Mais Tua que Minha

Renúncia

Barbara Pov

Terminei de gravar o filme e no inicio eu estava feliz por finalmente ter um tempo livre, mas depois isso não me pareceu uma boa idéia.

Eu não conseguia desgrudar do celular esperando uma notificação de Maca, cada dia que passava sem saber dela me doía e o pior é que eu tinha que me conformar com o pouco que via nas redes sociais.

Eu quis falar com ela mil vezes, mas não queria incomodá-la até porque no fim foi eu quem tomou aquela decisão e ainda que eu me sentisse uma idiota e covarde por tê-la deixado eu devia respeitar seu espaço.

Como se fosse pouco ela parecia estar cada vez mais linda nas fotos, sempre rodeada de pessoas importantes, inclusive teve algumas que ela aparecia ao lado do árabe de dois metros. O medo de que ela me esquecesse ou deixasse de me querer começou a me deixar inquieta, até que cansei dessa sensação de impotência e decidi sair do buraco que estava e colocar em pratica uma espécie de plano de libertação. Para isso a primeira coisa que fiz foi continuar procurando um apartamento para me mudar.

Percorri a cidade e depois de alguns dias de busca encontrei o ideal, sem pensar duas vezes assinei os papéis e em aproximadamente duas semanas pegaria as chaves. De certa forma isso fazia com que eu me sentisse mais independente, fazia tempo que eu precisava disso urgentemente. Eu já não iria precisar avisar a hora que iria chegar, ou onde estava e nem com quem saía.

O próximo passo no meu plano era falar com a minha agência, tinha que encontrar uma maneira deles afrouxarem as correntes que tinham sobre mim, isso estava me afundando. Assim que agendei uma reunião com Mila e Jorge, ele é o gerente de talentos. Desta vez eu não iria me calar, tinha que recuperar a minha paz e precisava recuperar a minha namorada.

Maca POV

Quando desci do avião no aeroporto de Mar Del Plata a umidade e o frio característico acertaram em cheio cada fibra do meu corpo, respirei fundo tentando encher meus pulmões com o ar do lugar onde eu cresci e que agora fazia com que eu me sentisse tão estranha.

Caminhei até a esteira de bagagens do aeroporto e esperei pela minha mala que parecia que não iria chegar nunca, quando finalmente peguei a minha bagagem em mãos caminhei até a saída.

-Aí está a minha garota! _gritou uma voz grave e muito familiar atrás de mim.

Virei-me com um sorriso no rosto e lá estava a minha família, meus três amores sorrindo de orelha a orelha.

Automaticamente soltei a minha bagagem e me joguei nos braços do meu pai, o homem me levantou com um braço sem nenhum esforço, beijei a minha mãe que tinha os olhos marejados como sempre que volto para casa e despenteei os cabelos de Santi, era engraçado mas sempre que eu o via parecia que havia crescido mais.

-Senti tanta saudades, vocês me fizeram tanta a falta. _forcei um sorriso e brinquei com os cordões do moletom preto que eu estava usando.

Minha mãe me puxou para ela e me imobilizou em um abraço apertado no qual se uniram meu pai e meu irmão.

-E nós sentimos a sua falta meu amor. _disse minha mãe sem se soltar do abraço grupal.

-Mas... O que vocês estão fazendo com a minha melhor amiga? _uma voz conhecida se aproximou das minhas costas e colocou seu queixo no meu ombro.
-Sim... sim... eu também amo vocês. _exclamou e se afastou.

Uma mulher magra, de cabelos pretos, óculos de sol, um coque alto, roupa esportiva, moletom cinza, uma garrafa térmica debaixo do braço e um copo de mate, ela me sorriu de orelha a orelha antes de começar a procurar algo ao meu redor.