Capítulo 4

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Caminhamos até o barzinho num clima leve e divertido. Lia e Tatá faziam questão de que não as tratássemos como se fossem "intocáveis", mas sim como verdadeiras amigas, e era isso que estava conhecendo.

Pietra andava do meu lado de mãos dadas e eu tentava ignorar as borboletas enlouquecidas no meu estômago, mas isso se tornou impossível quando viramos o tópico da conversa.

- E esse casal aí, vai sair quando? - Lia brincou.

- A gente se conheceu hoje. - Respondo.

- E precisa de mais pra ter beijo na boca? Uma oportunidade basta. - Um garoto de cabelo verde, que se eu não me engano se apresentou como Pedro, disse.

- Calma, calma, a gente vai no nosso tempo. - Foi a vez de Pietra nos defender.

- Acho que sai beijo antes do fim da noite. - Tatá aposta.

- Por isso eu também estou torcendo. - Pietra fala me jogando um sorriso e a única coisa que eu consigo fazer é sorrir de volta.

Quando chegamos no barzinho percebi que provavelmente ele foi escolhido a dedo, não pela proximidade ou por ser mais vazio como eu estava pensando, mas por ser um bar sáfico. E automaticamente me senti aliviada por isso.

Por ser fim de semana, obviamente o lugar estava lotado. Nossa sorte foi que como algumas pessoas que estavam lá na livraria tinham vindo antes, elas tinham guardado lugar, então conseguimos ficar numa mesa confortável lá dentro.

- O que você gosta de beber? - Pietra me perguntou quando um garçom chegou a nossa mesa.

- Não sei. - Respondo com uma certa vergonha. - Não costumo beber.

- Mas você quer? - Ela pergunta e eu concordo. - Tá, acho que sei do que você pode gostar.

Todes da mesa fazem seus pedidos e então voltamos a conversar. Era fofo de ver como a Lia estava genuinamente interessada pelas nossas histórias, das mais "bobas" as mais profundas. Com seu jeitinho ela faz com que todo mundo se sinta importante e seguro. Tá ai outra coisa que eu nunca esqueceria.

As bebidas chegam e Pietra pega um chope pra si e uma bebida rosa que me entrega.

- O que que é?

- Batida de vodka com morango. Pedi pra eles colocarem pouco álcool, então não deve estar muito forte.

- E eu aqui pensando que você queria me embebedar pra dar o troco por eu ter te seguido feito uma louca.

- Talvez no nosso segundo encontro, doida. Hoje quero você sobrea. - Ela fala e eu dou um gole na bebida pra disfarçar a vergonha. - Tá gostoso?

- Docinho.

- Que bom. - Ela fala baixinho passando a mão pelo meu rosto.

- Quanto eu tenho que te dar depois?

- Nada.

- Pietra...

- Não quero seu dinheiro. Agora se você quiser me pagar de outra forma é outra história. - Ela diz a última parte sussurrando no meu ouvido.

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