Teu declínio

2.2K 230 449
                                    


Eu podia ver meu reflexo pelo espelho logo à minha frente. Podia ver como minhas sobrancelhas estavam franzidas e meus lábios entreabertos, formando uma expressão que transbordava luxúria. Eu estava apoiado em meus cotovelos, com o quadril bem empinado e meu chefe entre as pernas. Podia observar como seu rosto se afundava entre minhas nádegas pelo espelho, e sentia sua língua me proporcionar sensações maravilhosas que não me davam descanso. Minha garganta estava seca de tanto gemer, mas aquilo não me impedia de continuar. Ele me lambia com tanto gosto que tornava as coisas ainda mais prazerosas. Nunca havia tido ninguém que quisesse me comer tanto quanto aquele homem, e estava tirando total proveito disso.

Meus dedos já estavam dormentes de apertar o lençol com todas as minhas forças, e minhas pernas tremiam feito gelatina. Yunho amassava minha bunda com as mãos, numa massagem firme, enquanto lambuzava minha entrada com sua saliva. Minha testa suava e eu estava prestes a entrar em combustão quando ele decidiu se erguer, ficando de joelhos sobre a cama.

– Olha pra você. – Disse, lambendo os próprios lábios. Me encarava através do espelho, com sua típica expressão de superioridade. – Está tão desesperado.

Meu quadril havia desabado sobre o colchão, e obedecendo seus comandos, me analisei atentamente. Estava uma completa bagunça.

Ele engatinhou sobre mim, chegando perto o suficiente para que pudesse agarrar meus cabelos com brutalidade, virando minha cabeça para o lado de modo que eu visse seu rosto à centímetros de distância. Então, passou a me beijar com paixão. Seus beijos eram sempre intensos e me tiravam o fôlego, e ele não perdia uma oportunidade para tocar meus lábios com os seus. O ósculo era muito importante para ele e eu podia notar, devido às suas constantes iniciativas para iniciá-lo. Era quase como uma forma de me consolar, de pedir desculpas pelas palavras duras que soltava contra mim.

Após encerrar o beijo, passou a selar minha bochecha, uma, duas vezes, para deixar um último beijinho atrás de minha orelha. Eu devia gostar disso, e de fato gostava tanto que chegava a odiar. Não queria interpretar esse carinho de um jeito que não devia, passando a nutrir sentimentos que sabia que não seriam correspondidos. Seus dedos em meus fios diminuíram o aperto, passando a acariciar meu coro cabeludo numa massagem gostosa. Ele estava me dando uma pausa das sensações tão intensas que estava recebendo por vários minutos. Já havia chegado ao ápice uma vez, e meu pênis dolorido implorava por um descanso.

– A sua bunda tá tão maltratada, Mingi. – Ele disse, rente ao meu ouvido. – Sua pele é sensível demais, eu só dei alguns tapinhas.

E para confirmar suas palavras, estapeou a nádega direita mais uma vez, fazendo meu corpo inteiro estremecer pela sensação eletrizante. Ao contrário do que fazia parecer, seus "tapinhas" eram firmes e ele colocava uma força moderada. Não havia nada de leve neles.

– Você gosta de ser tratado como um vagabundo, é? – Perguntou, e eu sabia que ele estava indo além do que era acostumado para me agradar. Ele procurava o que dizer somente para ver minhas reações exageradas. – Responde, idiota.

– Eu gosto por que é você.

Disse, manhoso, com os olhos fechados por ter os outros sentidos aguçados demais. Porém, curioso pelo seu silêncio, o observei pelo reflexo, dando graças a todos os deuses por ter feito isso. Ele estava sorrindo. Um sorriso malicioso, orgulhoso e quase divertido. Ele havia gostado do que tinha ouvido e a sua expressão era incrivelmente linda. Estava hipnotizado na forma como ele só parou de sorrir para encostar os lábios em meu ombro, selando o local, não estando ciente do fato que eu o observava com total atenção.

Ele deixou um chupão na área, seguindo para a linha de minha coluna, onde colocou a língua para fora e acariciou toda a região de forma superficial, fazendo meu corpo se contorcer ao longo do trajeto. Ele parecia sentir prazer em me dar prazer, e se eu tivesse percebido que ele estava desconfortável em qualquer momento, teria invertido as posições e o acariciado com louvor. Porém, toda vez que eu fazia menção de me levantar, ele me segurava no lugar, como se dissesse que estava tudo bem eu ficar ali, só recebendo seus carinhos.

insolente - yungiOnde histórias criam vida. Descubra agora