Quarta feira
10:25 amJade💖
É horrível você acordar um dia com a notícia de que sua mãe está morrendo aos poucos, ainda não me conformei com isso.
Eu trabalho dia e noite desde novinha pra sustentar a casa e pagar os remédio da minha mãe, fazia balé desde os 7 anos de idade e tive que parar agora aos 20 por conta que tive que arranjar mais um emprego pra cuidar da casa e a minha mãe ficar descansando.
Ainda faço uns bicos aqui pelo o morro, trabalho em uma loja de roupas no asfalto de segunda a sexta o dia todo e fins de semana eu trabalho com garçonete de uma pizzaria no turno da noite.
As vezes o seu erivaldo me chama pra trabalhar no bar dele, mas é super pouco, eu recebo uma grana boa onde da pra pagar as contas de casa, fazer compras e pagar os remédios da minha mãe todo mês.
Antes era eu, minha vó e minha mãe, mas a minha vó morreu no início do ano passado devido a um tumor no cérebro, ela foi para a praia com a gente, fomos banhar na água e ela estava tomando um sol deitada na cadeira de bronze quando do nada ela parou de respirar, o tumor estorou dentro da cabeça dela.
Aí eu perdi minhas forças, meses depois que fomos no hospital para um exame de rotina acabamos descobrindo um câncer e aí começou tudo de novo, o medo de deixar ela sozinha, de chegar em casa e não ver ela respirando, tenho medo de tudo.
Meu pai? Esse me abandonou no parto, ele acabou trocando a minha mãe por outra mulher, então eu nunca o conheci e nem quero.
Eu sou bailarina, não sou formada pois parei de estudar na escola de balé pois não tinha mais dinheiro pra isso, o dinheiro daqui se concentra mais na minha mãe e nas contas de casa, não posso me da o luxo de pagar quase dois mil reais na escola mesmo sendo o meu sonho.
Moro no morro do vidigal desde quando descobrimos o câncer, tivemos que comprar uma casa pequena aqui, tem dois quartos um banheiro no corredor, a lavanderia, sala, cozinha americana.
Tivemos que mudar tudo, até nosso modo de viver, não me arrependo de nada, eu luto e trabalho por ela agora é só nos duas.
Jade: mãe? - gritei da lavanderia para a mesma que estava na sala.
Deusa: oi minha filha? - ela veio até a mim, era horrível ver ela desse jeito seus cabelos caindo aos poucos.
Jade: sabe aonde tá aquela calça leggin preta?
Deusa: mas oh menina lesada, eu deixei em cima da sua cama Jade - ela disse cruzando os braços.
Jade: a senhora ta bem?
Deusa: to sim filha - minha mãe tem 36 anos, me teve novinha ainda, ela não é feia e nem parece ter uma doença, no momento ela está usando aqueles panos na cabeça pois seus cabelos estão caindo.
Jade: eu vou terminar o almoço e vou me arrumar pra ir pro trabalho tá bom?
Deusa: tá bom minha menina - ela voltou pra sala ligando a TV
Karol: tô entrando suas gostosas - a Karol que iluminava nossos dias com suas brincadeiras bestas
Deusa: essa casa tem dona bandida - minha mãe disse jogando uma almofada em direção a Karol enquanto eu ria.
Karol: eu moro aqui vagaba, me respeita- ela disse jogando a almofada de volta
Deusa: me respeita que eu tranco essa porta que tu não entra mais não viu Satanás
Comecei a rir enquanto cortava as verduras do feijão e colocava o arroz e o macarrão no fogo.
Optei por fazer arroz, feijão, macarrão, farofa de calabresa e cuscuz e bife.
Jade: vai querer comer aqui Karol?
Karol: sabe que nem precisa perguntar né
Deusa: passa fome essa gorda.
Karol: passa fome não, me respeite, eu sou é gostosa.
Jade: eu mereço as duas - falei rindo, a Karol é uma morena de cabelos cacheado dois anos mais velha que eu, conheci ela assim que cheguei no morro.
Karol: bailarina?
Jade: oi mulher?
Karol: bora pra um churras esse fim de semana?
Jade: tá louca Karol? Eu tenho que ir trabalhar pra comprar os remédios.
Deusa: você quer morrer trabalhando jade? Vai menina, se diverte
Karol: num é amiga, um dia não vai te fazer mal não
Jade: so quer ir por quê o dv vai esta lá né?
Karol: também- ela disse sorrindo, a Karol fica com o Dv tem uns meses, vivem de pegação por aí.
Ele é o sub dono do morro, só sei que o dono desse morro está preso, foi preso ajudando outro morro em uma invasão.
Deusa: sai daí putiane - minha mãe falou batendo na bunda da Karol.
Karol: eu tenho é pra dar mesmo, você deveria experimentar transar pra parar de ser chata
Deusa: me respeita menina - minha mãe tacou um tapa na cabeça da Karol
Jade: Karol olha as panela no fogo que eu vou subir pra me arrumar pra trabalhar.
Karol: tá bom.
Subi pro meu quarto separando a roupa do trabalho, me olhei no espelho amarrando os cabelos em um rabo de cavalo, peguei a toalha e fui pro banheiro do corredor.
Tomei um banho demorado sem molhar os cabelos, fui pro meu quarto enrolada na toalha e coloquei o leggin preto com uma blusa soltinha preta e um tênis branco.
Passei uma maquiagem leve, peguei meu celular e a bolsinha pequena onde coloquei meus documentos e um dinheiro junto com a receita da minha mãe.
A gente não era ricas mas tínhamos uma condição boa onde eu comprava roupas caras e muitas maquiagem, e morávamos em uma casa de dois andares.
Desci vendo as duas assistindo TV.
Jade: vamos almoçar que eu jaja vou descer
Karol: bora - elas vinheram pra mesa e começamos a nos servi.
Deusa: como é que ta lá na sua casa Karol?
Karol: a mesma né, minha mãe parece que me odeia com todas as forças dela, nunca vi
Jade: vai melhorar amiga
Terminei de almoçar com elas e desci o morro indo para o ponto de ônibus pra ir pro centro trabalhar.
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visita íntima🦋 (Livro 1)
Teen FictionJade uma moça de 20 anos trabalha dia e noite para sustentar a sua mãe desistindo do seu sonho de se tornar uma grande bailarina, a meses sua mãe descobriu um câncer raro, sem dinheiro pra pagar o tratamento ela receberá uma proposta inusitada, será...