Capítulo III

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Claire entrou na cozinha e foi direto para a cafeteira

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Claire entrou na cozinha e foi direto para a cafeteira. Um café extraforte puro desceria como uma iguaria naquela manhã. Ela costumava gostar bastante de tomar cerveja antes de conhecer Frank Randall, mas essa, como tantas outras áreas da sua vida mudaram com a chegada dele. Frank só bebia vinho, uísque, brandy e outras bebidas com rótulos caros. Isso explicava a dor que latejava em suas pálpebras, falta de costume.

— Ressaca? – Lamb perguntou, observando de esguelha a sobrinha encher sua segunda xícara de café, enquanto terminava de revirar alguns ovos na frigideira.

Claire se aproximou, rodeando a mesa e dando um beijo no rosto do tio.

— O senhor me conhece tão bem.

— E sei que apenas um bom café da manhã inglês tradicional pode te curar depois de uma bebedeira. – Lamb sorriu na direção de Claire, tirando os ovos da frigideira e colocando-os nos pratos sobre a mesa. — Você podia ter convidado o seu velho tio para beber com você, meu anjo.

Os dois sentaram-se a mesa, com seus pratos.

— Jenny me convidou, eu não soube recusar.

Lamb deixou escapar uma expressão de surpresa que se dissipou tão rápido quanto surgiu, com um sorriso, ele retorquiu:

— Ninguém consegue recusar nada a Jenny.

Eles comeram em silêncio, exceto por uma ou outra interrupção para falar sobre um dos documentários que seu tio amava na TV a cabo e alguma notícia do dia anterior. Claire aproveitava o raro momento de descanso para saborear o fry up inglês que apenas o seu tio sabia fazer. Apenas quando estava terminando de comer suas torradas, seu tio voltou a falar.

— E como está aquele seu namorado? Fred Randall?

Claire revirou os olhos. Lamb viu Frank apenas uma vez, mas foi o suficiente para que ele criasse uma aversão ao diretor de cinema.

— Frank está ótimo. Obrigada por perguntar.

Lamb soltou um resmungo e se levantou, recolhendo os pratos e colocando-os sobre a pia.

— E podemos começar a planejar o casamento em breve? – ela podia sentir a ironia contornando cada palavra.

— Precisamos mesmo falar sobre isso, tio? – Claire suspirou, passando as mãos pelos cabelos despenteados, tentando colocar ordem na nuvem de cachos. — Frank e eu temos uma boa relação, minha carreira está no seu melhor momento. Não podemos deixar as coisas como estão? Sem complicações desnecessárias?

Uma verdade sobre Claire é que ela detestava se sentir pressionada e a outra é que ela gostava de Frank, mas não se sentia pronta para oficializar seu relacionamento com ele.

Os dois tinham se conhecido por volta de cinco anos no festival de Cannes quando foram apresentados por um amigo em comum do meio artístico. Enquanto Claire começava sua carreira, Frank já era um diretor de cinema veterano, cheio de contatos e projetos. Ele era mais velho do que ela; estável, comprometido com seu trabalho, seguro de si e com grande bagagem cultural. Em resumo, era o pacote perfeito para uma novata, cheia de estrelas nos olhos e antecipação no coração. Após alguns encontros, regados a vinho caro, música clássica e sexo satisfatório, ainda que previsível, os dois já eram um casal.

'Tis the damn season (Jamie/Claire)  Onde histórias criam vida. Descubra agora