3. Brigadeiro e Mousse de Maracujá

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Haviam se passado um mês desde que Aether chegou drasticamente na vida de Xiao. Nesse mês, o emo raivoso descobriu diversas peculiaridades do seu novo colega de apartamento, tais como: Aether tinha uma mania feia de deixar fios de cabelos loiros grudado no pente após escovar o seu enorme cabelo e a outra era que esse mesmo imbecil — apelido carinhoso concedido por Xiao — acordava sempre o mesmo horário para brincar com Paimon — a gatinha de pelagem amarela que Xiao teve a obrigação de adotar quando foi novamente ao estabelecimento de Aether.

O problema não estava em o loiro se divertir com a felina. Não mesmo. Jamais. Na verdade, Xiao agradecia por Aether ser tão ativo e ter disposição de sobra para brincar com Paimon, isso apenas acrescentava as horas de descanso que o emo tinha para descansar. O problema estava no horário em que Aether acordava.

Todos os dias, às cinco e meia da manhã.

Aether mimava Paimon como se fosse uma filha humana de verdade. Trazia diversos brinquedos para gatos, rações das mais caras, roupinhas, coleirinhas, fotos diárias a cada segundo que a gata parecia ser mais dele do que do Xiao. Lógico que o Yaksha gostava da gatinha que adotou, entretanto, com a atenção excessiva que Aether dava para Paimon, Xiao achou inútil fazer a mesma coisa.

Tinha medo que um dia a gata se estressasse e desse na cara de ambos. Ou então, algo pior. O emo já fazia seu papel de pai com cafunés e limpando as fezes do seu animalzinho de estimação.

Hoje é sábado. O primeiro sábado do mês. Como o relógio marcava sete e meia da manhã, Xiao parou de lutar contra a preguiça e Paimon — a gatinha travessa que havia invadido seu quarto e deitado em cima do seu rosto, quase mantando o rapaz asfixiado. — e resolveu se levantar contra gosto. Afinal, era final de semana, sábado e domingo são os dias automaticamente proibidos de qualquer alma viva acordar antes do meio-dia.

Só que lembrou de uma frase diária que constantemente era dita por Aether: "Minha mãe falou para mim que não sou todo mundo. Então, vou quebrar as regras!"

E o maldito imbecil fazia questão realmente quebrar todas.

Xiao teve que arrastar seu pequeno corpo para dentro do banheiro. Molengo, pegou a escova de dentes no seu tempo e a pasta para escovar, enquanto Paimon que também estava em cima da pia bebia a água da torneira que seu dono deixou escorrer solta.

Uma escovada no cabelo, duas, três... Cada vez que Xiao mexia seu corpo mais forte a vontade de correr para o quarto e dormir novamente aumentava. Sequer tentou passar uma base ou um corretivo para esconder as olheiras de baixo dos olhos. O plano do dia era: passar o dia todo em casa, específicamente no sofá, gastando tempo atoa na procura de uma boa programação e se irritar por ter apenas futebol e fofocas, então tecnicamente não precisava de maquiagem para isso. Não iria sair. E Aether estava mais do que acostumado com o seu rosto natural.

Falando na desgraça... Uma leve onda de curiosidade cobriu Xiao. Onde estaria o garoto de cabelos loiros trançados?

Pensar nele era estranho. O seu coração dava pequenos pulos. Xiao questionava se isso seria sua ansiedade atacando, afinal, mesmo morando um mês com o loiro, o conhecia tão pouco. Coisas novas assustava Xiao.

"Aether! Você vai se queimar!" gritou uma voz feminina.

Oi?

Xiao se olhou no espelho, pensativo. Esse grito não viria do seu apartamento, viria? Ele não tinha contato com ninguém que tivesse uma voz feminina. E não poderia ser sua mãe. Ela o odeia suficiente para não vir visitá-lo.

Paimon olhou para o seu dono cheia de dúvida. Isso fez que o Yaksha descesse correndo as escadas na procura do loiro, que felizmente, encontrou na cozinha com uma garota.

12 Motivos [XIAOETHER]Onde histórias criam vida. Descubra agora