, eu me inclino para beijá-lo novamente. Um bom dia mesmo.